Seminário em Piracicaba mostra que Brasil está na vanguarda da sustentabilidade em cana
Economia,Iniciativa,Perspectivas | Por em 18 de novembro de 2009
Na sexta-feira, 13, Piracicaba, no interior paulista, foi cenário do seminário Encontro de Sustentabilidade em Cana-de-açúcar – Realidades que Substituem Mitos. Os participantes puderam verificar nas apresentações que os novos tempos da produção brasileira de etanol e açúcar estão baseadas nos pilares da sustentabilidade.
A Basf, organizadora do evento, dividiu com os presentes as ações sustentáveis dentro das unidades produtivas da empresa como, por exemplo, a redução de 16% no consumo de energia e 14% no de gás, nos últimos anos, sem prejuízo da produção.
Segundo Redson Vieira, gerente de Marketing de Cana-de-açúcar, houve ainda uma queda de 32% no consumo de água nas áreas industriais da empresa.
Foi apresentado também o Settmill, um sistema químico de limpeza de industrial, que substitui a limpeza mecânica de evapores e de outros equipamentos da produção de açúcar. Esta é uma alternativa importante a ser adotada por possibilitar a retirada de pessoas de um ambiente confinado de alto risco. “Nas conquistas sustentáveis está ainda o desenvolvimento de um plástico biodegradável (Ecobras) que se degrada no período de seis meses”, explicou o agrônomo.
O programa Mata Viva da Basf também serviu de exemplo. Ele promove a recuperação de mata ciliar nas propriedades rurais, e a metodologia Seebalanceâ, um estudo de sócioecoeficiência que avalia processos produtivos tomando por base pilares ambientais, sociais e econômicos.
A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) tambpem participou do seminário e levou a vertente social de seus associados. Segundo seu Relatório com base no Global Reporting Inititative (GRI), no ano base 2007/2008, o grupo de 125 usinas registrou 618 projetos de sustentabilidade com ações em 95% das usinas associadas. “Neste trabalho foram mobilizadas mais de 480 mil pessoas em projetos culturais, de qualidade de vida, educação, esportes e outros, com investimentos de quase R$ 160 milhões”, disse Maria Luisa Barbosa, consultora para Responsabilidade Social Corporativa da Unica.
Já a Usina São Manoel apresentou a metodologia de seu Programa de Adequação Ambiental, cujo objetivo é diagnosticar as regularidades e irregularidades ambientais no campo e o que é preciso para se adequar a legislação em Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal. O trabalho envolve restauração florestal desses espaços e complementação com a educação ambiental, implementada por meio de visitas nas áreas de mata das usinas. “Demonstramos que é possível fazer agricultura da melhor forma junto com a conservação nas áreas de APPs, e ainda com ganhos da adequação legal da propriedade”, relatou André Gustavo Nave, gerente do programa de adequação ambiental do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal, que faz trabalho conjunto com a Usina São Manoel.
O Grupo Cosan apresentou as realizações da Fundação Cosan que investe em cultura, saúde e educação possibilitando a inserção de crianças, jovens e adultos em regiões menos favorecidas e prepara adolescentes para o mercado de trabalho. “Atualmente, são mais de 600 crianças e adolescentes, filhos de funcionários da empresa e também da comunidade, atendidos pela fundação nos municípios de Piracicaba, Barra Bonita e Dois Corrégos, todos no interior paulista. Os trabalhos beneficiam crianças e adolescentes que, em períodos complementares ao escolar, recebem acompanhamento pedagógico e complementação educacional, e realizam ações sócio-educativas e culturais“, explicou Lúcia Helena Mariconi Teles, coordenadora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Grupo Cosan.
O representante do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), Luis Mazzon, ministrou palestra sobre descarte e processamento de embalagens, sendo uma atividade de essencial contribuição para o setor. O InpEV é referência mundial por recolher por ano 95% do total das embalagens de defensivos agrícolas vendidos em 2008. “A partir das embalagens recicladas são produzidos condutos, caixas de papelão e outros produtos que podem ser consumidos pelo mercado”, informou Luis Mazzon, coordenador de operações do instituto. Ele reforça ainda que o Brasil é uma referência mundial e líder em destinação de embalagens de defensivos.