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DUXCOWORKERSAs soft skills, características comportamentais de personalidade que potencializam o conhecimento “técnico”, principalmente no que tange ao tão almejado pensar fora da caixinha, refletem uma tendência do futuro do trabalho. Nesse contexto, a colaboração é a skill mais valorizada pelos RHs das grandes empresas, seguida pela habilidade de comunicação e resiliência. Mas os altos salários e pacotes de benefícios já não são suficientes para esses profissionais. Eles querem mais. Querem um propósito que os encante e lhes dê sentido ao trabalho.

Entender esse propósito é enxergar a sinergia entre os objetivos pessoais e os da organização – uma compreensão já percebida como fundamental na atração e retenção desses colaboradores. Outro desafio para o RH é a estrutura organizacional sedimentada na ancestralidade hierárquica, formal e horizontal, comum nas grandes marcas, enquanto os profissionais colaborativos têm visto na cultura do coworking as condições ideias para se desenvolverem como profissionais e seres humanos.

“O futuro do trabalho já não cabe nas baias nem se importa com ostensivos escritórios. A tecnologia digital redimensionou as relações entre empregado e empregador quando abriu possibilidades como o trabalho remoto”, explica Melina Alves, CEO da DUXCoworkers, empresa que desenvolve soluções a partir da inteligência coletiva centrada no usuário. “As grandes marcas já perceberam que esses aspectos são estratégicos e não caprichos de profissionais de destaque no mercado. O fato é que o ambiente de trabalho antes da pandemia global já era criativamente claustrofóbico, avessos à inovação”, complementa a executiva que, há uma década, oferece aos colaboradores uma estrutura de trabalho baseada no coworking e na experiência do usuário.

“Os colaboradores devem ser vistos como usuários e tudo o que a empresa oferece no mercado é o que deve praticar internamente, em uma consolidação das relações trabalhistas e comerciais pautadas pelo ganha-ganha. Todos devem ser felizes, realizar sonhos e se sentirem capazes”, explica Melina. “Se alguém ganhar muito mais do que o outro é porque algo de ser revisto no processo. Se os produtos e serviços devem ter foco em seus consumidores, os processos devem se preocupar com os profissionais que deles participam. E para que esse ecossistema se mantenha consistente, ele deve ser permeável às mudanças”, finaliza.

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sebrae3107Com apenas seis meses de abertura do negócio de pães artesanais na zona oeste de São Paulo, a empreendedora Patcha Pietrobelli não sabia mais o que fazer quando perdeu todos os clientes, após o anúncio do avanço da pandemia do coronavírus no país. Foi então que recebeu o convite para participar do projeto piloto do Sebrae Acelera Digital, que aconteceu um pouco antes da Páscoa. “Foi minha tábua de salvação. Eu nem sabia por onde começar a divulgar os meus produtos. Não sou uma pessoa que uso redes sociais. Até tenho uma conta no Instagram, mas com pouquíssimas postagens”, contou.

Durante 10 dias, a empreendedora mergulhou no universo digital focado nas vendas online junto com um grupo de empresários do ramo. Segundo ela, depois de participar do Sebrae Acelera Digital, o faturamento dela cresceu 50% em relação ao período anterior à pandemia. Trabalhando sozinha em casa, ela concentra a produção em três dias da semana, principalmente na zona oeste, mas também faz entregas para toda a região de São Paulo. “Além de aprender a usar várias ferramentas, os consultores deram ideias de onde buscar inspiração para criar conteúdos e atrair os clientes”, disse.

Outra empresária do ramo de panificação que colocou em prática o que aprendeu no programa e está percebendo resultados no negócio foi Ilnara Gomes de Lima, de Mossoró (RN). Quando entrou no grupo para participar dos encontros virtuais, ela estava começando a implementar o delivery na panificadora São Miguel. “Aprendi como divulgar o meu negócio na internet e melhorar meu atendimento com técnicas para dar mais agilidade”, destacou. Para ela, a troca de experiências com outros donos de pequenos negócios do segmento foi a parte mais relevante. “A ideia de criar um espaço específico para o drive thru surgiu durante esse compartilhamento dentro do grupo. Tinha pessoas de vários lugares do país. Apesar de cada um viver uma realidade, estávamos dividindo o mesmo problema que é melhorar as vendas com auxílio da internet e das redes sociais”, destacou.

Lançado oficialmente no dia 27 de abril, o Sebrae Acelera Digital está com as pré-inscrições abertas. Ao longo da Jornada de Aceleração Ágil de 10 dias, os participantes recebem mentorias gratuitas sobre tecnologia e marketing digitais direcionadas para o negócio. São três encontros virtuais em pequenos grupos fechados no Whatsapp, divididos por segmento e maturidade digital, ou seja, de acordo com o nível de aplicação das tecnologias digitais no dia a dia da empresa para promoção e vendas.

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msaMSA Safety Incorporated (NYSE: MSA) anunciou a doação de 20.000 máscaras de proteção PFF1 e PFF2 que apoiarão a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo no combate à pandemia do novo coronavírus (COVID-19).

“A MSA reconhece a importância dos equipamentos de proteção individual à medida que trabalhamos em conjunto com os prestadores de serviços de saúde em seus esforços para mitigar a disseminação do COVID-19”, disse Steve Blanco, presidente da MSA Safety nas Américas. “Nesse espírito, estamos muito satisfeitos em doar essas máscaras para a comunidade médica local em São Paulo”.

Enquanto os prestadores de serviços de saúde estão combatendo a pandemia de COVID-19 globalmente, as máscaras tornaram-se recursos críticos que permanecem escassos devido a desafios e interrupções na cadeia de suprimentos dos fabricantes destes equipamentos, causados pela pandemia.

Blanco observou que as máscaras doadas são provenientes de um fornecedor terceirizado. “Embora a MSA não fabrique máscaras descartáveis, tomamos medidas para aumentar a produção de nossos respiradores semifaciais Advantage e máscaras faciais inteiras”, disse ele. “Enquanto as unidades de saúde e os socorristas lidam com a escassez de máscaras descartáveis, muitos estão recorrendo a respiradores com ajuste como alternativa para reutilização, quando acompanhados de um programa adequado de descontaminação e desinfecção. Nossas equipes na MSA estão fazendo o possível para ajudar a atender esta necessidade”.

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Fotos produzidas por terceirosOs empresários de pequenos negócios terão uma linha de crédito especial de valor correspondente a até 30% de sua receita bruta obtida no ano de 2019. O Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 1.282/2020, que já havia sido analisado na quarta-feira (22) pela Câmara dos Deputados, como forma de substitutivo da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), e retornou à análise dos senadores por causa das mudanças feitas no texto original. O texto agora segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

O senador Jorginho Mello (PL-SC) foi o responsável pela apresentação projeto, que institui o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), tendo como relatora a senadora Kátia Abreu (PP-TO), que acatou as mudanças feitas pela Câmara. Os deputados propuseram que o programa especial desse um crédito no valor total de R$ 10,9 bilhões para fortalecer as micro e pequenas empresas em meio à crise econômica e à pandemia de Covid-19. Em seu relatório, a deputada Joyce Hasselmann (PSL-SP) ampliou o aporte de crédito da União para R$ 15,9 bilhões, em acordo feito com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Na votação desta sexta-feira (24), o projeto foi aprovado por unanimidade, com 74 votos dos senadores. Na ocasião, a senadora Kátia Abreu elogiou a deputada Joyce Hassselmann, que fez algumas mudanças na proposta em conjunto com a relatora. “Ela não fez nada sem nos consultar, mostrando desprendimento”, observou Kátia Abreu. “Todas nossas sugestões de modificações foram incluídas pela deputada, que também acrescentou coisas maravilhosas”, explicou a senadora.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a aprovação do projeto pelo Senado foi mais uma vitória dos pequenos negócios, depois de a proposta ter passado pela Câmara. “O Sebrae, em diversas parcerias, fez uma grande mobilização para montar uma estratégica rede de proteção emergencial a todo segmento”, explicou Melles, ressaltando ainda que os Microempreendedores Individuais (MEI) foram beneficiados com um socorro emergencial de R$ 600 que atende parcialmente o setor. “Para os pequenos negócios estamos trabalhando em várias frentes para ofertar crédito em condições mais favoráveis”, ressalta o presidente do Sebrae.

Entre as mudanças relevantes na política em prol dos pequenos negócios está tornar o Pronampe uma política permanente de apoio do segmento e, não mais um programa emergencial. Outra alteração importante foi a substituição do BNDES pelo Banco do Brasil como instituição financeira gestora do fundo garantidor dos empréstimos. Entre outros benefícios está a diminuição da taxa de juros. De acordo com a proposta, ela será de 1,25% ao ano, mais a taxa Selic que, tende a decrescer e ficar entre 1,75% e 2,5%, até o final do ano. A carência também foi ampliada, de 6 para 8 meses.

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mitsubishi22Big data, machine learning e Internet of Things (IoT). Está aí um conjunto simples de novas tecnologias que estão afetando todos os setores da economia em nível global e devem exigir mão de obra qualificada em breve. A indústria, evidentemente, não é uma exceção. Um estudo conduzido recentemente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) mostra que “novas profissões”, como condutores de processos robotizados, devem crescer 22,4% até 2023.

Ao observar essa demanda crescente, a Mitsubishi Electric tem investido de maneira contínua em capacitação gratuita, principalmente em aprendizado à distância via webinars. As apresentações virtuais são realizadas mensalmente com média de quarenta minutos de duração e englobam temas variados, desde “indústria 4.0” até soluções bastante específicas, como “o aproveitamento de energia regenerada por motores elétricos”.

“Entendemos que essa é uma ferramenta eficaz para ajudar a elevar o nível de conhecimento dos profissionais brasileiros, aumentando suas chances de colocação profissional”, afirma Helio Sugimura, gerente de marketing da Mitsubishi Electric.

Somente no período entre 2018 e 2019, a companhia já disponibilizou 14 apresentações on-line, que já somam mais de 20 mil visualizações. A aceitação do conteúdo por parte dos “alunos” mostra que a iniciativa está no caminho correto: 96% deles avaliam a experiência como positiva (“boa” ou “muito boa”).

As inscrições são realizadas gratuitamente pelo site da companhia, e há possibilidade de interagir com os apresentadores durante as sessões. Após a exibição ao vivo, o conteúdo é disponibilizado no canal do Youtube da própria companhia: MitsubishiElectric.com.br/Youtube.

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braskemA Braskem se juntou a parceiros da cadeia da química e do plástico para doar materiais essenciais para o combate ao novo coronavírus nos hospitais da rede pública. A resina termoplástica doada pode produzir mais de 60 milhões de máscaras ou mais de 1 milhão de aventais. Doará também material para fabricação de embalagens para 750 mil litros de álcool líquido e em gel, para mais de 500 mil almotolias (um tipo de frasco plástico para álcool em gel utilizado em hospitais), além de 10 mil caixas de hipoclorito para diluição ou uso como água sanitária e mais de 150 mil sacos plásticos para lixo hospitalar. No mercado internacional, a Braskem está buscando respiradores para fornecer à rede pública. Os itens beneficiarão hospitais de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O trabalho conjunto, que envolve clientes e entidades de classe, já conta com 32 iniciativas.

A doação de matéria-prima para produção de equipamentos de proteção e embalagens já ultrapassa 370 toneladas. Essas terão seu valor alavancado pelos parceiros da petroquímica. Na semana passada, a Braskem já havia anunciado uma linha adicional de crédito de R$ 1 bilhão para ajudar principalmente as pequenas e médias empresas da cadeia a atravessar os próximos meses de crise gerada pelo coronavírus.

“A covid-19 impõe uma situação desafiadora para nossa sociedade e acreditamos que a união é parte fundamental para a superação deste momento. Nossa empresa tem um propósito claro de melhorar a vida das pessoas e não poderia ser diferente agora. Por meio de parcerias com nossa cadeia de valor, integrantes de um setor importante para a economia brasileira e para o desenvolvimento do país, somamos forças para viabilizar a entrega de itens essenciais para o sistema público de saúde e para as comunidades”, diz Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem. “Nos engajamos também com organizações empresariais, ONGs, universidades e centros de pesquisa. O momento é de união para trabalharmos juntos na luta contra o coronavírus”, acrescenta.

Uma das iniciativas mais representativas é a doação de polipropileno, matéria-prima para produção do TNT (não tecido). O produto será fabricado pela parceira Fitesa e doado em conjunto com a empresa para ser usado em máscaras cirúrgicas e aventais de proteção, por exemplo.

A participação da Braskem envolve também a doação de equipamentos, cestas básicas, kits de limpeza para as demais ações.

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elemarjuniorPor Elemar Júnior*

A atual urgência pelo modelo de trabalho remoto tem revelado oportunidades de qualificação da gestão, afinal,  evidencia se os gestores têm competência ou clareza para definição de metas e facilitação do home office. Em contrapartida, outros acabam ignorando o fato de que “comando”, às vezes, é necessário, mas, “controle”, é sintoma de uma relação doente.

Antes de tudo, não me parece correto dar continuidade a este artigo sem mencionar os tempos difíceis que enfrentamos agora, devido à pandemia de coronavírus (COVID-19). Em 2015,  em uma apresentação no TED, Bill Gates já anunciava que o maior risco para a humanidade não  seria uma nova guerra nuclear, mas sim uma epidemia. Infelizmente sua previsão estava correta. Diante da presente crise mundial, nós, que podemos trabalhar remotamente, somos privilegiados e sabemos que esta opção não é real para muitas pessoas. E parece até mesmo cruel, de certa forma, falar sobre ficar em casa para quem não pode. Mas não há outra forma.

Voltando ao tema proposto, por não terem clareza de como entregar valor, muitos gestores, no lugar de resultados e facilitação do trabalho, ficam atentos a quem chega cedo na empresa e quem vai embora mais tarde. Também é comum que observem quem fica mais no computador ou em reuniões. Para profissionais com este perfil, o trabalho remoto é um pesadelo!

De muitas formas – e embora apresente desafios inéditos – este modelo tende a gerar resultados superiores. Ele permite, por exemplo, que as barreiras geográficas sejam superadas e que possamos compor times melhores, ou seja, deveria ser uma novidade bem-vinda. Entretanto, devido a limitação da gestão em conduzir relações saudáveis de trabalho, acaba se materializando como um entrave.

As dificuldades em estabelecer políticas de home office, mesmo em momentos de crise como o que estamos vivendo, evidencia o fato de que a teoria X de Douglas McGregor, economista e um dos pensadores mais influentes na área das relações humanas, ainda predomina nas nossas práticas e crenças de gestão. Afinal, segundo a hipótese de McGregor, a menos que um gestor “fique de olho” na conduta das pessoas, é provável que ninguém cumpra seu papel.

Teorias X e Y de Douglas McGregor

Em administração, as teorias X e Y são correntes de pensamentos opostas a respeito das relações entre os colaboradores e o comportamento destes em uma empresa. Idealizadas por Douglas McGregor na década de 1960 em seu livro The Human Side of Enterprise, são dos mais conhecidos conceitos na área de gestão de recursos humanos.

A teoria X, também chamada de “hipótese da mediocridade das massas”, diz que os funcionários possuem aversão ao trabalho e o encaram como um mal necessário para ganhar dinheiro. Artifícios como punição, elogios, dinheiro e coação seriam fundamentais, pois o colaborador evita responsabilidades, deseja ser dirigido e ter estabilidade e segurança.

A teoria Y diz que os funcionários encaram o trabalho como algo natural, como se estivessem fazendo uma atividade de lazer. Assim, as pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer. Essa hipótese parte do pressuposto que o ser humano não é preguiçoso; a empresa tem que dar as condições necessárias para o funcionário trabalhar plenamente. As pessoas são competentes e criativas, gostam de assumir responsabilidades, possuem autogestão e têm suas recompensas não baseadas apenas no dinheiro, mas no reconhecimento e na possibilidade de ascensão dentro da empresa.

O home office, para funcionar, precisa  se basear em práticas de gestão indicadas na teoria Y. Ela demanda que todos façamos bem nossos trabalhos e que acordemos de forma explícita quais são as metas e objetivos que precisamos cumprir ou tentar superar.

O curioso é que é relativamente comum que as pessoas se identifiquem como exemplares da teoria Y, mas veem as demais pessoas no ambiente de trabalho como representantes da X.

A obra de McGregor, publicada em 1960, como crítica ao que já era considerado, na época, pensamento retrógrado com relação ao comportamento e ao trabalho, talvez tenha encontrado, seis décadas depois, o momento mais oportuno para se cristalizar. Gestores que insistirem em condutas baseadas na teoria X não vão conseguir prosperar nesses tempos de crise.

CEO EximiaCo*

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hilmarbeckerHilmar Becker*

Na era do novo coronavírus, é a economia digital que mantém o mundo em movimento. Se a crise atual acontecesse em 2022, a presença da rede 5G faria o Brasil ter uma vida virtual ainda mais rica, mais rápida, mais produtiva. Trata-se de um serviço com velocidade entre 20 e 100 vezes maior do que as atuais 3G e 4G. Mas se esse ambiente for construído sem a adesão às melhores práticas de segurança, novas crises virão. Com ou sem o COVID-9, a rede 5G ou nascerá segura ou provocará falhas em cascata.

Infraestrutura revolucionária, o 5G leva o ambiente digital para fora dos grandes centros, utilizando rádio e computação de borda para diminuir a latência entre o ponto de processamento e o ponto de consumo do dado. A rede 5G permitirá aplicações críticas como carros autônomos, cidades inteligentes e indústria 4.0. Esses avanços acelerarão a economia digital brasileira. Mas, antes de colhermos os frutos da rede 5G, é essencial equacionar os desafios que uma superfície de ataque muito maior traz para operadoras de Telecom e seus clientes.

 A Aalto University, da Finlândia, produziu em 2019 um estudo sobre a expansão do mundo digital com a rede 5G. Espera-se que o tráfego de dados móveis atinja a marca de 136 EB (exabytes) por mês até o final de 2024. Em média, cada pessoa utilizará 100 diferentes dispositivos digitais, de Smart TVs ao automóvel, passando por câmeras de segurança etc. Será natural, no mundo 5G, que cada ação humana seja suportada e monitorada por dispositivos ligados em rede. Os dispositivos IoT, em especial, passarão por ondas de explosão nos próximos anos. Segundo pesquisa da Statista (2019), até 2025 o mundo contará com 24 bilhões de sensores IoT.

De acordo com o relatório “What´s keeping IoT executives up at night”, desenvolvido em 2019 pelo IoT World, a expansão da rede 5G fará com que, até 2025, surjam 74 bilhões de vulnerabilidades. O aumento da superfície de ataque coloca sob o foco a própria resiliência da rede 5G. A extrema criticidade das aplicações 5G torna esse fator dramático. Mas é essencial, também, definir como será feita a proteção dos dados dos usuários e que garantias de privacidade haverá no mercado global e brasileiro. Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) contribui para que a rede 5G seja desenhada da maneira correta.

 A expansão do poder de computação e de conectividade de uma economia amplia, também, as ameaças digitais

A topologia da rede 5G é, em si, fonte de desafios de segurança. No 5G, o core da rede é um conceito complexo, que alia Cloud Computing, Edge Computing (computação de borda) e Fog Computing (um misto dos dois primeiros) para processar esse dado e o enviar de volta, com a mais baixa latência, para ser consumido. O resultado desse modelo é uma rede extremamente distribuída em que a segurança tem de ser equacionada em várias frentes simultaneamente.

O quadro fica mais complexo quando se leva em conta que o 5G é, em sua gênese, uma SDN (Software Defined Network) que segue os padrões da NFV (Network Function Virtualization), em que a virtualização toma lugar das infraestruturas tradicionais de Telecom. A camada de software, totalmente IP, passa a ser responsável pela entrega e monitoração de serviços digitais, o que é feito de forma totalmente automatizada. Novas interfaces e APIs, por fim, também demandam  soluções de segurança.

O fato de todos os recursos do 5G serem baseados no Internet Protocol (IP) significa padronização e performance, mas, também, vulnerabilidade. O IP é o protocolo de comunicação mais conhecido do mundo; criminosos digitais são experts nesse protocolo e ganham dinheiro explorando esse universo. Isso é feito tanto por criminosos isolados como gangues (grupos altamente especializados) e, também, nações-Estado que financiam o crime. Eu acredito que neste exato momento há profissionais do crime digital estudando a rede 5G e fazendo simulações de estratégias de ataque.

Pessoas, empresas e países esperam crescer com o 5G; criminosos digitais também 

Entre as principais ameaças que irão se abater sobre a rede 5G, destacam-se ataques DDoS baseados em dispositivos IoT, notórios por sua vulnerabilidade. Nos próximos anos, os tipos e o número de dispositivos estarão em constante expansão – com o 5G, veremos o IoT chegar a todas as verticais, todos os negócios, todas as regiões do mundo.

Pesquisa do instituto de análise de mercado Business Performance Innovation Network realizada em 2018 com CISOs norte-americanos mostrou que 63% dos entrevistados preocupam-se com futuros e massivos ataques DDoS. Se essa vulnerabilidade não for resolvida, poderemos assistir a ondas e ondas de ataques semelhantes a botnet Mirai, de 2016.

Dentro do contexto de Telecom, é importante lembrar que, além de ser um mal em si, ataques DDoS tornam a rede indisponível: a empresa digital que precisa seguir fazendo negócios irá gastar altos valores para, mesmo sob ataque, continuar operacional. Ataques e scans de vulnerabilidade com foco em terminais móveis aumentam o consumo de licenças e de pacotes de dados dos assinantes. Tudo isso compromete a experiência do usuário.

A solução para este cenário é criar uma camada de segurança que tenha como objetivo proteger a infraestrutura da operadora. No plano de dados, por exemplo, teríamos firewalls que contam com altíssima capacidade de conexões simultâneas e processamento de tráfego, promovendo a regularização e otimização dos diferentes protocolos e serviços que trafegarão na rede 5G.

É importante destacar que, apesar do foco principal ser a proteção da infraestrutura da operadora, o uso dessas tecnologias também beneficiará o assinante da operadora de Telecom. Uma rede livre do tráfego extra provocado por scans ilícitos e ataques digitais melhora a experiência do assinante e, como efeito positivo, preserva a bateria de seus dispositivos móveis.

 Segurança chega à borda da rede

Dentro do modelo da rede 5G acontecerá, também, a virtualização e a descentralização das funções de rede. Isso fará com que serviços e aplicações sejam deslocados para a borda da rede, ficando mais próximos do usuário. Naturalmente, será necessário, também, levar as soluções de segurança para a borda. Isso aumenta o desafio de proteger a rede e a miríade de aplicações (atuais e as que ainda serão desenvolvidas) que rodarão na rede 5G.

Vale destacar que já temos, no Brasil, operadoras que contam com as mais avançadas de segurança para proteger o core da rede móvel – algo que beneficia diretamente seus assinantes. São provedores de serviços onde os gestores estão fazendo a coisa certa agora, sem esperar a chegada da rede 5G.

Nesse momento de crise causada por um vírus invisível, o COVID-19, o desenho e a implementação da rede 5G devem contemplar as melhores práticas e tecnologias de segurança. Só assim contaremos com um serviço que enxergará ameaças escondidas, eliminará esses ataques e, assim, preservará a saúde da nossa economia digital.

 *Country manager da F5 Networks Brasil.

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mateussouzaMateus Souza*

Quando se fala em automação na indústria, é preciso diferenciar processos e manufaturas. A automação que ocorre na fabricação de produtos chama a atenção, pois envolve, entre outros quesitos, o uso de robôs em linha de montagem. Mas aqui o nosso foco será outro.

A automação nos processos industriais abrange também componentes de uma malha de equipamentos, como as válvulas dos mais diferentes tipos. Elas representam o elemento final de controle, ou seja, a ponta final de uma cadeia que começa com sensores (elemento primário) e termina nesse importante aparelho que controla a passagem de fluidos líquidos ou gasosos, desde os mais limpos até os mais contaminados.

Numa alegoria com nossas casas, podemos pensar num chuveiro elétrico, em que é possível regular a quantidade de água quente e fria. Nesse caso, nossa própria pele funciona como sensor. Você sente a temperatura da ducha e decide abrir ou fechar a válvula – ou seja, a torneira. Você não imagina, mas ao tomar banho está “agindo como elemento final de controle” do sistema “banho”!

Quando uma planta é modernizada, é preciso providenciar equipamentos que operem da mesma forma, numa escala industrial. Toda malha de controle tem basicamente três componentes: o sensor, o controlador e o elemento final de controle (as válvulas).

O sensor é o medidor de temperatura, vazão ou pressão do fluido. Ele recebe informações diretamente do campo fabril, por meio de conectores elétricos e controladores (SDCD ou PLC), e sugere, caso a temperatura para determinado lote de produto (por exemplo, na fabricação de iogurte) esteja irregular, abrir um pouco mais a válvula para esfriar.

Isso é automação de processo. O ideal é que o mesmo fornecedor industrial esteja inserido nas duas pontas desse sistema, com equipamentos como sensores, na etapa inicial, e válvulas, na etapa final de controle.

É importante lembrar que a automação pode ser total, quando não há interferência humana alguma ao longo do sistema (no máximo um operador diante de telas que mostram o funcionamento automático dos equipamentos); ou parcial, quando operadores utilizam as informações recebidas para controlar as válvulas.

Alguns dos equipamentos integrantes dos processos de automação são o atuador, que permite fazer com que a válvula abra e feche sem interferência humana, o posicionador, que determina o ponto exato de abertura, e sistemas como o CONEXO, que inclui equipamentos de radiofrequência para gerenciar a manutenção de válvulas em indústrias de diversos ramos, como siderurgia, fabricação de fertilizantes e peças automotivas, sistemas de energia, entre outros.

Isso é possível graças à instalação de chips nas diferentes partes integrantes das válvulas (corpo, diafragma de vedação e atuador), que contêm todas as informações a respeito do equipamento.

A indústria 4.0 requer automação e instrumentação, e nenhum projeto de modernização poderá ignorar essa necessidade. Como estão seus processos e controles?

 

*Gerente Geral de Vendas da área industrial da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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