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Alan Souza Sales*

O mercado de energia está em franca expansão no Brasil. O País tem a vantagem de gerar energia de múltiplas formas como, por exemplo, a hidroelétrica, eólica e solar. Há bastante tempo as usinas que transformam a energia hidráulica de um curso de água em eletricidade renovável têm sido a matriz energética, mas nas últimas décadas houve boa expansão dos segmentos de usinas solares e parques eólicos. Afinal, os players dos novos setores já entenderam a necessidade de ter uma segurança perimetral mais eficiente e preventiva? 

Um grande entrave no segmento ainda é que muitas vezes no início da construção do canteiro de obras de uma usina solar, por exemplo, não se pensa na proteção do perímetro, pois o cronograma do projeto original, muitas vezes é um simplesmente uma ‘copia’ de outro país mais desenvolvido, que tem uma realidade bem diferente da nossa.

Há diversas empresas que seguem uma linha de construção de países europeus, onde não há necessidade de preocupação com a segurança do perímetro como no Brasil. Na verdade, em nosso país situação é bem outra. Temos um grande potencial energético extraordinário o que tem atraído muitos investidores, mas o problema é que há projetistas aqui que não se atentaram para o fato de que a segurança perimetral de uma usina solar, por exemplo, no Brasil é na verdade a parte mais importante do seu projeto. 

O que não deixa dúvida hoje é que o desenvolvimento expressivo nessas novas tecnologias (solar e eólica) foi bastante facilitado pela geografia e condições propícias para receber aportes. No passado foram investidos US$ 34,8 bilhões em fontes de energias renováveis, além de captura de carbono, hidrogênio verde e veículos elétricos. Até 2028, a projeção de investimentos para esses segmentos é de cerca de US$ 200 bilhões. E como essas alternativas de energia têm custo mais baixo, elas têm atraído outras empresas interessadas em fontes mais baratas. 

O fato concreto é que o setor elétrico está extremamente aquecido para construção de infraestrutura na geração, transmissão e distribuição de energia. São recursos fundamentais para a vida moderna por causa da infinidade de gadgets em uso como eletrodomésticos, celulares, computadores, além do sistema metroviário e ferroviário e agora os veículos automotivos que usam a eletricidade como fonte motriz. 

Muitas vezes quando algumas empresas investem no setor de energia e constroem uma usina fotovoltaica ou eólica, ou amplia subestações, priorizam a maior eficiência em geração, mas tradicionalmente fazem suas escolhas pelo preço, mesmo que ele tenha apenas uma pequena margem. O pensamento mais comum no investimento em eficiência enérgica é a sempre opção com menor custo e ponto final. 

O foco é a geração máxima de energia pelo mínimo em dinheiro. A grande complicação baseada neste conceito simples de retorno pelo menor valor é que o mercado não tem observado o setor de segurança perimetral como prioridade e há sempre a falsa ideia de que um ‘carro destrancado não vai ser roubado em locais desabitados ou isolados’. 

Na verdade, o roubo na infraestrutura energética abrange alguns aspectos singulares no Brasil. O primeiro é o prejuízo direto das instalações elétricas com os roubos de fios e cabos elétricos de cobre. Há o registro de uma companhia que perdeu cerca de 8 km de cabos num ataque a sua usina e convém ressaltar que estes tipos de produtos não são comprados no mercado usual. Então, vale refletir como seria o processo de receptação e quem ganha e perde neste comércio ilegal. Pela experiência no setor eletroeletrônico também se constatou que roubos de painéis fotovoltaicos costumam virar notícia na imprensa e o de fio não. 

De acordo com a consultoria Mordor Intelligence o tamanho do mercado de fios e cabos de distribuição de energia dos diversos tipos no Brasil é estimado em US$ 228,42 bilhões para este ano, e deverá atingir US$ 298,53 bilhões até 2029, expandindo 5,5%, de acordo com a Taxa Composta de Crescimento (CAGR) durante o período previsto (2024-2029).

É sabido no setor que o fio de cobre não é tão complicado de ser retirado das instalações e por outro lado existem bobinas que chegam a valer R$ 300 mil nas compras oficiais. Já houve uma outra ocorrência marcante com outros dispositivos de geração em que 160 painéis foram levados de uma vez de uma usina solar. Relatos que circulam no setor alertam que em algumas usinas fotovoltaicas de menor porte foram levados todos os seus cabos e placas solares. E inclusive houve uma usina que sofreu dois roubos significativos e acabou tendo que se retirar do negócio. 

O custo direto com o roubo da infraestrutura seria a primeira parte dessa situação crítica. A perda de equipamentos, assim sendo, pode produzir a interrupção total do fornecimento de energia ou parte dela. No caso da retirada dos cabos de cobre a interrupção geralmente é total. E cada dia parado significa uma perda expressiva no investimento de geração, porque simplesmente não se está produzindo o valor correspondente contratado. Enquanto o parque fotovoltaico não funciona, ele fatalmente está perdendo dinheiro. 

Uma perspectiva importante ainda é que o prejuízo no âmbito das subestações é muito grave, porque essas distribuidoras estão sob um contrato de fornecimento no qual a métrica é a continuidade do serviço. O descumprimento gera multas já que o acordado não foi entregue no período determinado. Além disso, é preocupante pensar que comunidades com 50 mil ou 100 mil pessoas no interior, precisam de energia para suas atividades e compromissos, e ter sua expectativa frustrada por um tempo mais longo. As subestações são, por consequência, grandes vítimas em roubos em razão dessa característica da sua operação. 

Existe ainda mais um inconveniente. Se a companhia de energia não investir em segurança ela pode ser roubada mais de uma vez. Os fios apanhados quase sempre estão no aterramento da fiação, porque são mais fáceis de serem arrancados ou estão mais visíveis. Depois do roubo, a falta de aterramento na subestação também pode provocar explosões e consequentemente gerar ainda mais prejuízos às vítimas. 

Em resumo, para se evitar essas dificuldades o investimento correto na segurança perimetral não tem alternativa e é o que irá impedir a interrupção total ou parcial da operação da empresa por roubo. Um sistema de resposta inteligente já inibe facilmente a maioria dos intrusos. As soluções de alta tecnologia perimetral por fibra óptica, por exemplo, detectam intrusões antes que elas ocorram com 100% de eficiência. Portanto, o modelo de segurança perimetral com fibra óptica garante total proteção e confiabilidade nas estruturas de geração, transmissão e distribuição de energia. 

Hoje, essas soluções avançadas com tecnologias de sensoriamento óptico para a proteção de perímetro e ativos do setor energético têm sido discutidas e atestadas como as mais inovadoras para o setor, inclusive em eventos técnicos que reúnem autoridades e grandes especialistas como o reconhecido Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE).   

*Alan Souza é Sales Enablement Specialist da Alfa Sense, deep tech especializada em desenvolvimento e fabricação de soluções avançadas em sensoriamento óptico no Brasil. ( https://www.alfasense.com.br/  ).

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As usinas elétricas de pequeno porte surgiram no final do século XIX e a primeira residência a ser abastecida por energia elétrica foi do inventor Lord Armstrong, em 1878, em Northumberland, na Inglaterra. Partiram do princípio da roda d’água utilizada por gregos e romanos para girar maquinários. No entanto, utilizava-se água em queda livre para gerar energia, provinda de desníveis naturais do solo de rios, represas e cachoeiras. 

Outra forma de gerar eletricidade é a partir de recursos naturais como com a força dos ventos, conhecida como energia eólica. Em 1887, na Escócia, o professor James Blyth instalou uma torre de dez metros de altura no jardim de sua residência, produzindo energia para iluminar o local. Daí para frente, aerogeradores (enormes turbinas eólicas) são instalados estrategicamente onde há mais constância de ventos fortes, como em regiões litorâneas, para captação de ventos e conversão em eletricidade. 

Memos com várias possibilidades diferentes de geração de energia, muitos países carecem de recursos naturais para geração de energia de maneira sustentável. Nesse sentido, como opção para países carentes de outras fontes energéticas para gerar eletricidade, criou-se a usina termelétrica – instalação industrial utilizada para a geração de energia elétrica através de um processo que libera energia pela queima de algum tipo de combustível. No entanto, esse é um tipo de energia suja, dada às fontes de calor utilizadas, como bagaços, madeira, óleo combustível, óleo diesel, gás natural, carvão natural e urânio enriquecido. 

Para o futuro a produção de energia vem ganhando uma tendência irreversível – e melhor, ao alcance do comércio, da indústria e de moradores residenciais. A energia fotovoltaica, conhecida popularmente como energia solar, é uma fonte de energia renovável proveniente do sol, considerada uma alternativa limpa por não emitir gases de efeito estufa. 

A primeira célula fotovoltaica surgiu em 1954, nos Estados Unidos, dando início à utilização dos painéis solares já em 1958. Porém, no Brasil, essa inovação só chegou em 2011 com a construção da usina de energia solar de Tauá, localizada no Estado do Ceará, porém, de lá para cá o setor elétrico compreendeu e se rendeu ao potencial desta opção de geração e têm sido um dos principais impulsionadores do crescimento da energia fotovoltaica nos últimos anos. Isso também se deve, em grande parte, às mudanças regulatórias que incentivam a adoção de fontes de energia renovável, como a solar, segunda maior fonte energética do Brasil. 

Com o aumento da adoção da energia solar, o setor elétrico tem a oportunidade de diversificar sua matriz energética e reduzir sua dependência de fontes de energia não renovável. Dessa forma, a energia solar pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e contribuir para a luta contra as mudanças climáticas. 

Os governos de vários países têm estabelecido políticas de incentivo à energia solar, como a criação de programas de subsídios e a implementação de incentivos fiscais. Essas políticas têm incentivado empresas e consumidores a realizar investimentos em painéis solares e outras tecnologias de geração de energia solar. Não à toa, dados recentes divulgados pela IRENA (Agência Internacional de Energias Renováveis), apontam que o Brasil se tornou o 8º maior gerador de energia solar do mundo. 

Após a implantação da Lei 14.300/2022, conhecida como Marco Legal da Geração Distribuída, a expectativa é de um crescimento ainda mais acelerado a curto prazo, visto a segurança jurídica que a lei proporciona. Diante desse fato, buscam-se cada vez mais alternativas limpas, que são extremamente benéficas ao planeta e a população. A construção de mais usinas solares vem crescendo constantemente, acompanhando a demanda que aumenta proporcionalmente. Segundo dados da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, o país ultrapassou a marca de um milhão de consumidores que geram a própria energia através de fonte solar. Com projeções altas, a previsão para este ano é que sejam injetados R$ 50 bilhões na economia do país. 

Ainda, conforme dados do setor, as gerações de energia solar ultrapassaram 17 GW, o que representa mais de 8% da capacidade total instalada na matriz energética brasileira, criando oportunidades no segmento com a geração de mais de 500 mil novos empregos. 

De acordo com o levantamento do Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026, a capacidade solar global dobrou nos últimos três anos, alcançando a marca de 1 terawatt, em abril de 2022, e a previsão é dobrar para 2,3 TW em 2025. O estudo acrescenta ainda que a energia advinda do sol é a renovável de mais rápido crescimento, representando mais da metade dos 302 GW de capacidade limpa instalada internacionalmente em 2021. 

O Brasil segue líder no mercado do segmento na América Latina, com estimativa de se tornar um dos principais players globais nos próximos anos, projetando alcançar 54 gigawatts (GW) de capacidade solar total até 2026. A demanda atual por essa inovação transfere esse legado para o futuro, aderindo a produção da própria energia, economizando, além do recurso financeiro, nossos recursos naturais. 

O gerente-geral da KRJ, Marcelo Mendes, que desenvolveu e lançou um conector para o mercado de energia solar, justifica o posicionamento da indústria como oportunidade de mercado. “A cada dia o mercado de energia solar registra um novo recorde de usinas instaladas e de empresas atuantes, entretanto, somente de 2 a 3% dos consumidores fazem uso dessa energia solar, mas a tendência é que, gradualmente, isso se torne mais acessível a todos”, diz Mendes, acrescentando que na matriz energética do país, a energia solar já é a segunda com maior capacidade de geração, só perdendo para as hidrelétricas. 

Com sua política definida, o setor elétrico segue aumentando progressivamente seus investimentos em infraestrutura para a integração de fontes de energia renovável na rede elétrica. Esses investimentos incluem a construção de novas linhas de transmissão e subestações, além do desenvolvimento de sistemas de armazenamento de energia para garantir a confiabilidade do fornecimento de energia, e o desenvolvimento de modernos conectores elétricos, componente fundamental para a instalação solar, proporcionando a transmissão de energia de forma segura e eficaz. 

A energia solar segue conquistando cada vez mais espaço na matriz energética brasileira, não só pela sustentabilidade, mas porque em toda a extensão territorial, o Brasil tem uma ótima incidência de raios solares. 

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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