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Paulo Engler, presidente executivo da ABRAMAT.

Entidade destaca o bom desempenho do setor em 2024, avalia o tímido crescimento previsto para 2025 e aponta perspectivas otimistas para 2026

Em evento exclusivo para seus associados, a ABRAMAT – Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção divulgou seu estudo anual “Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais – Edição 2025”, elaborado pela Consultoria Ecconit. O documento apresenta os dados gerais da cadeia produtiva e inclui o detalhamento de informações referentes a 10 diferentes setores da indústria de materiais. Esta edição traz, ainda, um capítulo especial com análise sobre a produtividade na construção civil brasileira.

Responsável pelo estudo desde sua primeira edição, a economista Ana Maria Castelo iniciou a apresentação destacando a importância desta iniciativa da entidade. “O Perfil da Cadeia Produtiva nos permite uma análise aprofundada para entender o desempenho do setor, a relação entre os elos e o impacto da atividade, sendo essencial para dimensionar o mercado da indústria da construção e seu papel na economia brasileira”, explica.

Entre os dados apresentados, o mais relevante é a contribuição da cadeia da construção para o PIB nacional. Em termos reais (valor adicionado), o setor expandiu 4,4% em 2024, num crescimento superior ao PIB total do país. Esse resultado reflete as vendas de materiais, que atingiram R$ 318,6 bilhões no período, registrando um aumento nominal de 6,1%. Já no recorte de empregabilidade, o estudo aponta a criação de 809 mil postos de trabalho, com crescimento de 3% em relação a 2023.

“Esses números consolidam a construção civil como motor econômico fundamental. O estudo da cadeia produtiva nos permite não apenas entender o desempenho passado, mas dimensionar com precisão os impactos de políticas públicas, como o recém-lançado Programa Reforma Casa Brasil”, afirma Paulo Engler, presidente executivo da ABRAMAT.

Na sequência, ao avaliar a conjuntura da cadeia da construção, Ana Maria Castelo ressaltou que, após um primeiro trimestre positivo, houve uma inflexão na curva de faturamento do ano vigente. Essa desaceleração se deve principalmente à queda no número de pequenas obras e reformas, influenciada pelo endividamento das famílias e pelo custo de crédito muito alto. Nesse contexto, os números recentes indicam uma estabilidade com viés de queda no faturamento do setor, que deve encerrar 2025 com crescimento tímido de 0,5%. As perspectivas para 2026, contudo, são significativamente mais otimistas, impulsionadas justamente pelo Programa Reforma Casa Brasil.

Para dimensionar esse impacto potencial, a Consultoria Ecconit elaborou especialmente para a ABRAMAT uma modelagem econométrica e análise de multiplicadores setoriais que avalia os efeitos dos R$ 40 bilhões em crédito facilitado para reformas habitacionais anunciados pelo Governo Federal. “O programa representa uma mudança importante no cenário que vínhamos observando. Dos R$ 40 bilhões disponibilizados, estimamos que R$ 35,2 bilhões se transformem em demanda para fornecedores em geral, e deste total, R$ 12,3 bilhões devem chegar especificamente à indústria de materiais de construção”, explica Ana Maria Castelo.

Segundo a economista, o efeito imediato do programa será sentido nos canais de distribuição, que deverão ajustar estoques em antecipação à demanda, movimento que pode gerar algum impulso para a indústria ainda no final deste ano. Nas projeções para o próximo ano, a consultoria aponta três cenários para 2026, considerando a execução parcial do programa e fatores como o elevado endividamento das famílias brasileiras e a desaceleração econômica esperada. “De forma bem conservadora, pois a economia nos pede esse olhar mais diligente, acreditamos que o setor pode crescer entre 0,9% e 2,9% no próximo ano, dependendo da efetividade do Programa Reforma Casa Brasil”, pontua Ana Maria Castelo, reforçando que a iniciativa é vista como positiva e bem planejada do ponto de vista fiscal, pois concede crédito e não subsídio, evitando fragilizar as contas públicas.

Apesar do otimismo com os resultados esperados, a entidade está atenta a possíveis gargalos que podem comprometer a efetividade do programa. O principal deles é a escassez e o alto custo da mão de obra, uma vez que o mercado de trabalho formal continua pressionado, com o custo da mão de obra (medido pelo INCC) em alta de quase 10% nos últimos 12 meses, muito acima da inflação média. “Não adianta a família ter acesso ao crédito para comprar materiais se não conseguir contratar profissionais para executar a obra”, alerta o presidente executivo da ABRAMAT.

Além dessa questão, outra importante causa defendida pela entidade, que será rigorosamente monitorada durante a execução do Reforma Casa Brasil, é a conformidade dos produtos, para evitar o risco de consumo de materiais que não façam parte da lista de marcas qualificadas (PSQs) recomendadas no site do Ministério das Cidades. “É crucial que a indústria e o varejo se mobilizem para ajudar a suprir essa demanda por mão de obra e se mantenham vigilantes em relação à conformidade dos produtos adquiridos com o crédito governamental. O sucesso do programa depende disso”, finaliza Paulo Engler.

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Fábio Vitola, CEO da Galapos (Foto: Divulgação)

Regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com grande potencial de inovação, seguem pouco representadas pelo incentivo

Instituída em 2005, a Lei do Bem é considerada um dos principais mecanismos de incentivo à inovação no país, na qual permite que empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D) tenham acesso a benefícios fiscais capazes de reduzir significativamente a carga tributária. Na prática, o instrumento representa um retorno financeiro importante e um estímulo direto à competitividade das companhias que apostam em inovação. Apesar de seu potencial, a adesão ao benefício ainda é muito baixa.

Embora o Brasil tenha cerca de 1,1 milhão de empresas enquadradas no regime de Lucro Real, apenas uma fração delas utiliza a Lei do Bem. Neste sentido, surge um paradoxo: enquanto o país busca aumentar sua capacidade tecnológica e produtiva, o principal incentivo fiscal voltado à inovação segue pouco explorado, limitando o avanço de iniciativas em escala compatível com o tamanho da economia brasileira.

De acordo com Fábio Vitola, CEO da Galapos, um dos fatores que explicam esse cenário é a falta divulgação e promoção por parte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que resulta também na falta de clareza sobre os critérios de enquadramento. Para acessar o benefício, é necessário estar no regime de Lucro Real, apresentar lucro tributável no exercício, realizar investimentos em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e manter regularidade fiscal com a União.

— As condições foram criadas para estimular empresas comprometidas com atividades de pesquisa e desenvolvimento, sejam elas voltadas a grandes transformações de mercado ou a melhorias internas de processos, produtos e serviços. Mesmo assim, muitas organizações que preenchem os requisitos acabam não utilizando o incentivo simplesmente por desconhecimento ou falta de orientação — explica.

Os ganhos, para quem se enquadra, são expressivos. A exclusão fiscal adicional dos gastos com P&D pode gerar economia entre 20,4% e 34% sobre o total investido. Em termos práticos, se trata de um ciclo virtuoso: a redução de impostos libera mais recursos para novas iniciativas, o que acelera o desenvolvimento de produtos e serviços e fortalece a competitividade empresarial.

Conforme Fábio, além do desconhecimento, outro ponto é a incerteza sobre quais projetos podem ser caracterizados como P&D, o que gera dúvidas na aplicação prática. Há também o receio de riscos fiscais, já que o benefício é autoaplicável e pode gerar insegurança quanto a eventuais questionamentos da Receita Federal.

— O resultado é um cenário em que o problema não está apenas na legislação, mas na falta de informação acessível e de segurança jurídica. Existem uma série de regramentos e orientações fiscais e contábeis fundamentais para que esse o risco seja mitigado. O atual cenário junto de reformulações do MCTI, mudanças nos formulários de prestação de contas, por exemplo, geram mais insegurança, reforça.

Incentivo está concentrado em pólos industriais e tecnológicos

A concentração geográfica revela uma desigualdade estrutural quando se trata da Lei do Bem. A maior parte das empresas beneficiadas está nas regiões Sul e Sudeste, que historicamente concentram pólos industriais e tecnológicos mais consolidados. Enquanto isso, regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com grande potencial de inovação, seguem pouco representadas.

Apesar da situação, o CEO da Galapos pensa que há caminhos para reverter o cenário. Segundo ele, o Norte poderia aproveitar o incentivo em áreas de biodiversidade e bioeconomia; o Nordeste, em energias renováveis e tecnologia social; e o Centro-Oeste, em projetos de agritech e biotecnologia voltados à produtividade no campo. Estimular a adesão nessas regiões significaria descentralizar a inovação e fortalecer setores estratégicos para o desenvolvimento nacional.

Entretanto, ampliar o uso da Lei do Bem depende de uma combinação de fatores.

— A difusão de informações claras e objetivas é essencial para reduzir o desconhecimento. A simplificação da comunicação sobre critérios técnicos pode aproximar mais empresas do benefício. A segurança jurídica é outro ponto central: enquanto houver incerteza sobre a interpretação da lei, o receio de autuações continuará limitando o engajamento. Processos mais transparentes e mecanismos de validação mais robustos ajudariam a criar confiança e previsibilidade — pontua Fábio Vitola.

Formas para expandir Lei do Bem

Para que o programa tenha maior alcance e seja expandido para além dos grandes centros, algumas saídas passam por políticas regionais, parcerias com universidades e estímulo à atuação de consultorias especializadas. Para Fábio, as medidas podem contribuir para democratizar o acesso e garantir que empresas de diferentes portes e setores transformem o incentivo em uma vantagem competitiva.

— O Brasil possui um dos maiores potenciais de inovação da América Latina, mas o baixo aproveitamento da Lei do Bem mostra o distanciamento entre o discurso de incentivo à inovação e a prática. Reverter esse quadro é fundamental para transformar custos em oportunidades, fortalecer a competitividade e acelerar o desenvolvimento tecnológico do país — finaliza.

Sobre a Galapos

A Galapos é uma empresa de consultoria financeira, parte do ecossistema XP, com atuação especializada em soluções em três verticais: M&A, gestão empresarial e consultoria em incentivos governamentais para inovação. Fundada em 2010 em Porto Alegre (RS), a empresa possui mais de 300 clientes ativos e já conduziu mais de 100 processos de M&A atuando com assessoria completa no sell side ou buy side em diversos segmentos. No campo dos incentivos fiscais, a Galapos é especialista no apoio a empresas que buscam linhas de financiamento como o FINEP e incentivos como a Lei do Bem e a Lei da Informática. Em 2025, pelo terceiro ano consecutivo, conquistou o selo GPTW.

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Comemorado pelas organizações de catadores e categoria, nova regulamentação incentivará a reciclagem de mais plásticos

Crédito: IStock

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta terça-feira (21), o chamado “Decreto do Plástico”, quinze anos após o início da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010) ter fornecido parâmetros e alicerces jurídicos aos processos de recuperação de materiais recicláveis e ao setor da reciclagem (catadores e associações).

Fruto do trabalho conjunto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o novo Decreto do Plástico é como um marco regulatório para o fortalecimento da economia circular no Brasil. A medida representa um avanço histórico na política de resíduos sólidos e visa impulsionar a indústria da reciclagem, fomentar o uso de plástico reciclado na cadeia produtiva e garantir melhores condições para os catadores, além de estimular a descarbonização da indústria nacional. A regulamentação estabelece metas concretas para ampliar a reciclagem e a logística reversa no país — que atualmente recicla apenas 8,3% de seus resíduos, segundo a Abrema (2023).

“Estamos falando de um grande avanço no que diz respeito ao olhar específico da gestão de resíduos por material, um trabalho realizado com maestria por todos os órgãos governamentais e não governamentais envolvidos na elaboração do decreto. Com essa confirmação, estou certo de que veremos avanços expressivos na atenção e compromisso de cada elo da economia circular com a gestão e manuseio do plástico. Todos ganham.” Comenta Disraelli Galvão, Presidente do Conselho do GIRO.

De acordo com projeção da eureciclo, que busca elevar as taxas de reciclagem e gerar valor aos agentes da cadeia desde 2016, se apenas 10% do mercado brasileiro de embalagens plásticas adotasse o uso de plástico reciclado pós consumo (PCR), seria possível evitar o descarte de 100 mil toneladas de plástico por ano, evitando cerca de 213 mil toneladas de emissões de CO₂e anuais, de acordo com pesquisa inédita da Planton em parceria com a eureciclo, que calcula, com dados atuais da cadeia de reciclagem no Brasil, o impacto nas emissões de carbono e mudanças climáticas. A pauta foi prometida no início do mandato do presidente Lula.

“Ter a voz da Associação Nacional dos Catadores (ANCAT) nas diretrizes estipuladas neste novo decreto é um sinal do avanço que toda a cadeia de reciclagem vem criando junto a visibilidade e importância dos catadores autônomos. Estamos felizes de ter essa voz em mais um decreto que busca ampliar as oportunidades dentro do mercado de gestão de resíduos, atribuindo cada vez mais compromissos diretos a todos os envolvidos”, comenta Anderson Nassif, diretor da ANCAT.

O que muda?

O novo decreto regulamenta os critérios para a estruturação, a implementação e a operacionalização de sistema de logística reversa de embalagens de plástico, incluindo o uso de conteúdo reciclado pós-consumo nas embalagens, reforçando a formalização do instrumento legal entre associações de catadores e catadoras de materiais recicláveis, empresas ou entidades gestoras, para prestação remunerada de serviços.

No caso do uso do índice de PCR determinado para as embalagens, fica estabelecida meta de 22% no próximo ano, a partir de janeiro de 2026 para empresas de grande porte e a partir de julho para empresas de pequeno e médio porte. As metas relacionadas a conteúdo reciclado em embalagens plásticas são crescentes, chegando em 2040 com 40%. A meta de recuperação das embalagens via logística reversa determinada pelo Planares está mantida. Todas as embalagens devem cumprir com a meta de conteúdo reciclado: primárias, secundárias e terciárias, bem como alguns produtos equiparáveis, como copos e talheres de uso único, por exemplo. Estão excluídas das metas as embalagens plásticas em contato com alimentos e bebidas que não forem de PET, e as embalagens de plástico de produtos regulamentados por outros decretos, como farmacêuticos, eletroeletrônicos, agrotóxicos e óleos lubrificantes.

Soluções para o plástico

A eureciclo trabalha na estruturação de soluções para diversas cadeias e tipos de plástico. Um exemplo são as embalagens de filmes flexíveis de polietileno, muito aplicadas em embalagens secundárias e terciárias. A eureciclo possui ampla cadeia de fornecedores homologados de embalagens e resina PCR, além de realizar a certificação e rastreabilidade da cadeia de reciclagem.

Neste contexto, é fundamental o papel da entidade gestora, o Instituto Giro, para que realize a operacionalização do processo de logística com toda a cadeia produtiva, a fim de oferecer completa lisura durante os trâmites jurídicos, reportando as metas de logística reversa e os conteúdos reciclados, ampliando a gama de soluções da entidade. “O novo decreto vai ao encontro do interesse dos profissionais da reciclagem, a fim de catalisar o potencial de demanda econômica acumulado por conta dos valores dos insumos de importação.

A eureciclo oferece um modelo escalável e auditado que pode ser replicado em diversos municípios brasileiros e ainda proporcionar aumento na renda aos catadores, além de profissionalização e padronização das operações na categoria”, afirma Jéssica Doumit, diretora-presidente no Instituto Giro.

Impacto positivo para a economia interna e ao meio ambiente

“O Brasil tem fortalecido e ampliado o arcabouço jurídico e as políticas públicas voltadas para a fiscalização sobre a logística reversa e reciclagem e, por outro lado, ampliado o papel de difusor da educação socioambiental com medidas afirmativas que impactam positivamente toda a cadeia, com uma distribuição compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos”, observa Jéssica. A entidade gestora cumpre papel fundamental na cadeia de logística reversa e o Giro tem atuação marcante em todo o território nacional desde o início da sua atuação, sendo o agente central entre catadores e empresas.

“Decretos são promissores, pois uma mudança em relação à responsabilidade social compartilhada é crucial. Há uma crescente necessidade de disponibilizar informações sobre reciclagem para que a população compreenda sua importância no contexto mundial atual. É fundamental aumentar os índices gerais de reciclagem no país e melhorar a renda dos trabalhadores desse setor, além de incorporar aulas de educação socioambiental no currículo escolar”, afirma Telines Basilio (Carioca), fundador e presidente da Coopercaps e Rede Sul.

Estímulo à demanda

O decreto habilita processos para alavancar os índices de reciclagem e de aplicação da logística reversa, que também teria o efeito de reforçar e incrementar a renda e a atividade dos profissionais da reciclagem no país.

Na opinião de João Paulo Sanfins, diretor da empresa especializada em reciclagem de plásticos Resiban, “temos indicativos cada vez mais claros, seja por questões regulatórias ou mesmo de demanda de mercado por produtos sustentáveis, de como as embalagens secundárias vão crescer e abocanhar uma fatia de mercado cada vez maior. Segundo a ABRE (Associação Brasileira de Embalagem), os materiais de polietileno flexíveis (PEBD) representam até 35% do volume total de embalagens no varejo. No contexto nacional, empresas signatárias de acordos setoriais e da PNRS estão buscando aumentar o percentual de reciclado nas embalagens para além das embalagens primárias”, analisa.

Neste contexto de avanços coletivos sobre sustentabilidade, a consciência ambiental dos brasileiros acompanha esta tendência, integrada ao consumo. A preferência por marcas sustentáveis nunca foi tão forte. De acordo com pesquisa do Instituto Ilumeo, 86% dos entrevistados consideram essencial que produtos tenham certificação ambiental, e 85% acreditam que os selos são fundamentais para garantir processos de reciclagem eficazes.

Incentivo a outros Decretos

Com a assinatura do Decreto do Plástico, o Governo Federal inaugura uma nova etapa na regulação ambiental brasileira, criando um precedente importante para assinar o Decreto de outros materiais, dentre eles, destacando-se o do papel. A expectativa é que a regulamentação específica para o setor papeleiro — que está em discussão avançada — siga os mesmos princípios de responsabilidade compartilhada, metas progressivas e valorização da cadeia da reciclagem.

A criação de decretos setoriais por tipo de resíduo é fundamental para garantir maior efetividade à Política Nacional de Resíduos Sólidos, gerando previsibilidade jurídica, impulsionando a indústria da reciclagem e estimulando o consumo sustentável. Além disso, permite que diferentes setores da economia contribuam diretamente com a transição para uma economia circular e de baixo carbono.

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Por Andressa Melo e Katherine Manrique

Após um crescimento acelerado entre 2020 e 2022, os investimentos em ciência e inovação a nível global sofreram uma queda significativa, com indícios de recuperação apenas em 2024, marcando uma reversão notável em relação aos anos anteriores, principalmente em regiões emergentes, como aponta o Índice Global de Inovação (IGI) de 2025. No cenário regional, o Chile e o Brasil se destacam, respectivamente, como líderes neste quesito na América Latina e Caribe. Entretanto, essa desaceleração recente trouxe à tona desafios estruturais que ameaçam a maturidade dos ecossistemas de inovação e a competitividade das empresas.

Este contexto reforça a necessidade de políticas públicas eficazes, em especial os incentivos fiscais direcionados à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), como a Lei do Bem no Brasil, para a manutenção da conjuntura socioeconômica dos países, principalmente para aqueles que ainda estão em desenvolvimento. Os benefícios podem atrair investimentos, gerar empregos, reduzir a fuga de cérebros e fomentar inovação e modernização produtiva.

Impactos para o desenvolvimento regional

Resultados do Estudo Econômico da América Latina e do Caribe de 2024 indicam um baixo nível de desenvolvimento econômico e incerteza no âmbito das políticas fiscais e monetárias na região. Nesse sentido, para que haja uma estabilização do cenário, é necessária a articulação de políticas públicas e incentivos privados que estimulem o desenvolvimento produtivo das economias emergentes.

Investimentos consistentes em PD&I, como apontam dados do IGI, demonstraram aumento da produtividade de trabalho, expectativa de vida e redução da pobreza. Ainda que os números não sejam tão expressivos, o relatório aponta que aportes sustentados, maior adoção de tecnologias disruptivas e estratégias abrangentes para aproveitar a inovação desencadeiam benefícios socioeconômicos e ambientais, principalmente a longo prazo.

Nesse sentido, o desenvolvimento de políticas fiscais para investimentos em PD&I pode auxiliar na reversão do quadro econômico da América Latina. Além de benefícios estruturais, incentivos fiscais para inovação também apontaram uma atração de capital e uma maior integração em cadeias globais. Desta forma, a disponibilização de orçamento público para o mercado aumenta a competitividade dos países e facilita o posicionamento frente a grandes potências.

Incentivos fiscais na América Latina

Na América Latina, países como Brasil, Chile, Colômbia, Peru, México, El Salvador e Argentina possuem políticas tributárias diversas, cada uma com percentuais específicos de concessão de crédito fiscal, mas, em todos os casos, o uso desse benefício é restrito ao território do próprio país.

Atualmente, o Chile lidera os países latino-americanos como o mais maduro em relação a políticas fiscais em P&D. O país possui uma legislação, Lei de P&D (nº 20.241), desde 2008, que inicialmente era aplicada exclusivamente para centros de pesquisa. A partir de 2012, entretanto, foi permitida a extensão do benefício às empresas privadas. No país, os incentivos não possuem limite de tempo para sua utilização e já são aderidos por boa parte das companhias elegíveis. Apesar do percentual de concessão ser relativamente alto (35% de crédito fiscal), o Chile possui uma limitação para investimentos exclusivos em P&D, sem contemplar inovação.

A Lei de Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (n.º 30309) no Peru, por uma obrigação do próprio país, é atualizada a cada três anos, desde sua criação em 2014. Em vista da falta de conhecimento e busca por parte das empresas, a nação apresenta uma baixa maturidade no aproveitamento. No entanto, o incentivo contempla, além das atividades de pesquisa e desenvolvimento, iniciativas associadas com inovação e consiste em uma redução de imposto a pagar de até 27%, sobre as despesas realizadas em investimento de PD&I.

Na Colômbia, em contrapartida, o incentivo atual, que começou em 2016, possui a melhor porcentagem de retorno da América Latina, com concessão de créditos de até 50% do investimento realizado em PD&I. Contudo, em 2024 este país não teve liberação de verbas por parte do governo para novos projetos postulados. Espera-se que em 2025 mude este cenário e que seja liberado orçamento que fomente pesquisa e inovação nesta nação.

Ainda que não seja amplamente conhecido, o Incentivo Fiscal para Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (EFIDT) no México concede créditos fiscais para projetos que promovam avanços tecnológicos e científicos. No entanto, é importante ressaltar que esse incentivo se aplica a despesas incrementais, ou seja, apenas àquelas que excedam a média de investimentos realizada pela empresa em anos anteriores.

Argentina e El Salvador, apresentam incentivos recentes e com baixo reconhecimento, com grande potencial de serem utilizados. Na Argentina, por exemplo, o Regime de Promoção da Economia do Conhecimento é pouco utilizado pois o incentivo existente anteriormente era voltado, principalmente, a empresas de software. Contudo, a partir de 2020, o país começou a promover atividades de outros setores, ampliando, assim, o número de companhias com potencial de ser fomentadas.

Em El Salvador, por outro lado, o benefício entrou em vigor apenas em 2023. Porém, estimula as atividades de PD&I por meio da isenção de pagamento de imposto associado à renda destas atividades, além de outros benefícios complementares que fazem deste incentivo mais chamativo para as organizações privadas locais.

Cenário Brasileiro

Todos os países citados, com exceção do Brasil, precisam passar por um processo de pré-aprovação para conseguirem usufruir dos incentivos e ainda contam com a possibilidade de postularem projetos plurianuais. No Brasil, o cenário é diferente. A concessão de créditos pela Lei do Bem, principal mecanismo de estímulo à inovação no país, só ocorre mediante o resultado daquele ano específico, resultando em um menor controle sobre o planejamento a longo prazo.

Criada em 2005, a Lei do Bem (Lei 11.196/05) disponibiliza a partir de 20,4% do valor investido em inovação como redução tributária de IRPJ e de CSLL. Contudo, em cenários perfeitos, com pesquisadores exclusivos e patentes/cultivares concedidos, o incentivo pode chegar a até 34% (45% para empresas do setor bancário). O benefício, voltado para companhias tributadas pelo regime de Lucro Real, viabilizou R$ 41,93 bilhões em investimentos em projetos de PD&I em 2023, de acordo com a pesquisa PINTEC semestral de 2023.

Segundo os dados mais recentes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Lei do Bem ainda é subutilizada, apesar de ter sido constatado crescimento de 15,9% no número de empresas beneficiadas quando comparado com o ano anterior. Nesse cenário, existem consultorias especializadas que atendem as legislações brasileiras e de outros países da América Latina, prestando suporte para empresas estruturarem os incentivos e estimularem o desenvolvimento socioeconômico de seus países.

Os incentivos na América Latina ainda estão em desenvolvimento, mesmo apresentando bons resultados. Quando comparadas a países desenvolvidos, as políticas fiscais precisam ser melhor estruturadas, divulgadas e estáveis. Cada país se destaca em diferentes aspectos, e, por possuírem conjunturas similares, podem se espelhar em características como a maturidade chilena em P&D, a creditação de 50% da Colômbia e a eficácia da Lei do Bem no Brasil, para que os incentivos ficais se tornem uma ferramenta integrante e protagonista do desenvolvimento socioeconômico da região.

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Gustavo Perez*

A inteligência artificial generativa (GenAI) não é apenas uma tecnologia do futuro; é uma aplicação transformadora, hoje. Diferentemente da IA tradicional, que envolve a execução de tarefas específicas usando algoritmos e regras definidas, a GenAI cria novo conteúdo a partir de grandes volumes de dados. Vai muito além da geração de conteúdo: impulsiona a inovação permitindo decisões em tempo real, simplificando processos complexos e acelerando avanços. Este rápido crescimento também cria uma demanda computacional sem precedentes e maiores densidades nos racks, exigindo novas gerações de resfriamento avançado, energia resiliente e arquiteturas escaláveis para sustentar as cargas de trabalho de IA.

O caminho a seguir exige respostas concretas: Como os data centers podem ser adaptados para suportar as grandes cargas de processamento de dados, temperaturas e consumo de energia trazidas pela IA?

Embora esses desafios sejam globais, a América Latina os está experimentando de maneira particular. A transformação digital já estava em andamento na região, mas a pandemia acelerou essa tendência. Em mercados como o Brasil e o México, as empresas não estão apenas adotando GenAI, mas também monetizando-a, aproveitando-a para alcançar novos mercados, reduzir custos e melhorar as experiências dos clientes.

Mais IA significa mais calor

Mais processamento significa mais geração de calor. Atualmente, existem racks que consomem mais de 100 kW, e as projeções mostram que essa marca pode chegar a 1 MW nos próximos anos. Isso requer mais energia não só para operar, mas também para resfriar este equipamento crítico. O resfriamento tradicional por ar já não é suficiente para as novas GPUs de alta densidade. Estes sistemas requerem soluções de resfriamento avançadas, como resfriamento líquido ou implementações híbridas ar-líquido, que removem o calor tanto do ambiente do data center (ar) quanto diretamente das GPUs nos racks (líquido). As novas tecnologias são essenciais, e o resfriamento líquido é inerentemente mais eficiente energeticamente em comparação com o resfriamento por ar sozinho:

  • Resfriamento líquido direto ao chip pode eliminar eficientemente aproximadamente 70-75% do calor gerado pelo equipamento em um rack; neste modelo, 25-30% do calor é removido da sala por sistemas de resfriamento por ar.
  • Os sistemas de resfriamento por imersão submergem servidores e outros componentes em um fluido ou líquido dielétrico termicamente condutivo, eliminando a necessidade de resfriamento por ar. Esta abordagem maximiza as propriedades de transferência térmica do líquido e é a forma energeticamente mais eficiente de resfriamento líquido no mercado.
  • Os trocadores de calor de porta traseira substituem a porta traseira do rack de equipamentos de TI com um trocador de calor líquido que pode ser usado em conjunto com sistemas de resfriamento por ar para resfriar ambientes com densidades de rack mistas.

Usar uma estratégia de resfriamento líquido remove o calor na fonte e pode reduzir as métricas PUE do data center. Alguns sistemas de resfriamento líquido também permitem recuperar e reutilizar o calor. Esses ganhos podem reduzir as emissões indiretas ou reguladas por energia para as empresas. Como resultado, o resfriamento líquido pode tornar-se uma parte essencial dos programas de sustentabilidade das empresas.

No video cast What is Next? , Amet Novillo, presidente da Equinix México e da Associação Mexicana de Data Centers, discute várias iniciativas, incluindo Equinix Heat Export. Este sistema extrai o calor dos chips e servidores e o entrega a um fornecedor de calor para reutilização. Com o aumento dos preços da energia e a disrupção global contínua, o acesso a esta fonte de calor mitiga a volatilidade de preços e a insegurança energética. A Equinix estabeleceu a meta corporativa de utilizar 100% de energia renovável até 2030, investindo em programas de eficiência e inovação que abordam tanto o uso de energia quanto o consumo de água.

Projetos greenfield e brownfield de data centers de IA

A evolução da infraestrutura crítica requer repensar o design dos data centers, seja renovando um existente ou construindo um novo. Os projetos greenfield começam em terrenos não desenvolvidos e têm a vantagem de estrategizar designs otimizados, personalização completa e escalabilidade para tecnologias futuras. Os projetos brownfield focam em atualizar instalações existentes para suportar cargas altas e mistas, permitindo menores custos de aquisição, implementação mais rápida e a vantagem de localizações estabelecidas.

Independentemente da estratégia, os operadores também devem considerar tudo, desde o peso físico dos novos racks e equipamentos até a seleção de sistemas que permitam um crescimento escalável para uma implementação mais rápida. Mas a modernização não se trata apenas de instalações e equipamentos, também depende das pessoas. Construir e operar instalações preparadas para IA requerem profissionais qualificados em habilidades de gestão de energía e resfriamento e TI. São skills que ainda são escassos na região. Isso também se estende a áreas mais especializadas do setor, como cabeamento estruturado, fibra óptica e outros sistemas sensíveis.

Olhando para o futuro, o impacto da IA será definido pelas indústrias que a adotarem primeiro. A América Latina já está vendo uma adoção acelerada em setores como varejo, serviços financeiros, manufatura e telecomunicações. A IA está sendo aplicada para melhorar as cadeias de suprimentos, melhorar as experiências dos clientes e aumentar a eficiência operacional. Todos esses avanços fazem parte de uma jornada contínua de transformação dos data centers da nossa região. Nessa empreitada, o mercado conta com fornecedores com portfólios que oferecem hardware, software e serviços sob medida para esse momento de profunda disrupção.

*Gustavo Perez é Sales Director da Vertiv Latin America.

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 Fotos – Andreia Tarelow

A Reforma Tributária brasileira (EC 132/2023 e LC 214/2025) propõe substituir cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por um IVA dual: CBS (federal) e IBS (estados/municípios), além do Imposto Seletivo. Apesar dos objetivos de simplificação, enfrenta desafios complexos.

Essa mudança exige um período de transição gradual e a regulamentação de diversos temas, como as alíquotas de referência, os regimes específicos para alguns setores, a partilha da arrecadação e a criação do Comitê Gestor. O sucesso da reforma dependerá da capacidade do governo em detalhar essas regras de forma clara e eficiente, garantindo a segurança jurídica e a adaptação de empresas e cidadãos ao novo sistema.

Vamos refletir sobre os principais problemas  e desafios da reforma tributária:

1. Implementação (2026-2032)
A transição de sete anos exige que as empresas operem dois sistemas simultaneamente. Há escassez de mão de obra qualificada e necessidade de grandes investimentos em tecnologia e adequação de ERPs (Enterprise Resource Planning, em português, Planejamento dos Recursos da Empresa). Empresas precisam mapear processos, identificar benefícios fiscais e planejar cuidadosamente a adaptação.

2. Setor de Serviços
Com alíquota de 26,5%, o setor pode ter aumento de até 96% na carga tributária. Representa 70% do PIB e 60% dos empregos formais, mas não conseguiu regime diferenciado. A folha de pagamento (maior custo) não gera créditos, criando desvantagem competitiva. Riscos incluem repasse de custos, redução da demanda e perda de competitividade internacional.

3. Conflitos Federativos
O Comitê Gestor do IBS (54 membros) enfrenta disputas entre a Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP)  para representação municipal. Estados e municípios temem perda de autonomia fiscal. A mudança do regime de origem para destino pode gerar perdas de arrecadação. O financiamento inicial de R$ 600 milhões pela União gera preocupações sobre sustentabilidade.

4. Guerra de Lobbies
O Agronegócio conquistou benefícios (isenção até R$ 3,6 mi, alíquota zero para 22 produtos), mas teme aumento de 5% para 28%. Onze setores obtiveram regimes diferenciados (saúde, educação, hotelaria), elevando a alíquota padrão para os demais. Cada exceção setorial contribui para aumentar a carga tributária dos outros setores.

5. Problemas Jurídicos
Superior Tribunal de Justiça projeta triplicação de processos (28.764 para 86.000). Incertezas sobre contencioso do IBS/CBS e harmonização entre CARF e Comitê Gestor. Lei Complementar com mais de 500 artigos aumenta a complexidade. Temas problemáticos incluem compensação de saldos credores de PIS, Cofins e ICMS, definição de base de cálculo e aplicação do Imposto Seletivo.

6 – Riscos Identificados

– Alíquota padrão entre 26,5% e 28% (uma das maiores do mundo)
– Descompasso entre decisões administrativas e judiciais
– Sobrecarga do Judiciário e insegurança jurídica
– Migração para economia informal
– Perda de competitividade internacional
– Complexidade adicional durante a transição.

Conclusão
O sucesso da reforma depende de superar disputas políticas, resistir à pressão por exceções e garantir regulamentação equilibrada. Exige grande esforço de adaptação empresarial, investimentos em tecnologia, qualificação profissional e governança técnica do Comitê Gestor. Com diálogo e transparência, é possível construir um sistema tributário mais justo e eficiente para todos os brasileiros.

Neste mar de complexidade que tem permeado a alteração de nosso sistema tributário tais meios não têm sido utilizados com a maestria e frequência.

A reforma tributária brasileira, embora busque simplificar o sistema, está imersa em um mar de complexidade e incertezas. A necessidade de uma longa transição, os impactos negativos sobre setores cruciais como o de serviços, os conflitos federativos e a pressão de lobbies criam um cenário que pode gerar mais problemas do que soluções. A falta de maestria e transparência na condução do processo sugere que, em vez de um futuro mais claro, a reforma pode trazer incalculáveis problemas para o ordenamento jurídico e a economia, reforçando a ideia de que, no Brasil, a incerteza permeia até mesmo o que está por vir.

Com todo este universo de incertezas e problemas sequer podemos parafrasear o Conselheiro Acácio (personagem do romance “O Primo Basílio”, do escritor português Eça de Queirós) em sua célebre quota: “Pode acontecer de tudo, inclusive o nada “ vez que “o nada” é a única certeza que temos que definitivamente não ocorrerá nesta tão conturbada Reforma Tributária.

Na impossibilidade de parafrasear Acácio, ficamos com a célebre frase de Roberto Campos que afirmou: “No Brasil até o passado é incerto”. Muito embora nossa kafkaniana Reforma Tributária cá está para o futuro, trará inúmeros e incalculáveis problemas para o ordenamento jurídico com que hoje convivemos.

Rogério Gandra da Silva Martins é sócio da Advocacia Gandra Martins, Especialista em Direito Tributário pelo CEU-Law-School, Juiz do Tribunal de Impostos e Taxas do Estado de São Paulo – TIT/SP (2006-2007)(2022-2025), Conselheiro do Conselho Superior de Direito da FECOMERCIO/SP, Diretor da CECOMERCIO, Integrante do Conselho Jurídico da FIESP, Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo (2004-2006), Membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas – APLJ, Membro da União dos Juristas de São Paulo – UJUCASP, Membro da Academia Internacional de Direito Econômico – AIDE, Assistente na Embaixada do Brasil na Bélgica (2004), Autor e Coordenador de diversos trabalhos e livros publicados em diversas áreas do Direito.

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Credito foto: Renato Sobrinho – Marketing & Sales Specialist | LinkedIn

Por Renato Sobrinho

Uma boa estratégia de marketing pode servir como um excelente GPS para guiar as empresas frente a um futuro cada vez mais promissor. Mas, como calibrá-lo corretamente, para que consiga apontar o melhor caminho? Para muitas empresas, as métricas de vendas acabam sendo as grandes referências para ajustar essa rota – algo que, nem sempre, contribuirá para que conquistem os objetivos desejados. Muitos outros dados podem ser utilizados para direcionar os planejamentos a serem seguidos, cabendo à cada organização essa alteração do foco para que consigam resultados cada vez melhores.

Segundo um estudo do Panorama de Marketing e Vendas 2025, 71% das empresas não atingiram suas metas de marketing em 2024. Quando nos aprofundamos na pesquisa para entender melhor o que pode ter prejudicado isso, 34% dessas equipes focaram essas ações para gerar uma maior demanda; 27% em fortalecer a marca; 14% em inovações digitais; e 13% em estreitar relacionamentos.

Esses dados evidenciam como grande parte dos negócios ainda prioriza o aumento do número de vendas na elaboração das ações que serão implementadas, o que, nem sempre, acaba contribuindo para a conquista do crescimento real da empresa. Dentro do marketing, existem muitas outras informações que podem servir como referência para definir o crescimento do negócio em questão, contudo, as nuances são diferentes e, portanto, nem sempre colocar as vendas em destaque pode ser a escolha mais sábia.

Outros números que podem servir como uma metrificação da evolução da empresa incluem novos clientes, consumidores fidelizados, crescimento dos números de seguidores nas redes sociais, aumento de menções na web, visitas aos espaços físicos, números de contatos recebidos, dentre muitos outros.

Com essa maior diversidade de dados em mãos, o marketing pode pegar emprestado um conceito central da área de growth, chamado de North Star Metric (Métrica Estrela Norte ou NSM), através do qual é possível evitar ilusões de crescimento e focar no longo prazo – mostrando o que realmente impulsiona o negócio, garantindo retenção e alinhando toda a empresa ao mesmo objetivo.

Ao utilizar essa tática de mensuração de resultados, pode-se fugir de possíveis falhas das quais os outros KPIs estão passivos de apresentar, como: otimizar para receita imediata e prejudicar o futuro, interpretar picos de vendas como crescimento real, perder de vista o valor real entregue ao cliente, desalinhamento entre áreas, ignorar problemas de retenção e engajamento, e medir o que é fácil e não o que importa.

Através do uso dessa ferramenta, tanto a miopia de marketing (enxergando apenas o que está à sua frente, ignorando possíveis oportunidades a serem exploradas) quanto a hipermetropia (não focar no que está à sua frente, visando apenas o futuro) podem ser evitadas. Dessa forma, novas metas de marketing podem ser definidas, junto a métricas que realmente farão sentido para o negócio.

Levando essa premissa aos dados apresentados no estudo acima, por exemplo, temos uma parcela de entrevistados que apresentam “inovar no digital” como uma meta. Mas, como isso pode ser mensurado? Como essa inovação vai impactar o crescimento do cliente? Provavelmente, são perguntas que não podem ser respondidas, mas que deveriam, para que essa estratégia consiga gerar valor ao negócio.

Sair da bolha de focar somente nos dados remetentes às vendas pode ser um grande desafio para muitas empresas, uma vez que exige que saiam dessa sua área de conforto e comecem a analisar outros números e fatores importantes. Porém, a visualização de suas operações por outros ângulos pode ser bem mais vantajosa e útil para seu crescimento ao longo do tempo.

Renato Sobrinho é um especialista em Growth, Marketing e Vendas.

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Wilton Lessa

O solo é um organismo vivo e entender essa complexidade é um dos caminhos mais promissores para uma agricultura sustentável e produtiva. Com esse foco, foi realizada a final da quinta edição do Desafio Microbioma Brasil (DMB), iniciativa que conecta pesquisadores, consultores, produtores e a indústria para gerar conhecimento técnico e promover a inovação no campo.

Nesta edição, seis trabalhos finalistas foram apresentados, com estudos aplicados em culturas como algodão, milho e cana-de-açúcar, todos utilizando a biotecnologia Microgeo®. As pesquisas analisaram impactos em desenvolvimento radicular, atividade enzimática, fotossíntese, qualidade tecnológica e desempenho econômico. A abordagem multidisciplinar foi destaque, com avaliações biológicas, físicas, químicas e agronômicas.

Os dois primeiros colocados reforçaram o potencial da tecnologia quando integrada a um manejo técnico de longo prazo.

O vencedor, Wilton Lessa, engenheiro agrônomo e sócio da Solo e Planta Consultoria Agronômica, conduziu um estudo com algodão no oeste da Bahia, registrando uma série de benefícios agronômicos relevantes, mesmo sob condições de estresse hídrico. As plantas tratadas apresentaram melhor arranque inicial, maior comprimento de raízes e menor compactação do solo, o que favoreceu o desenvolvimento em fases críticas do ciclo. Houve também maior acúmulo de biomassa, com um percentual até 40% superior em relação à testemunha, teores foliares mais consistentes (especialmente de fósforo, potássio, cálcio e boro) e uma retenção mais eficiente de estruturas produtivas, com destaque para os capulhos nas posições mais valorizadas da planta. Esses fatores contribuíram para um ganho médio de aproximadamente 10 arrobas por hectare, sendo que, na avaliação manual, o incremento chegou a 15,7 arrobas a mais em comparação à área sem aplicação, sem qualquer prejuízo à qualidade da fibra, que se manteve dentro dos padrões ótimos exigidos pelo mercado.

“Um dos maiores aprendizados foi perceber o quanto somos imediatistas”, disse Lessa. “O Microgeo® me ensinou a olhar a planta de forma diferente. Às vezes, visualmente não há mudança, mas quando analisamos compactação e sanidade foliar, as evidências aparecem”, disse o pesquisador. Ele destaca que o uso de biológicos exige constância e visão estratégica: “A produtividade pode até não explodir no primeiro ano, mas há consistência e evolução. É um investimento no ambiente produtivo, com reflexos físicos, químicos e biológicos.”

Em segundo lugar ficou Stefan Cappato, engenheiro agrônomo, consultor e pesquisador da AgroCiência Consultoria, com um estudo em Piracicaba que avaliou a sinergia do Microgeo® com outros bioinsumos na implantação do canavial. O experimento demonstrou que a aplicação resultou em melhor vigor inicial, incremento no perfilhamento, maior desenvolvimento radicular (com cerca de 30% mais raízes), descompactação do solo e aumento da população de bactérias benéficas. As áreas tratadas apresentaram também melhorias nas análises químicas, como aumento de matéria orgânica, fósforo, magnésio, zinco e capacidade de troca catiônica, além de maior atividade da enzima beta-glicosidase, que indica maior atividade biológica no solo. Também houve ganhos na produtividade, mesmo com a colheita antecipada (aos 9 meses). Do ponto de vista econômico, o uso da tecnologia representou um retorno adicional de até R$ 1.341,00 por hectare, reforçando o papel do Microgeo® como uma ferramenta estratégica para melhorar o ambiente de produção e gerar maior rentabilidade na canavicultura, especialmente diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelo estresse hídrico.

“O Microgeo® joga em equipe. Quando usado com outros bioinsumos, potencializa os efeitos de todos. Isso é raro e valioso”, afirmou. “Costumo dizer que a raiz não mente. Às vezes, não vemos diferença olhando por cima, mas o solo revela tudo.”

Os demais estudos também mostraram resultados positivos, incluindo ganhos em fotossíntese no milho e qualidade tecnológica da cana. Em comum, reforçam o solo como um sistema vivo, cuja atividade microbiológica é essencial para a produção frente aos desafios climáticos e econômicos.

Lessa e Cappato também destacaram a importância do DMB para fomentar a inovação no campo. “Levar isso ao produtor é mostrar que se trata de uma mudança de rotina. Quando ele entende que está melhorando o ambiente do solo, começa a enxergar os benefícios”, disse Lessa.

“Hoje não dá mais para analisar a cana por partes isoladas. Com manejo biológico, conseguimos manter bons níveis de produtividade mesmo em anos difíceis”, completou Cappato.

Inspirado no Plant Microbiome Symposium, o DMB vai além da premiação. Criado pelos fundadores da Microgeo, o desafio valoriza a reconstrução do microbioma do solo como pilar da agricultura regenerativa. Realizado em duas etapas – regional e nacional –, envolve análises técnicas de uma banca renomada, com pesquisas de campo em cinco regiões do Brasil, promovendo a prática do manejo microbiológico do solo e dos bioinsumos de forma estratégica e sustentável.

Para Caio Suppia, Diretor Comercial da Microgeo, a iniciativa é um marco para o setor: “Mais do que valorizar pesquisas, o DMB é uma convocação para que toda a cadeia agrícola repense sua relação com o solo. Os resultados mostram que o futuro da agricultura passa, sem dúvida, pelo equilíbrio do solo.”

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Bruno Cesar Vasconcellos, CEO da MXPLAN

IoT e IA podem reduzir custos de manutenção industrial em 20% e o tempo de inatividade em até 50%

Planejar, executar e monitorar grandes paradas para manutenção em indústrias sempre foi um grande desafio. Antigamente, tudo isso dependia de processos complexos, planilhas e um elevado grau de imprevisibilidade. No entanto, essa realidade está mudando rapidamente, com a tecnologia trazendo maior eficiência à essas operações.

Nesse sentido, a MXPLAN acaba de anunciar uma parceria estratégica com a Trackfy, com o objetivo de transformar a gestão de paradas nas instalações industriais. Com mais de 25 anos de experiência, a MXPLAN é pioneira no desenvolvimento de Sistemas Integrados de Engenharia e Manutenção (SIEM) e na implementação de softwares de planejamento. Por sua vez, a Trackfy é uma startup especializada em monitoramento em tempo real e inteligência de dados, utilizando tecnologia avançada para aumentar a produtividade, reduzir riscos de sinistros e otimizar processos em ambientes industriais e canteiros de obras.

“O mundo mudou e a tecnologia precisa estar integrada ao planejamento para garantir decisões rápidas e precisas”, explica Bruno Cesar Vasconcellos, CEO da MXPLAN.

A necessidade de inovação no setor industrial é urgente. Segundo um estudo da McKinsey & Company, a manutenção e projetos industriais, aprimorados por inteligência artificial e IoT, podem apresentar reduções de até 30% nos custos operacionais e 20% de aumento de produtividade. 

No Brasil, o cenário também reflete essa evolução. O último levantamento do Senai e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que 69% das grandes indústrias investem em digitalização e automação para otimizar seus processos. Ainda assim, muitas operações sofrem com a falta de visibilidade sobre suas equipes, baixa previsibilidade e dificuldades em correlacionar dados para tomadas de decisão estratégicas.

“A gestão de paradas industriais é um dos maiores desafios do setor, exigindo planejamento detalhado, controle rigoroso de equipes e processos, além de uma resposta ágil a imprevistos. É exatamente nesse contexto que a MXPLAN e a Trackfy unem forças para transformar a realidade do setor”, destaca Bruno.

O que essa integração tecnológica muda na prática? 

A parceria entre as empresas garante um novo nível de gestão para operações industriais, proporcionando um Monitoramento contínuo, onde o sistema acompanha em tempo real a execução das atividades e a presença das equipes no campo, reduzindo falhas e melhorando a alocação de recursos; Inteligência de dados aplicada, onde a tecnologia cruza informações operacionais para identificar padrões, prever gargalos e otimizar planejamentos; Segurança aprimorada, em um ambiente industrial, riscos são inevitáveis, mas com monitoramento preciso, é possível reduzir incidentes e garantir mais proteção para os trabalhadores e a Tomada de decisão que é baseada em dados reais, onde não há mais espaço para achismos. As operações ganham previsibilidade e controle total, evitando atrasos e reduzindo custos inesperados.Tudo isso, em total conformidade com as leis trabalhistas e de proteção de dados aplicáveis.

“O segredo está nos dados. Imagine ter, na palma da mão, um dashboard que mostra com exatidão onde estão os times, como estão os processos e onde há atrasos. E, assim, poder corrigir falhas antes que elas causem impacto real na operação”, destaca Bruno Cesar.

De acordo com o CEO da MXPLAN, a tecnologia da Trackfy reforça a cultura de segurança da empresa. “Está totalmente alinhado com a nossa visão e com a nossa meta de manter zero acidentes reportáveis, graças, também, à funcionalidade do botão de pânico”, afirma.

Para Tulio Cerviño, CEO da Trackfy, a preocupação com a segurança e o bem-estar dos trabalhadores é justamente um dos pilares dessa inovação. “A tecnologia deve servir não apenas para melhorar a eficiência, mas também para cuidar das pessoas. A nossa parceria com a MXPLAN garante que todas as equipes estejam seguras, permitindo um ambiente de trabalho mais protegido e humano”.

Tulio Cerviño, CEO da Trackfy

A digitalização faz toda a diferença para operações complexas. Em grandes indústrias, uma única parada pode envolver milhares de trabalhadores, centenas de fornecedores e dezenas de processos simultâneos. Um erro pode representar milhões de reais em perdas.

“Com a nova tecnologia é possível segmentar e monitorar as paradas por área, zona, recurso, empresa e outras variáveis críticas, garantindo um planejamento muito mais assertivo. Isso significa mais eficiência, menos atrasos e maior controle sobre a performance da equipe e da operação como um todo”, conclui Bruno Cesar.

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Credito foto: ecommerceupdate.org

Especialista da AIDA explica como a nova geração de IA Generativa consegue aumentar a qualidade dos atendimentos ao cliente

A inteligência artificial (IA) já tinha capacidade de entender a linguagem dos clientes, avaliar suas demandas e encaminhá-las para os setores mais adequados, tornando o atendimento mais eficiente e ágil. Foi assim que ela se consolidou como um pilar para organizações do varejo. Agora, com a ascensão da IA Generativa, a tecnologia deu um passo além: passou a oferecer interações mais personalizadas, capazes de realmente compreender o comportamento do consumidor. De acordo com a pesquisa BoF-McKinsey State of Fashion, 79% dos clientes esperam que a IA entenda suas necessidades e ofereça recomendações mais precisas.

“Imagine um cenário onde o sistema detecta que boa parte dos clientes está insatisfeita com o tempo de espera nas filas ou com a falta de estoque, por exemplo. Ou que determinado produto ou promoção cause mais irritação no tom de voz do que a média. Com essas informações tão específicas em mãos, a ferramenta pode sugerir uma abordagem mais empática dos vendedores ou outras melhorias que retenham esse consumidor. Como bônus, a loja passa a ter acesso a um valioso banco de dados organizado, extraído de seus próprios atendimentos”, explica Carlos Sena, fundador da AIDA, uma plataforma de Inteligência Artificial Generativa (GenAI) focada em decifrar a Voz do Cliente.

Essa solução não se limita a interpretar as palavras ditas, como fazem os chatbots, mas analisa também os regionalismos, as emoções e o contexto daquela interação. Isso permite identificar padrões de comportamento e pontos críticos de melhoria, oferecendo insights para elevar a satisfação e a fidelização dos clientes.

A partir da análise dessas interações, é possível antecipar certos comportamentos e necessidades dos clientes, viabilizando o desenvolvimento de estratégias de vendas mais personalizadas e experiências mais satisfatórias, para serem usadas como referência. “Não se trata apenas de resolver problemas, mas de aprender com eles”, continua Sena.

Ou seja: além de diminuir o tempo de resposta no atendimento, a IA também contribui para a capacitação das equipes de vendas e suporte. Prova da eficácia desse método no longo prazo é um estudo da McKinsey, em que empresas que utilizam IA para treinamento de colaboradores registraram um aumento na eficiência operacional. Dessa forma, a partir dos dados e insights coletados sobre o público estratégico, a plataforma pode ser utilizada como um auxiliar no treinamento do time de varejo.

“Com um atendimento mais eficiente, as taxas de retenção e satisfação tendem a aumentar, enquanto os custos operacionais são reduzidos. A IA não substitui o vendedor ou o atendente humano, muito pelo contrário; entendemos que ele é extremamente necessário. Mas ela empodera estes profissionais com as ferramentas que faltavam para que possam oferecer as melhores soluções possíveis”, conclui Carlos Sena.

Sobre a AIDA

A AIDA é uma plataforma de Inteligência Artificial Generativa que revoluciona a maneira como empresas entendem e interagem com seus clientes. Por meio da análise de ligações e chats, cria resumos detalhados, identifica intenções, extrai métricas críticas e revela insights estratégicos – conectando negócios à verdadeira Voz do Cliente. Fundada em 2023, a AIDA nasceu com a ideia de explorar o potencial da IA generativa em resolver os desafios do mercado de Experiência do Cliente. Pioneira, com um time multidisciplinar e abordagem inovadora, se destaca como parceira estratégica na transformação de dados em valor real.

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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