Balança comercial do setor de equipamentos para a saúde apresenta déficit
Análise,Economia | Por em 22 de abril de 2014
Enquanto o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) divulgou os resultados da balança comercial brasileira que fechou 2013 com superávit de US$ 2,5 bilhões; o setor de equipamentos e produtos de saúde apresentou um déficit de US$ 4,1 bilhões. Representado pelos segmentos de materiais de consumo, equipamentos médico-hospitalares, implantes, laboratórios, odontologia e radiologia, o mercado brasileiro continua tendo dificuldades em competir com produtos importados.
O balanço acrescenta mais um ano de resultados negativos para o setor que, desde 2011, vem sofrendo com sua corrente de comércio. Nos últimos três anos registrou-se crescimento de 14% no total de importações paralelamente à queda de 10% no montante de exportações de produtos médicos e odontológicos.
Dentre os subsetores da indústria, aquele que mais se destacou com melhores resultados foi o odontológico com déficit comercial de apenas US$ 14 milhões em 2013. Em contrapartida, a área de laboratórios busca melhorias para reverter o mau desempenho e o saldo negativo que atinge a casa do bilhão de dólares.
Exportações – Balanço de 2013
Analisando os resultados nacionais do comércio exterior dos artigos e equipamentos médico-hospitalares, podemos identificar que o principal destino dos produtos brasileiros foram os Estados Unidos da América, que comprou mais de US$ 180 milhões das nossas empresas. Na sequência, temos a Argentina com US$ 76 milhões, o México com US$ 35 milhões, a Colômbia com US$ 33 milhões e a Venezuela com US$ 28 milhões. Juntos, estes cinco países do continente americano somam 48% do total de exportações brasileiras.
Eles têm sido parceiros do Brasil recebendo nossos produtos de forma constante, visto que a variação de exportações a estes mercados não ultrapassa 10% positivos ou negativos desde 2009.
De todos os seis subsetores que englobam o estudo, apenas dois conseguiram resultado positivo entre 2012 e 2013: o de implantes que aumentou em 3% suas exportações e o de radiologia que cresceu 15%. Mesmo tímido, este crescimento é bastante significativo, principalmente se comparado aos resultados das exportações de materiais de laboratórios (-49%), equipamentos médicos (-13%) e odontologia (-5%).
Considerado um dos setores vitais da economia mundial, a indústria de produtos para a saúde deve crescer nos próximos anos, gerando, assim, boas possibilidades de expansão para o mercado nacional. Porém, o que os números de 2013 refletem são a baixa competitividade da indústria brasileira que supre boa parte de sua demanda interna com importações diretas, principalmente dos itens de maior complexidade técnica.
Tendo em vista que o país conta com uma estrutura produtiva e tecnológica bastante heterogênea, o governo vem lançando iniciativas que estimulam a produção nacional. Além de mecanismos de compras públicas, regulação, incentivos fiscais ou de financiamento oferecidos pelo setor público, outras entidades criam propostas para estimular a produção e a exportação.
Fonte: Dehlicom