CNI participa de diagnósticos para planos de menor emissão de gases
Iniciativa,Meio Ambiente Industrial,novidade | Por em 15 de abril de 2011
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) participará da elaboração de diagnósticos de setores industriais contemplados na Política Nacional de Mudança do Clima. Os estudos, feitos pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), devem ser concluídos este ano e servirão de base para a execução dos planos setoriais de redução das emissões de gases do efeito estufa.
Os planos devem ser apresentados ao governo federal até 15 de dezembro próximo, estabelece o decreto 7.390, de dezembro de 2010. Nos diagnósticos, serão analisadas as condições de produtividade, as tecnologias disponíveis e a regulamentação de cada setor em relação ao combate à mudança climática nos segmentos da indústria de transformação e bens duráveis, de química fina e de base, de papel e celulose, de mineração e de construção civil. A partir desses estudos, serão indicadas medidas para redução das emissões de gases do efeito estufa para cada setor.
Os estudos integram a agenda do setor público e privado para construção dos planos de combate à mudança do clima. Seminário realizado nesta quarta-feira, 13 de abril, na sede da CNI, em Brasília, abriu o ciclo de reuniões entre indústria e governo que discute os planos setoriais da Política Nacional de Mudança do Clima. O governo federal estabeleceu meta de redução de emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9% para 2020.
De acordo com a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, embora o desmatamento seja responsável por 60% das emissões brasileiras, o alcance da meta só é possível se houver contribuição do setor industrial, que responde apenas por 10% das emissões no país. “Devemos identificar a contribuição que deve ser dada pelo setor sem afetar a competitividade da indústria brasileira”, destacou. “Quanto antes o setor industrial se engajar nesse processo de construção dos planos, melhor, pois serão minimizados custos e também criadas oportunidades futuras de explorar mercados que hoje não existem”, completou.
O representante do Ministério do Meio Ambiente no seminário, Eduardo Assad, informou terem sido concluídos os planos para os setores de energia elétrica, transportes público urbano e agropecuário. Segundo ele, algumas ações traçadas nesses segmentos renderão oportunidades de negócios à indústria.. Exemplo disso, de acordo com Assad, é o incentivo ao uso de ônibus a etanol nas regiões metropolitanas. “Podemos incentivar o uso do B50, combustível que usa 50% de diesel e 50% de biocombustível, na frota de ônibus das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Por um lado, estimula a agricultura para produção de biodiesel. Por outro, incentiva a indústria a produzir motores para nova frota de ônibus”, concluiu.