Não tão simples assim
Divulgue esta notícia! | Por em 18 de agosto de 2009
O Fundo Monetário Internacional, FMI, divulgou nesta terça-feira, 18 de agosto, artigo de autoria de seu economista-chefe Olivier Blanchard, no qual ele afirma que a recuperação econômica global começou, mas sua sustentação vai demandar que os Estados Unidos voltem a mirar as exportações, e a Ásia, as importações: “A produção econômica potencial pode ser mais baixa do que era antes do início da crise. A recuperação não será simples, pois a crise deixou marcas profundas, que afetarão tanto a oferta quanto a demanda ainda por muitos anos”.
De acordo com Blanchard, o consumo dos EUA, que responde por cerca de 70% da atividade econômica do país e por uma grande fatia da demanda global, não voltará rapidamente ao ritmo pré-crise, já que as famílias enfrentam trilhões de dólares em prejuízo com o colapso do setor imobiliário e dos mercados acionários: “A crise financeira tornou os norte-americanos mais conscientes em relação a um tipo de risco que não tende a acontecer, mas quando acontece traz consequências devastadoras”.
Isso significa que os consumidores norte-americanos não devem retomar seu padrão de consumo acelerado e que, tanto os EUA quanto seus parceiros comerciais, terão que se adaptar a isso. Países asiáticos emergentes, especialmente a China, devem desempenhar um papel importante nessa questão. “Do ponto de vista dos EUA, uma redução do superávit em conta corrente da China vai ajudar a aumentar a demanda e sustentar a recuperação norte-americana. Isso resultará em mais importações dos EUA, o que pode ajudar a sustentar a recuperação global.”
Mas, para impulsionar a demanda doméstica, a China vai precisar proporcionar uma segurança social mais forte e aumentar o acesso das famílias ao crédito, o que encorajaria os consumidores a poupar menos e gastar mais. “Tanto uma maior demanda por importação na China quanto um yuan forte vão aumentar o valor líquido das exportações dos EUA.”
Fonte: Reuters