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download“Aumentar os juros não vai contribuir em nada para diminuir a inflação, até porque, o crescimento do PIB deste ano deve ser zero,  logo, não há como frear a economia. Para levar a inflação a níveis mais baixos é preciso urgentemente diminuir o custo de se produzir no Brasil e incentivar investimentos que aumentem a oferta e a concorrência. A decisão que o Copom acaba de adotar de aumentar a Selic para 11,25% ao ano não atende às necessidades do Brasil. Os juros altos esgotaram-se como único mecanismo de controle à inflação. Precisamos, sim, de ações estruturadas em médio e longo prazos para que a taxa básica de juros do Brasil deixe de ser refém do problema fiscal. Com o capital político conquistado com a reeleição, mas também precisando ouvir o clamor por mudanças de quase 50% do eleitorado que não votou nela, a presidente Dilma Rousseff precisa articular, rapidamente, forças que lhe permitam reduzir o déficit orçamentário e, consequentemente, a pressão sobre os juros. O alto custo do capital prejudica o aporte de investimento em empreendimentos produtivos.

 

O único caminho para voltarmos a crescer, sem inflação, é realizar mudanças profundas nas políticas fiscal e industrial, além de aumentar a competitividade para se produzir no Brasil a custos mais baixos. O custo de produção no Brasil é pelo menos 34% superior ao dos nossos concorrentes. Na indústria de transformação do plástico, que reúne 11.670 empresas, já começamos a sentir os reflexos na redução de postos de trabalho. Estamos operando com 67% a 70% de nossa capacidade, quando o normal é de 75% a 80%. A previsão para o fechamento do ano é de crescimento próximo a zero ou até mesmo negativo”.

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Medidas do governo beneficiam os setores de plásticos, têxtil, materiais elétricos, móveis, autopeças, naval, aéreo, bens de capital mecânico, hotéis e ônibus

O ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou uma série de medidas de estímulos à indústria nacional. A cerimônia, no início da semana, no Palácio do Planalto, em Brasília, contou com a participação dos também ministros Fernando Pimentel(Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), além da presidente da República, Dilma Rousseff.

A iniciativa faz parte da segunda etapa do programa Brasil Maior e é dirigido especialmente para a indústria nacional que tem sofrido, sobretudo com a carga tributária, baixa competitividade, concorrência dos importados e altos custos com a folha de pagamento.

Os setores beneficiados são plásticos, têxtil, materiais elétricos, móveis, autopeças, naval, aéreo, bens de capital mecânico, hotéis e ônibus. Estas foram as principais medidas anunciadas:

-11 setores não recolherão mais a contribuição patronal do INSS sobre a folha salarial e vão pagar um porcentual de 1% a 2% sobre o faturamento bruto.

-Adiamento do recolhimento de PIS e COFINS para cinco setores: autopeças, confecção, calcados, móveis e têxtil. O pagamento de abril e maio deste ano será postergado para, respectivamente, novembro e dezembro.

-Subsídio de R$45 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ampliação de suas linhas de crédito.

-Aporte de R$6,5 bilhões para compensar as taxas de juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

-Reforço de R$1,9 bilhão para as linhas de financiamento à exportação.

-Aumento de R$1,24 bilhão para R$3,1 bilhões dos recursos para os programas oficiais de financiamento à exportação em 2012.

-R$10 bilhões de crédito para capital de giro do BNDES.

-As montadoras ficam isentas do aumento de 30 pontos percentuais do IPI, se cumprirem requisitos estipulados pelo governo de 2013 a 2017.

Tão logo anunciadas às medidas pelo governo, líderes de vários setores repercutiram cautelosamente sobre o impacto do novo pacote. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf, as medidas são positivas, mas apenas temporárias. Já Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o plano poderá reverter o quadro de baixo dinamismo da atividade industrial observado no início deste ano. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato, observa que as medidas são pontuais porém, precisam atuar mais objetivamente para estimular o aumento da produtividade das empresas.

Atrelado ao pacote para a indústria, ontem, 4 de abril, a pedido do governo federal, o Banco do Brasil anunciou corte de juro para as pessoas físicas e micro e pequenas empresas. As linhas de crédito destinadas ao consumidor foram as mais beneficiadas. As novas taxas valem a partir de 12 de abril.

Com a redução das margens praticadas nos empréstimos – o chamado spread bancário – o BB pode diminuir o juro aos clientes. Entre as linhas favorecidas está o de financiamento de veículos que cairá até 0,99% ao mês. No cartão de crédito, a taxa do crédito rotativo será de até 3% ao mês. Os aposentados, através do crédito consignado, terão taxas entre 0,85% e máximo de 1,8% ao mês. Com esta ação o governo tenta pressionar outros bancos, principalmente da iniciativa privada, a também baixar suas taxas de juros.

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José Ricardo Roriz Coelho*

 Neste momento em que a economia nacional começa a sentir os impactos negativos da desindustrialização, provocada pelo câmbio sobrevalorizado, juros e impostos muito elevados e a concorrência desigual de países como a China, é muito importante ficarmos atentos para outro grave problema que reduz a competitividade do País: a corrupção. São muito preocupantes as denúncias recentes, escancaradas pela mídia, relativas a fraudes de licitação na Petrobrás, cuja estrutura produtiva afeta toda a cadeia da indústria do plástico, majoração aparentemente anormal de obras públicas em São Paulo e escândalo no Ministério dos Transportes.  

É preciso entender que notícias como essas e a efetiva e lamentável prática da improbidade no setor público têm duplo efeito nocivo no grau de competitividade de um país. A primeira consequência refere-se, de modo direto, ao custo das obras e serviços, agravado pelo pagamento de propinas a agentes inescrupulosos dos distintos escalões da máquina governamental. Ou seja, faz-se menos com um orçamento que poderia resultar em muito mais. A segunda questão diz respeito à imagem negativa, que inibe investimentos e cria um ambiente cada vez menos propício  à realização de negócios.

Não é sem razão, portanto, que as economias mais corruptas são também as menos competitivas,segundo estudos da Transparência Internacional. E, infelizmente, no rankingmais atual dessa instituição, referente a 2011, o Brasil continua ocupando posição bastante desconfortável, motivada, certamente, pela frequência de notícias como as dos “mensalões”, “anões do orçamento”, “vampiros da saúde”, “sanguessugas” e fatos recentes, como o da Petrobras e do Ministério dos Transportes.

Apenas para lembrar e manter governo e a sociedade vigilantes, o relatório anual 2010 da Transparência Internacional indicava que a percepção de corrupção no setor público brasileiro havia se mantido inalterada desde 2009. A pontuação dada ao país foi de  3,7, numa escala de zero a dez. Nossa baixa nota, dentre 178 nações, nos coloca na 69ª posição. Isto significa que há 68 países menos corruptos do que o Brasil. Não se trata, definitivamente, de algo compatível com uma economia que já figura entre as maiores e dos anseios de 190 milhões de habitantes quanto ao crescimento sustentado e o desenvolvimento.

Os indicadores da Transparência Internacional, que nos colocam ao lado de Cuba, Montenegro e Romênia, são corroborados por percepções e pesquisas de distintos organismos de fomento do intercâmbio econômico, que coincidem em apontar que, dentre os principais inibidores de investimentos estrangeiros no Brasil, estão a corrupção e a burocracia exageradas. De fato, são duas ervas daninhas interligadas, pois faz parte do lamentável processo de improbidade a prática de criar dificuldades para vender facilidades.

O problema – somado aos demais algozes das empresas brasileiras, como os juros mais altos do mundo, o câmbio equivocado, os impostos extorsivos e a concorrência desleal de nações que não se pautam por condutas comerciais civilizadas – está causando grandes danos à competitividade do País. A presidente Dilma Rousseff, que agiu de modo correto no caso do Ministério dos Transportes, antecipando-se aos fatos, apontando sua estranheza com o aumento dos preços das obras e tomando as medidas saneadoras necessárias, tem todo o apoio da sociedade e dos setores produtivos para realizar uma cruzada nacional contra a corrupção. Vencer este inimigo público da competitividade e do desenvolvimento é uma das prioridades nacionais.

 *José Ricardo Roriz Coelho é presidente da AssociaçãoBrasileira da Indústria de Plástico (Abiplast) e da Vitopel e diretor titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP.

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A reforma essencial

João Francisco Salomão*

Em 2011, a Constituição de 1988 completará 23 anos. Desde sua promulgação, preconiza-se a realização de reformas estruturais para corrigir algumas de suas distorções. Os próprios constituintes reconheciam a necessidade desse aperfeiçoamento. Tanto assim, que o capítulo das disposições transitórias da Carta previa facilidades para o trâmite de emendas no período subseqüente de cinco anos, com aprovação por maioria simples, em sessão conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados.  Perdeu-se a oportunidade, pois, extinguido o prazo, passaram a vigorar dois turnos de votações em cada uma das casas legislativas e necessidade de voto favorável de dois terços dos parlamentares.

Durante mais de duas décadas, ante a impossibilidade de um acordo político com olhar nacional e acima dos interesses partidários e de grupos, adotaram-se medidas paliativas para atenuar graves problemas, como o sistema tributário oneroso e burocrático, os altos custos dos encargos trabalhistas, o crescente déficit previdenciário e os exagerados gastos do setor público. Essas questões não resolvidas são os grandes obstáculos ao pleno desenvolvimento brasileiro. Assim, mesmo considerando os avanços da economia e o ritmo de crescimento de nosso PIB, não há exagero em afirmar que o País estaria muito melhor se tivesse empreendido todas essas reformas estruturais.

A grande pergunta refere-se ao porquê de não ter realizado. A resposta é inequívoca: porque faltou fazer a principal reforma: a política, essencial para mitigar o vício do fisiologismo, das negociações espúrias, do tráfico de influência e dos acordos partidários selados ao léu de ideologias e do bem maior do Brasil, apenas para atender e acomodar interesses de pessoas, grupos, partidos e acordos de bastidores referentes ao poder. Essas distorções refletem-se no Executivo e no Legislativo, com exagerada interferência, nem sempre transparente, na agenda de prioridades nacionais, prejudicando muito os setores produtivos, reduzindo o potencial de crescimento e limitando os investimentos e a criação de empregos.

Assim, é fundamental que se realize, com urgência, a reforma política. Para melhorar muito todos aqueles problemas, há alguns pontos prioritários, que reduziriam as possibilidades de acordos sub-reptícios, atenuariam o fisiologismo e impediriam que a agenda produtiva e econômica fosse demasiadamente prejudicada. Dentre os itens prioritários está a valorização dos partidos políticos, com maior respeito aos seus programas, mais transparência e rigor no processo de financiamento de campanhas e voto distrital misto para as eleições proporcionais, ampliando o compromisso direto do deputado com sua base eleitoral e a fiscalização de seus atos por quem lhe concedeu o voto.

Considerando a importância da reforma política e a expectativa de que ela viabilize as demais (tributária/fiscal, trabalhista e previdenciária), é animador o resultado da recente pesquisa que indica ser a medida uma aspiração de 66% dos parlamentares empossados em fevereiro. Que a positiva disposição não se perca na mesmice de tantas outras legislaturas e seja reforçada por firme atitude da presidente Dilma Rousseff no sentido de que a Nação conte com esse imprescindível avanço institucional e democrático!

*João Francisco Salomão é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre — FIEAC (salomao@fieac.org.br).

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O Ministro Aloizio Mercadante, de Ciência e Tecnologia, que acompanha a presidente Dilma Rousseff na visita oficial à China, disse, na noite desta quarta-feira, 13, que entende a preocupação da ABINEE(Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) em relação à intenção da empresa Foxconn de investir US$ 12 bilhões no Brasil nos próximos cinco anos para produzir displays (telas de computador e tablets), prevendo a contratação de 100 mil profissionais.

O secretário executivo do MCT, Luís Antônio Elias, informou que Mercadante receberá Humberto Barbato,presidente da entidade, assim que voltar da viagem, para esclarecer os pontos referentes ao anúncio. O volume de investimentos e a intenção de contratação divulgados são vistos com cautela pelo presidente da ABINEE. Ele salienta que todo investimento produtivo no país é bem-vindo, porém destaca que os números são exagerados para a realidade do Brasil.

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A presidente Dilma Rousseff  visita a China amanhã, a partir de hoje,11 de abril, para firmar acordos diplomáticos entre Brasil e China, que envolvem as áreas de tecnologia e infraestrutura, com o intuito de que a China seja mais do que uma compradora de terras, soja e minérios.

A presidente solicitou ao Itamaraty que agendasse visitas a empresários e empresas de tecnologia digital. Dilma pretende voltar com contrato de US$ 200 milhões para que a ZTE (eletroeletrônica) comece a se instalar em Hortolândia (SP).

Para a assinatura dos presidentes destes países há três acordos envolvendo grandes empresas estatais e que são relevantes para a captação de tecnologia. Segundo o jornal Estado de São Paulo de hoje,a Eletrobrás e a State Grid irão desenvolver linhas de transmissão de energia a longa distância. A Petrobrás e a Sinopec fecharão acordos nas áreas de tecnologia de prospecção e pesquisas geológicas.

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Entenda um pouco mais sobre o MDIC para este ano,no artigo a seguir, cujas ações  mexem diretamente com a economia brasileira.Por Juan Quirós*

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é estratégico para a remoção dos empecilhos às atividades produtivas, fomento da iniciativa privada, modernização crescente da economia e competitividade do Brasil e suas empresas no comércio exterior. Trata-se, portanto, de um organismo articulador da interação entre os setores público e privado e de ações e políticas voltadas àqueles objetivos, perante pastas como a da Fazenda, Planejamento e Ciência e Tecnologia, bem como autarquias, empresas de economia mista e bancos oficiais.

Definem-se, assim, as vocações do MDIC. Mais do que nunca, dada a afinidade política e pessoal do ministro Fernando Pimentel com a presidente Dilma Rousseff, o órgão tem condições de cumprir seu importante papel, como ocorreu no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi um dos principais responsáveis por uma série de medidas de estímulo ao crescimento e pelo grande salto das exportações no período.

Na presente conjuntura econômica nacional e mundial, são duas as prioridades: defesa comercial e apoio à indústria. Atendê-las é um intrincado desafio para o Ministério, a começar pelo fortalecimento de seu Departamento de Defesa Comercial. O Brasil não pode continuar exposto à verdadeira guerra cambial “declarada” pela China e, de modo mais discreto, encampada pelos Estados Unidos e outros países. Ademais, a subvalorização de algumas moedas soma-se, em algumas nações, a práticas pouco civilizadas e estranhas às leis de mercado, como salários abaixo da linha da dignidade, despreocupação ambiental, subsídios estatais exacerbados e descuido com o controle de qualidade. Tudo isso estabelece concorrência desigual com os produtos brasileiros.

Como se não bastasse, nossas empresas ainda enfrentam as agruras do “Custo Brasil”, composto principalmente pelos juros e tributos muito altos, os encargos incidentes sobre os salários e a deficiência da infraestrutura de transportes. Há, ainda, a crescente e insensata guerra fiscal entre os Estados, travada à revelia do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). Acrescentam-se ao “pacote” de nossas desvantagens competitivas as amarras da burocracia.

Cabe ao MDIC atuar com firmeza no sentido de mitigar esses obstáculos. Para isso, são imprescindíveis articulações no sentido de que se realizem as reformas tributária/fiscal e trabalhista, desonerando-se a produção, bem como o fomento de uma eficiente política de exportações, para uma nova arrancada das empresas no mercado internacional. Neste particular, é premente o fortalecimento da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Outra ação urgente é tirar do papel e colocar em prática a política industrial que contabiliza poucos resultados práticos até hoje, pois ela é importante para a estratégia de atração de novos investimentos produtivos.

Como se percebe, é substantiva a agenda da Pasta, que precisa posicionar-se como ombudsman do governo para auscultar os setores produtivos e funcionar como um facilitador do mundo corporativo na emaranhada estrutura da máquina estatal. Caso o MDIC não responda a essas expectativas inerentes ao seu “DNA”, os empresários procurarão outros interlocutores na Esplanada dos Ministérios, como ocorreu em passado recente. Isto seria péssimo, pois segmentaria sobremaneira o diálogo entre os setores público e privado, dificultando a implementação de medidas primordiais para o País.

*Juan Quirós é empresário e presidente, do Grupo Advento e vice-presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base)

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) é estratégico para a remoção dos empecilhos às atividades produtivas, fomento da iniciativa privada, modernização crescente da economia e competitividade do Brasil e suas empresas no comércio exterior. Trata-se, portanto, de um organismo articulador da interação entre os setores público e privado e de ações e políticas voltadas àqueles objetivos, perante pastas como a da Fazenda, Planejamento e Ciência e Tecnologia, bem como autarquias, empresas de economia mista e bancos oficiais.

Definem-se, assim, as vocações do MDIC. Mais do que nunca, dada a afinidade política e pessoal do ministro Fernando Pimentel com a presidente Dilma Rousseff, o órgão tem condições de cumprir seu importante papel, como ocorreu no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi um dos principais responsáveis por uma série de medidas de estímulo ao crescimento e pelo grande salto das exportações no período.

Na presente conjuntura econômica nacional e mundial, são duas as prioridades: defesa comercial e apoio à indústria. Atendê-las é um intrincado desafio para o Ministério, a começar pelo fortalecimento de seu Departamento de Defesa Comercial. O Brasil não pode continuar exposto à verdadeira guerra cambial “declarada” pela China e, de modo mais discreto, encampada pelos Estados Unidos e outros países. Ademais, a subvalorização de algumas moedas soma-se, em algumas nações, a práticas pouco civilizadas e estranhas às leis de mercado, como salários abaixo da linha da dignidade, despreocupação ambiental, subsídios estatais exacerbados e descuido com o controle de qualidade. Tudo isso estabelece concorrência desigual com os produtos brasileiros.

Como se não bastasse, nossas empresas ainda enfrentam as agruras do “Custo Brasil”, composto principalmente pelos juros e tributos muito altos, os encargos incidentes sobre os salários e a deficiência da infraestrutura de transportes. Há, ainda, a crescente e insensata guerra fiscal entre os Estados, travada à revelia do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). Acrescentam-se ao “pacote” de nossas desvantagens competitivas as amarras da burocracia.

Cabe ao MDIC atuar com firmeza no sentido de mitigar esses obstáculos. Para isso, são imprescindíveis articulações no sentido de que se realizem as reformas tributária/fiscal e trabalhista, desonerando-se a produção, bem como o fomento de uma eficiente política de exportações, para uma nova arrancada das empresas no mercado internacional. Neste particular, é premente o fortalecimento da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Outra ação urgente é tirar do papel e colocar em prática a política industrial que contabiliza poucos resultados práticos até hoje, pois ela é importante para a estratégia de atração de novos investimentos produtivos.

Como se percebe, é substantiva a agenda da Pasta, que precisa posicionar-se como ombudsman do governo para auscultar os setores produtivos e funcionar como um facilitador do mundo corporativo na emaranhada estrutura da máquina estatal. Caso o MDIC não responda a essas expectativas inerentes ao seu “DNA”, os empresários procurarão outros interlocutores na Esplanada dos Ministérios, como ocorreu em passado recente. Isto seria péssimo, pois segmentaria sobremaneira o diálogo entre os setores público e privado, dificultando a implementação de medidas primordiais para o País.

*Juan Quirós é empresário e presidente, do Grupo Advento e vice-presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou no dia 29 de novembro, na Fiesp-Federação das Indústrias de São Paulo, que Medida Provisória será editada nos próximos o governo sobre a prorrogação por mais 12 meses, dos incentivos fiscais direcionados ao setor da construção.
Mantega atenta que as desonerações ajudaram o Brasil a sair da crise e deram ao setor a maior expansão em 2010, da ordem de 13%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) nacional deverá crescer 7,5%.

“As desonerações do IPI serão mantidas, assim como o regime atual para PIS e Cofins”, disse Mantega, logo após receber o troféu de Personalidade Pública oferecido pelas lideranças empresariais reunidas no 9º Construbusiness – Congresso Brasileiro da Construção.
Os resultados dos debates do Construbusiness, bem como o estudo elaborado pela LCA Consultores e Fundação Getúlio Vargas, serão entregues em janeiro próximo à presidente eleita Dilma Rousseff e ao governador eleito Geraldo Alckmin.

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Nova realidade

Icone Análise,Opinião,Pesquisa | Por em 15 de maio de 2009

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Não há como esconder os fatos: quando a indústria diminui a produção, os investimentos secam e as empresas iniciam cortes de pessoal, essas notícias estampam as manchetes dos jornais e viram chamada na TV. Isso tem acontecido com certa frequência nos últimos oito meses, é verdade. No entanto, muitos ainda não perceberam que o mundo mudou. Os lucros exorbitantes e os números cheios de zeros estão bem mais escassos. Por que estou escrevendo isso? Simplesmente porque o noticiário está constantemente comparando qualquer número recém-divulgado a uma realidade totalmente diferente. E mais: quando esse número é positivo, mesmo que timidamente, o lado bom da história fica em segundo plano.

fiesp_150509

Exemplifico: na quinta-feira, 14, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou um estudo que mostra a criação de 19 mil postos de trabalho na indústria paulista – um crescimento de 0,80% em abril em relação a março. No site da entidade, essa é a notícia.

estadao_150509Entretanto, o mesmo fato foi noticiado de outra maneira pelo “Estadão” de hoje: “Emprego na indústria paulista tem pior abril desde 2006”. Respeito “O Estado de S. Paulo” e o tenho como referência em jornalismo sério e competente. Porém, como queremos que a indústria reaja se estamos constantemente “vendendo” este tipo de informação? Não defendo “tapar o sol com a peneira”, muito menos ignorar os fatos. No entanto, há maneiras e maneiras de se contar uma história. O próprio “Estadão” informa no texto que recheia esta manchete:

“Na variação sem ajuste sazonal, o emprego na indústria paulista subiu, pelo segundo mês consecutivo. Em abril, a alta foi de 0,80%, ante março, o que representou a contratação de 19 mil trabalhadores. Esse resultado está totalmente relacionado ao setor de açúcar e álcool, uma vez que esse saldo positivo de 19 mil contratações reflete a admissão, principalmente, de 28.207 pessoas nestes setores, enquanto houve demissões de 9.207 empregados nos demais segmentos industriais.”

Percebe?

Voltando a questão da nova realidade que mencionei acima, é preciso entender, no meu ponto de vista, que qualquer reflexo positivo da indústria é um sinal de que tempos melhores estão a caminho. Se não pensarmos assim, que parem as máquinas! Vamos todos então  sentar no gramado da fábrica e esperar o sinal para voltar para casa.

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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