Países do Grupo Basic, que inclui o Brasil, apoiam acordo na COP 17
Economia,Evento,Meio Ambiente Industrial,Oportunidade | Por em 9 de dezembro de 2011
Os negociadores do Brasil, África do Sul, Índia e China (países que compõem o grupo Basic) na 17ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP 17), em Durban, na África do Sul, declararam nesta terça-feira, 06.12, que apóiam um segundo período do Protocolo de Kyoto e têm esperança de que o acordo aconteça até o final desta COP, daqui a três dias.
O anúncio, feito em coletiva de imprensa conjunta, reforça a recente mudança de posição da China, que até antes do início da COP17 era contra assinar um acordo legalmente vinculante (obrigatório) que prorrogue o Protocolo de Kyoto. O primeiro período do protocolo, assinado em 1997, entrou em vigor em 2008 e termina no ano que vem.
A analista de Meio Ambiente da CNI Paula Bennati, que acompanha em as negociações em Durban, avalia que a mudança de posição da China e o endosso da Índia, que nos últimos dias vinha se mostrando contrária ao acerto, devolve à mesa a possibilidade de se chegar a um acordo. “O grupo Basic é importante para as negociações, inclusive porque tem o mesmo posicionamento que o Grupo dos 77+ China. Uma pressão do Basic e da União Europeia pode forçar os Estados Unidos a reverem sua posição e aceitar algum acordo”, analisou.
Para a analista de Meio Ambiente da CNI, a consolidação do posicionamento conjunto dos países dos Basic e a eventual mudança de posição dos Estados Unidos podem trazer a bordo também Japão, Canadá, Rússia e Austrália, signatários do acordo inicial mas que declararam oficialmente que não ratificarão o segundo período de compromisso.
“Estamos trabalhando duramente para a renovação do Protocolo de Kyoto. Estamos dispostos a um esforço extra para garantir o segundo período”, declarou, na coletiva de imprensa, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Itamaraty, negociador-chefe do Brasil na COP 17. Quando questionado por jornalistas sobre o que seria “esforço extra”, Figueiredo respondeu que é “construir pontes” entre os países reticentes ao acordo.
Segundo Paula Bennati, a declaração da ministra do Meio Ambiente da África do Sul, Edna Molewa, de que o grupo Basic está negociando a adesão ao mapa do caminho (Road Map, na expressão em inglês) proposto pela União Europeia também adiciona otimismo às negociações.