Índia deseja ampliar acordo tarifário com Mercosul
Economia,Iniciativa,Perspectivas | Por em 6 de setembro de 2010
Retorno das negociações, previsto para novembro deste ano poderá ser o início de um acordo de livre comércio, segundo ministro indiano
O ministro da Indústria e Comércio da Índia, Jyotiraditya Scindia, afirmou nesta quinta-feira (2) que estuda, junto ao governo dos países do Mercosul, uma ampliação no acordo sobre redução de tarifas comerciais entre seu país e o bloco do Cone Sul.
O ministro deseja nova lista com produtos que ficaram de fora das negociações por serem considerados sensíveis.
“A ideia é aumentar a lista de preferências tarifárias […] Esperamos que até o final do ano avancemos nas negociações”, disse o ministro durante o Encontro Empresarial Brasil-Índia, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O primeiro Acordo de Preferências Tarifárias (APTF) foi negociado em 2005 e firmado somente em 2009. O acordo beneficia a importação e exportação de 452 produtos com redução ou isenção tarifária.
Alguns produtos, basicamente do setor agrícola, que ficaram de fora das negociações, como o açúcar, poderão entrar na nova lista. Em contrapartida, o Brasil também deverá abrir mais seu mercado aos indianos.
Scindia não afirmou, mas deu sinais de que as novas conversas, marcadas para o mês de novembro, serão tendenciosas a um acordo de livre comércio. Desde a criação do Mercosul, em 1991, o bloco só expandiu sua parceira de livre comércio com Israel.
O ministro indiano declarou que está empenhado para tirar o acordo do papel. Segundo ele, o governo indiano abriu mão de parcerias estratégicas com países desenvolvidos, particularmente os da Europa e Estados Unidos, e direcionou o foco na América Latina, especialmente no Brasil.
“Atualmente, após a crise financeira internacional, o fluxo comercial mais competitivo ficou concentrado nos países em desenvolvimento”, pontuou Scindia.
Para o ministro, a ampliação do acordo tarifário é estratégico para aumentar as trocas comerciais entre a Índia e os países membros do Mercosul.
Segundo ele, com o acordo em vigor, o fluxo comercial entre seu país e o bloco poderá alcançar US$ 30 bilhões, até 2030.
O diretor do Departamento de Relações Comerciais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, ressaltou que a entidade industrial é uma entusiasta a um acordo de livre comércio e explicou que o Brasil pode se tornar um grande parceiro dos indianos no fornecimento de comida e energia.
Fonte:Agência Indusnet Fiesp