Tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Machine Learning e Internet das Coisas (IoT) estão estabelecendo um novo padrão para a eficiência e forçando as empresas a revisitar seus planos de negócios para encontrar maneiras de incorporá-las. Uma área que já está colhendo benefícios diretos dessas tecnologias, em países onde foram implementadas em nível adequado, é o segmento de manufatura.
Essas tecnologias oferecem a oportunidade de otimizar processos de negócios, prever problemas futuros e aumentar a produtividade dos funcionários. Desta forma, quando a tecnologia é empregada corretamente, as fábricas tornam-se mais eficientes, o que significa lucros maiores e menores custos.
No Brasil, infelizmente, o cenário ainda é incipiente. Pesquisa de 2018 sobre Investimentos em Indústria 4.0 realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a indústria brasileira engatinha no que diz respeito à migração para tecnologias digitais, já que apenas 17% das empresas que investirão nestas tecnologias pretende investir em sistemas inteligentes de gestão e inteligência artificial. O relatório da CNI revela também que 77,8% das empresas estão nos estágios mais atrasados de aplicações de tecnologias. No estágio seguinte, no qual a integração das áreas é total, estão 20,5% das indústrias pesquisadas. E apenas 1,6% está na dianteira, com integração digital total e uso de inteligência artificial.
Inteligência Artificial e o agendamento do serviço em campo
A inteligência artificial é especialmente adequada para o agendamento. O processo de envio de técnicos para reparar equipamentos críticos é demorado, tedioso e, se feito utilizando processos antiquados, representa um uso ineficiente de recursos. Isso porque vários aspectos afetam a necessidade de reprogramar um compromisso de serviço, como o tempo impreciso e estimado de viagem e duração do trabalho, peças incorretas ou ausentes e até mesmo as condições climáticas. Os ajustes do cronograma são típicos, mas, para fins de eficiência, eles devem ser feitos rapidamente, e os humanos nem sempre têm os dados completos para resolver o problema de forma eficiente. Como resultado, pequenos contratempos transformam-se em grandes problemas logísticos.
A incorporação da IA ao cronograma permite que os gerentes calculem o tempo de viagem e otimizem a rota do técnico, levando em consideração as condições do tempo e do trânsito. Com base no histórico e no tipo de tarefa, ele também pode sinalizar os clientes com maior risco de cancelamento e responder de maneira proativa e eficaz. Isso economiza um tempo valioso, não apenas para o profissional, que agora pode participar de outros trabalhos, mas especialmente para os clientes.
Inteligência Artificial e a manutenção preditiva
Quando combinada à Internet das Coisas, a IA também pode ajudar a agendar compromissos proativamente com base no histórico de manutenção. A indústria de manufatura não pode perder tempo e produtividade por conta de falhas de equipamento não planejadas. A inteligência preditiva fornece um alerta antes que as máquinas quebrem, permitindo que a empresa agende antecipadamente o tempo para reparar ou substituir uma peça sem sofrer qualquer período de inatividade, mantendo o chão de fábrica funcionando no prazo e limitando as interrupções.
Apesar de algumas organizações já começarem a usar sensores e máquinas inteligentes, estamos apenas engatinhando. À medida que mais máquinas conectadas são implantadas, as fábricas poderão agregar dados históricos de desempenho em centenas de milhares de unidades, permitindo que as máquinas aprendam e identifiquem padrões em seu próprio desempenho para prever e evitar problemas. A inteligência artificial pode reduzir o tempo de inatividade do equipamento a zero.
Inteligência Artificial e os técnicos
O próximo passo após otimizar o agendamento e passar para modelos de manutenção preventiva é melhorar a eficiência dos técnicos e, novamente, a inteligência artificial é a protagonista. A proporção de ordens de serviço concluídas em uma visita – uma taxa fixada pela primeira vez – em relação ao total de ordens de serviço, aumenta as oportunidades de receita adicional de provedores de serviços devido ao aumento da capacidade. A satisfação do cliente também é melhorada pelo aumento da produtividade e pelo tempo médio reduzido para um determinado reparo, por conta de uma duração menor da interrupção, o que, por sua vez, aumenta a receita.
A IA e o machine learning também ajudam a garantir que o profissional mais adequado seja designado para um trabalho. Essas tecnologias podem analisar o histórico, as habilidades, a localização, a prioridade, as ferramentas e a disponibilidade da força de trabalho para garantir que seja enviada a pessoa certa para o trabalho. Esse processo complexo com múltiplas variáveis e contingências seria muito mais difícil para um humano.
A tecnologia do futuro já está aqui
É fato que a inteligência artificial e o machine learning permitem uma escala e velocidade de otimização praticamente impossíveis com processos puramente manuais. Os casos de uso mais comuns para IA no serviço em campo incluem programação mais inteligente e otimização de rota para reduzir o tempo de viagem. No entanto, a vantagem real vem do mapeamento da otimização para as metas de negócios – da conformidade com o SLA ao crescimento da receita – que permite que a IA encontre o caminho certo para cada resultado desejado.
Não é ficção científica e não é uma visão para o futuro. São soluções práticas baseadas em IA destinadas a solucionar problemas reais de gerenciamento da força de trabalho. A inteligência artificial permite que as organizações limitem o tempo que os trabalhadores humanos gastam em tarefas repetitivas e demoradas e otimiza todo o fluxo de trabalho do serviço em campo para maximizar a eficiência, cortar custos e manter uma vantagem competitiva.
Quando se fala em revolução, neste caso, na industrial, o primeiro fator a ser considerado para que ela se torne realidade é o humano. E é justamente com este foco que a Deloitte lança sua mais recente pesquisa “Sucesso Personificado na Quarta Revolução Industrial: quatro personalidades de liderança para uma era de mudança e incerteza”. Realizado em 19 países, com 2.042 executivos C-level, representantes de empresas com receita de mais de 1 bilhão de reais por ano, sendo 125 brasileiros, o estudo chega a quatro personas ou quatro perfis de liderança dentro do contexto de desenvolvimento da Indústria 4.0 no país e aponta que alguns estão progredindo mais do que outros ao entender melhor os desafios atuais nas quatro principais áreas de impacto: sociedade, estratégia, tecnologia e talento.
“Essa quarta revolução industrial é recente. E podemos dizer que, dentro de um conjunto de ações que a compõe, uma delas trata da junção e conexão dos ativos físicos de maneira digital, da Internet das Coisas (IoT), o que resulta em maior produtividade e um retorno melhor para o negócio. Diante disso, o Brasil tem avançado neste caminho, mas um avanço ainda tímido, centralizado em grandes corporações e isso precisa ser ampliado. Ocorre que os desafios que se colocam hoje para o Brasil são imensos, principalmente no que tange às pessoas. Por isso, a pesquisa foca nos líderes para traçar o atual panorama da Indústria 4.0 no país”, constata Othon Almeida, sócio-líder de Market Development e Talent da Deloitte.
Casas feitas na fábrica. Em um primeiro momento a ideia parece inviável, mas está prestes a se tornar parte do novo conceito de construção civil por meio da utilização de inovação e tecnologia no canteiro de obras. A iniciativa da empresa CMC Módulos Construtivos, do Grupo Lafaete, foi viabilizada através do apoio da EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) para a fabricação de peças no sistema Light Steel Frame (estrutura de aço leve) que possibilitará a montagem de residências ou estabelecimentos comerciais de médio e alto padrão.
A tecnologia possibilita a fabricação automatizada de módulos 2 e 3D, que gera painéis, banheiros e cozinhas que já vão prontos e acabados para a equipe de construtores, o que aumenta sua praticidade e diminui os transtornos causados por qualquer construção ou reforma. Cada peça é produzida de acordo com as medidas definidas previamente no projeto arquitetônico de cada cliente. As estruturas são mais leves do que as convencionais e não perde em segurança, oferecendo ainda desempenho termo-acústico (isolamento de temperaturas e ruídos) e evitando problemas com mofo ou proliferação de fungos pela umidade.
Segundo Vanderley John, coordenador do projeto e da unidade EMBRAPII Poli-USP, a tecnologia trará soluções para dois problemas da atualidade: aumento da produtividade, resultado da industrialização, e redução do impacto ambiental, resultado do uso de componentes leves que colaboram na redução de perdas nos canteiros de obras. “A EMBRAPII tem viabilizado somar experts com grande experiência de mercado com o conhecimento atualizado da universidade para desenvolver soluções inovadoras. Este apoio é o que viabiliza desenvolvimento de soluções mais avançadas com redução do risco associado a inovação.”
O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais (Apro) lançarão a segunda etapa do Projeto Objetiva – Empreendedorismo em Foco. A renovação do convênio, que tem como proposta capacitar e atualizar empresários do setor, será feita durante o Rio2C, o maior evento de criatividade e inovação da América Latina, entre os dias 23 e 28 de abri, Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. O Sebrae manterá no local um estande com várias atividades voltadas para a economia criativa.
A primeira etapa do convênio entre o Sebrae e a Apro foi firmada em 2013 e teve como objetivo capacitar empreendedores criativos do setor de audiovisual. Foi quando surgiu o Projeto Objetiva – Empreendedorismo em Foco, que contemplou aulas presenciais direcionadas ao público de audiovisual, com quatro módulos temáticos: Gestão e empreendedorismo, legislação, distribuição e transmídia, em conteúdos disponibilizados em formato de apostilas. Além disso, foi realizado um estudo, em parceria com a Fundação Dom Cabral, sobre o impacto econômico do segmento no Brasil. Assim, espera-se desenvolver o conteúdo e inteligência setorial, promovendo a competitividade dos donos de pequenos negócios do setor de audiovisual.
Segurança da informação tem ganhado espaço nos noticiários desde o ano passado, quando o governo aprovou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Na última semana, o país cumpriu outra importante etapa, o aceno positivo de apoio dos EUA ao Brasil para o ingresso na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, um organismo internacional formado por países que aceitam os princípios de democracia representativa e de economia de mercado) que pode ajudar o Brasil a cumprir um rito político-diplomático.
Um estudo global realizado pela Dimensional Research, com 631 profissionais de TI em empresas com mais de mil funcionários, identificou que 97% deles têm investido em soluções voltadas à transformação digital dos negócios, como mobilidade, aplicações e infraestruturas em cloud e IoT (internet das coisas). No entanto, apenas 18% dizem que a área de segurança tem sido envolvida desde o início nesses projetos.
O mesmo estudo revela ainda que 76% dos entrevistados afirmam acreditar que a segurança da informação foi implementada de forma tardia nas iniciativas de transformação digital e mais de 90% dos entrevistados dizem que as equipes de segurança da informação são capazes de melhorar os negócios da empresa se tiverem mais recursos.
Em um cenário corporativo, confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade são de fundamental importância para qualquer empresa. A proteção do conjunto de dados são fundamentais para as atividades do negócio, onde é possível preservar as empresa de ataques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas.
Porém, qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para problemas. Por esse motivo, gerir dados e informações relevantes nem sempre é tarefa fácil e a má gestão ou possível adulteração das informações pode trazer diversos riscos para uma administração corporativa saudável. É fundamental que os gestores compreendam a importância da segurança da informação, todos os aspectos envolvidos e técnicas e informações que auxiliam a aprimorar a segurança do negócio.
No que diz respeito especificamente às demandas exigidas pelo mercado de sustentabilidade, esse cuidado deve ser ainda maior, uma vez que o desempenho ambiental e social das empresas, são aspectos de valoração do negócio. Por esse motivo o SIS – Sistema de Indicadores da Sustentabilidade, uma solução para excelência na gestão criada pela TBL Manager, atua ‘blindando’ esses dados, otimizando recursos, reduzindo custos e oferecendo o maior número de informações para tomada de decisão por parte da alta gestão.
*Diretor da TBL Manager
A BASF apresentou novas matérias-primas para a indústria de Tintas & Construção, durante a European Coatings Show 2019 (ECS), realizada em Nuremberg, Alemanha. A ampla gama de produtos da empresa inclui dispersões, resinas, aditivos de formulação e de performance, pigmentos, endurecedores, agentes de cross-linking e solventes reativos.
“Nossos clientes da indústria de tintas e revestimentos enfrentam diversos desafios devido à constante mudança do contexto mercadológico, tais como novos requisitos do consumidor final e novas exigências de sustentabilidade. A exposição ECS é uma boa oportunidade de mantermos o diálogo próximo com os nossos clientes a respeito de necessidades do mercado e impulsionar a inovação”, explica Christoph Hansen, chefe da unidade de negócios Resinas e Dispersões da BASF Europa. A feira foi realizada no final do mês de março.
A automação industrial com base na evolução tecnológica e digitalização dos sistemas produtivos permite que a eficiência e a produtividade das indústrias cresçam num ritmo acelerado.
Um ponto crítico é a transformação da atividade humana nas manufaturas industriais, com a constante mudança do perfil dos profissionais que atuarão na Indústria 4.0 e nos modelos de mercado decorrentes desse movimento.
O desenvolvimento tecnológico nos parques industriais também deve ser contínuo, para se adequar às exigências de competitividade do mercado. Mais do que a implantação de softwares, é preciso pensar em uma gestão industrial baseada em informação para fábricas mais inteligentes
A cibersegurança também merece destaque nas transformações da Indústria 4.0. As empresas devem se adaptar para proteger dados disponíveis nas redes, controlar o funcionamento da interação entre máquinas e a continuidade do processo de produção, visto que as falhas e a vulnerabilidade de informações nesse ambiente podem representar prejuízos significativos.
Brasil e Indústria 4.0: o que está mudando?
As indústrias brasileiras ainda enfrentam dificuldades para a digitalização de suas atividades, porém este é um cenário promissor e com oportunidades de desenvolvimento significativas.
Tendo em vista a criação de um parque industrial que possa ser competitivo, as empresas e o governo brasileiro precisam caminhar juntos.
Segundo o Relatório “Readiness for the Future of Production Report 2018” (WEF), o Brasil ocupa a 41ª posição em termos da estrutura de produção e a 47ª posição nos vetores de produção da indústria. Além disso, em 2018 ocupamos a 64ª posição entre 126 países avaliados no Índice Global de Inovação (IGI). Nossa situação é auxiliada por políticas de inovação, como a Agenda Brasileira para a Indústria 4.0, uma iniciativa conjunta entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que busca superar os desafios da indústria brasileira com relação à inovação tecnológica. Há ainda outras iniciativas importantes, como as promovidas pelo BNDES e pela EMBRAPII, que podem financiar até 2/3 do custo de projetos inovadores alinhados à Indústria 4.0 e que possam aumentar a competitividade das empresas.
Conforme levantamento da ABDI, o país tem potencial de redução de custos de R$ 73 bilhões/ano, impulsionado pelas mudanças das plantas industriais para a Indústria 4.0, o que geraria ganhos na eficiência de produção, manutenção de equipamentos e consumo de energia.
Dentre os desafios de implementação de tecnologias em fábricas inteligentes, a indústria precisa de soluções que envolvam os conhecimentos de TI, automação industrial e gestão da produção.
*Diretor Comercial da Aquarius Software
O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.
Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.
Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.