Estudo do IPEA reforça posicionamento da ABINEE sobre questão cambial
Análise,Economia,Investimento | Por em 17 de agosto de 2011
Estudo do Ipea, divulgado na quinta-feira (11), mostra que a desvalorização cambial constatada em alguns países, como a China e os Estados Unidos, pode afetar o Brasil e anular as tarifas de proteção comercial negociadas OMC. O estudo aponta que a desvalorização cambial acaba também servindo como subsídios às exportações desses países e como sobretaxas às suas importações, transformando-se em barreiras mais eficazes que as tarifas aplicadas.
Segundo o presidente da ABINEE, Humberto Barbato, o trabalho do Ipea ratifica o que ele já vem apontando há muito tempo, e ilustra a concorrência que as empresas instaladas no Brasil enfrentam, principalmente, em relação aos produtos chineses. “A China usa a moeda desvalorizada como mecanismo de competitividade, ou seja, como subsídio direto. Em contrapartida, o câmbio brasileiro age de forma oposta, roubando a capacidade competitiva das empresas instaladas no país”, diz Barbato.
Ele acrescenta que o pacote de estímulos à indústria, aliado com outras medidas de combate à especulação no mercado financeiro, apenas servem como uma espécie de paliativo para uma questão mais ampla, que seria a promoção de mudanças no atual modelo de política cambial brasileiro. Ainda assim, enquanto a questão do câmbio – sujeita a fatores externos – não é equacionada, o presidente da ABINEE reforça a necessidade do país elevar a alíquota do Imposto sobre Importações de alguns produtos para até 35%, limite permitido pela OMC, como forma de amenizar o impacto nocivo da valorização do Real.