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Índice elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, IFPE recuou em 2013

O Índice FIRJAN de Produção Exportada (IFPE), que mede a proporção de exportações sobre o total da produção da indústria de Transformação no país, apresentou queda depois de duas altas seguidas. Em 2013, o índice atingiu 22,2%, recuo de 0,3% em comparação com o ano anterior. O melhor desempenho foi observado em 2005, quando o índice atingiu 25%. O indicador é elaborado pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Entre os 20 segmentos da indústria de transformação analisados, nove apresentaram queda do IFPE no ano passado em comparação com 2012. A redução mais expressiva foi registrada no setor de Máquinas e equipamentos (-3,7 %), direcionado pelas menores vendas de tratores e de compressores para frigoríficos. O segundo maior recuo foi apresentado no setor de Metalurgia básica (-2,9%) por conta da queda das exportações de produtos semimanufaturados de ferro e aço.

Entre os setores industriais com aumento do IFPE em 2013, as indústrias de Couro/Artefatos de Couro e de Papel e Celulose foram os que apresentaram as maiores altas: o segmento de Couro destinou 89% da produção para as exportações (crescimento de 9,5%), enquanto Papel e Celulose vendeu para o mercado externo 44% (alta de 3,7%) do que produziu. Os dois setores foram os únicos com alto IFPE, ou seja, destinaram mais de 30% de sua produção a exportações.

Sobre o IFPE

O índice classifica os setores industriais em três categorias, de acordo com o volume da produção industrial exportada:

Baixo IFPE, quando menos de 10% da produção é destinada à exportação, caso dos seguintes setores: Confecção, Vestuário e Acessórios (1,7%); Farmacêutica (4,6%); Produtos de fumo (4,9%); Higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (5,2%); Material eletrônico e equipamentos de comunicação (5,9%); Produtos de metal (6,9%); Artigos de mobiliário (8,2%); Minerais não metálicos (8,3%); Têxtil (9,3%) e Artigos de Borracha e Plástico (9,6%). Em comparação a 2012, quatro segmentos apresentaram recuo: Higiene; Produtos de metal; Têxtil e Artigos de borracha.

Médio IFPE, quando de 10% a 30% da produção é destinada à exportação, caso dos segmentos Refino de petróleo e álcool (11,8%); Veículos automotores (15,5%); Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (15,7%); Química (15,8%); Máquinas e equipamentos (17,1%) e Bebidas (22,2%). Desse grupo, Química e Bebidas apresentaram alta.

Alto IFPE, quando mais de 30% da produção industrial é destinada à exportação, caso de dois segmentos da indústria de Transformação: Couros/Artefatos de couro (88,5%) e Celulose e papel (44,3%).

O estudo Índice FIRJAN de Produção Exportada pode ser acessado no site da FIRJAN (www.firjan.org.br) ou pelo link http://ow.ly/tsM2h.

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Desempenho da economia brasileira em 2014 deve ser melhor que em 2013, que fechou o PIB do ano com alta de 2,28%

O cenário internacional aponta para uma perspectiva mais favorável em 2014. A zona do euro deve sair da recessão, a economia americana aposta na recuperação e a China está estabilizando seu crescimento. Com a visibilidade da Copa do Mundo, o Brasil deve atrair mais turistas e fazer a roda da economia girar um pouquinho. Por outro lado, com as eleições brasileiras, a política fiscal deve se manter sem alteração em 2014.

Indústria

Nos últimos anos, o setor de serviços ganhou mais relevância do que a área industrial,  o prefeito paulistano Fernando Haddad chegou a anunciar IPTU zero para empresas de call center, informática, educação e hotelaria que se instalarem na zona Leste de São Paulo. Já a indústria teve de entrar com liminar na Justiça para impedir o reajuste de até 35% para os 500 mil imóveis comerciais da cidade em 2014.  Ricardo Martins, diretor do CIESP, distrital Leste, acredita que “o aumento atingiria drasticamente a indústria, que já padece com a enorme carga tributária”. Para ele, o que atrai as indústrias são incentivos sobre o ICMS, que podem ser concedidos apenas por governos estaduais, justamente o que acarretou a grande perda de indústrias de São Paulo para outros estados, a conhecida guerra fiscal.

“Deixando de lado a faceta perniciosa da concessão de incentivos, destaco que as indústrias também são atraídas por boas condições de logística, rodovias, ferrovias e terminais de carga, que não recebem a devida atenção das autoridades constituídas. Ao contrário, o poder público entende que muitas dessas regiões devam ser adensadas por residências, o que pode levar à expulsão das indústrias instaladas nesses locais num futuro próximo”, defende Martins.

Setor imobiliário

No setor imobiliário, movidas pelo crédito fácil, construtoras e incorporadoras pretendem desovar seus estoques e ampliar a média de lançamentos ainda no primeiro semestre de 2014. Para os financiamentos de imóveis serão disponibilizados R$ 172,8 bilhões em recursos provenientes da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No entanto, Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA – Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências, alerta que oito em cada dez famílias brasileiras pretendem realizar o sonho da casa própria nos próximos dois anos, o que equivale a 7,9 milhões de pessoas, conforme mostra levantamento do Instituto Data Popular. “Mas antes de fechar o negócio é fundamental organizar as contas. No momento da aquisição de um bem é importante que o consumidor deixe a emoção de lado e faça um bom planejamento, pois o pagamento do imóvel vai comprometer a renda da família por muitos anos”, avalia.

O presidente da AMSPA aconselha que antes de fazer o investimento, é fundamental reunir a família e colocar as contas na ponta do lápis. “Somente assim é possível definir qual é a melhor solução, o que inclui avaliar o custo/benefício, além de verificar se as prestações não vão comprometer mais do que 30% da renda familiar. Outra precaução é pedir uma planilha do banco com a projeção de todas as parcelas do financiamento, incluindo as taxas extras e os seguros que compõem a prestação.”, reflete.

Sobre problemas imobiliários, o advogado Antenor Batista prepara a 6ª edição ampliada do livro “Posse, Possessória, Usucapião e Ação Rescisória”, que chega à sexta edição em 2014. O autor revela que apenas 20% das fraudes documentais em processos de posse e invasões são descobertas ou apuradas. “Alertamos veementemente sobre a fraude documental. Muitas transações imobiliárias são realizadas por meio de documentação pré-fabricada ou forjada por talentosos trapaceiros e apenas 20% desses crimes são descobertos”, revela. Antenor Batista há muito estuda e pesquisa o tema, bem como os males da corrupção e seus malfeitos em geral. Deve lançar a 14ª edição do livro “Corrupção: o 5º Poder, Repensando a Ética”, no ano das eleições.

Comunicação

Já a área de comunicação deve crescer em 2014. Conforme Clarice Pereira, diretora da LINK Portal da Comunicação, “o ano de 2014 é um período de oportunidades de negócios que serão gerados a partir da Copa do Mundo e das eleições. “Lembremos que são as ferramentas de marketing as responsáveis pela colocação de produtos e serviços no mercado. E o que vende uma imagem, senão os instrumentos de comunicação? Existem muitos meios e formas de comunicação, basta adequá-los à realidade de cada organização”, complementa Clarice.

Fonte Link Portal

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Associação expõe em Coletiva à imprensa resultados satisfatórios em 2010 e atenta para os desafios que o mercado interno apresenta para 2011

A ANFIR-Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Ferroviários realizou hoje pela manhã (22 de fevereiro)a Coletiva de Imprensa na Zona Norte da capital paulista, na qual Rafael Wolf Campos, presidente da entidade e Mário Rinaldi, diretor executivo, expuseram dados de fechamento do setor em 2010 e perspectivas para 2011.

O ano anterior foi positivo para o setor. O mercado interno de reboques e semirreboques apresentou alta de 46,27%, emplacamentos de carrocerias sobre chassis cresceram 48,75%, exportações aumentaram 41,26% em volume e o faturamento atingiu a casa dos R$6,8 bilhões. Com base nestes dados os fabricantes de implementos rodoviários estão iniciando 2111 com bom resultado. A indústria comercializou 170.214 unidades e registrou crescimento de 47,87% ante os 115.107 equipamentos emplacados de janeiro a dezembro de 2009.

“O Brasil está em um ótimo momento e os investimentos para atender a demanda de mercado deverão continuar crescendo. Trata-se de um verdadeiro círculo virtuoso: o aumento do poder de compra da população; os investimentos das empresas para suportar o crescimento; o governo, que precisa apoiar o desenvolvimento da economia e melhorar a infraestrutura dando continuidade às obras do PAC(Programa de Aceleração do Crescimento)que prevê a construção, ampliação e recuperação de rodovias, principalmente as estradas vicinais, que são as principais vias de escoamento da produção agrícola, além de ferrovias, aeroportos e portos, que fazem parte do processo de modernização do País” explica Campos.

A Associação espera terminar 2011 com crescimento em torno de 4,5% e faturamento na marca dos R$7 bilhões, ante os R$6,8 bilhões de 2010. Os números positivos são justificados pelo aquecimento da economia brasileira, o bom desempenho da agroindústria, investimentos em infraestrutura e crescimento da indústria em geral.

Em relação aos empregos, diretos e indiretos no segmento, em 2010 foram 68.000 e, para 2011 estima-se 70.000, 2,94% a mais. “Na verdade, o que está acontecendo no Brasil é que estamos recuperando o tempo perdido”, completa Campos em relação ao momento da economia brasileira.

Desafios

Contudo, o presidente da ANFIR atenta para aos obstáculos para 2011. “Estamos perdendo oportunidades” diz Campos quando se refere a incentivos em infraestrutura.

O Presidente ainda cita a China e a Índia, além do Brasil, como mercados promissores em reboques e semirreboques, em relação ao mercado interno de 2010(acumulado).O executivo lembra que em 2008 foram 7.087 produtos exportados(mercado interno), e em 2010 foram 4.468. “Perdemos espaço no mercado interno, isso é muito perigoso. Se torna uma ameaça real ao nosso segmento”, ressalta Campos.

Os principais pontos que merecem atenção para 2011, segundo a ANFIR, são; gastos públicos, aumento de impostos e investimentos públicos em 19% do PIB (Produto interno bruto).“Com investimentos públicos em 19% do PIB não dá para pensar em Copa do Mundo e Olimpíadas”, enfatiza Campos.

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Com 100 anos de história documentada o Grupo Bambozzi comemora sua trajetória com ações voltadas ao constante crescimento da empresa

Quando os irmãos Bambozzi, imigrantes italianos, iniciaram a primeira oficina de reparos em carroças, carroções e implementos básicos para a agricultura não imaginavam que iriam alcançar seu centenário, como “empresa orgulhosamente brasileira”. Para compartilhar a trajetória destes 100 anos a empresa investiu em um vídeo institucional comemorativo que relata a história em uma retrospectiva com imagens e depoimentos, desde a sua criação até os dias de hoje.

O roteiro conta a história detalhadamente, desde 1910, zona rural de Matão, interior de São Paulo, quando a Bambozzi iniciou suas atividades. Percorrendo década por década o espectador faz uma verdadeira viagem no tempo, como na década de XX, em plena época de industrialização que o mundo passava, na qual a empresa fabrica os primeiros aparelhos frigoríficos do país: balcões, geladeiras e geradores de energia elétrica.

Ou como durante a 2ª Guerra Mundial, 1939, quando a Bambozzi precisou se reinventar. O gás sulfuroso, presente na fabricação de geladeiras, foi proibido em todo mundo. Neste mesmo ano, com a descoberta do primeiro poço de petróleo do país em Salvador/BA, a empresa firmou parceria com a Petrobrás. No final da guerra, 1945, a Bambozzi entra em uma nova era, reconhecida mundialmente com o advento da máquina de solda e alternadores.

As máquinas Bambozzi foram responsáveis por grandes obras brasileiras: Construção de Brasília (1956), refinaria de Duque de Caxias(1ª do Brasil – 1961), Ponte Rio-Niterói(1968), Usina de Itaipú(1971), linha do Metrô de São Paulo Jabaquara-Santana(1974), Gasoduto Brasil-Bolívia(1999) e Jogos Panamericanos no Brasil, no Rio de Janeiro(2007). Desde então, a empresa acompanha as tendências de mercado, se adaptando às mudanças que o mundo atravessa.

Hoje o Grupo mantém 41% do mercado de soldas e 75% de lembrança de marca entre os consumidores, que através de pesquisas comprova ser líder no segmento. Para 2015 a meta é alcançar 50% deste mercado.

Pensando na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, ambos eventos esportivos que terão sede no Brasil, a empresa se prepara para dar estrutura e suporte às futuras construções com toda sua linha de produtos que atendem este segmento. “Hoje somos os maiores fornecedores de máquinas para a Petrobrás”, dia Marcos Pavarina, gerente de marketing da empresa, quanto se refere a constante evolução e cobertura de mercado do Grupo Bambozzi.

No setor de eventos a empresa tem presença marcada com seus produtos e lançamentos nas feiras Mecânica, Feimafe, Agrishow, Movimat e Metalmecânica.

A Bambozzi, empresa de administração familiar, se orgulha de não depender de capital estrangeiro, mesmo nos períodos de crise e promete grandes investimentos na área de marketing e publicidade para este ano.

Em comemoração ao centenário, a empresa selou parceria com o Sport Club Corinthians Paulista (que também completa 100 anos em 2010) e tem participação prevista para setembro em comerciais televisivos. “O sonho não é sonho, tem que ser realidade” é a frase de Wagner Bambozzi, conselheiro administrativo do Grupo que define os próximos 100 anos da empresa.

 Acesse o site e assista o vídeo : http://www.bambozzi.com.br/inst_bamb_hd.wmv

Por Tatiana Gomes

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Conforme divulgado na edição 419, de novembro, da Revista P&S, segue abaixo as entrevistas, na íntegra, de algumas das câmaras setoriais que compõem o Sistema Abimaq, da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Esta iniciativa tem como objetivo proporcionar aos nossos leitores um panorama dos principais setores que compõem a indústria de bens de capital. Solicitamos às câmaras que respondessem a perguntas que consideramos de interesse do mercado. O intuito é posicionar e dar diretrizes a todos que nos acompanham em seus planejamentos para o próximo ano.

Caso queria acessar todas as entrevista de uma só vez, clique na Categoria Balanço e Perspectivas Câmaras Abimaq, ou em cada link abaixo:

Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura – CSMF

Câmara Setorial de Equipamentos Navais e de Offshore – CSEN

Câmara Setorial dos Fabricantes de Ferramentas – CSFF

Câmara Setorial de Válvulas Industriais – CSVI

Câmara Setorial dos Fabricantes de Vedações – CSVED (criada em outubro de 2009)

Câmara Setorial de Movimentação e Armazenagem – CSMAM

Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para Indústria do Plástico – CSMAIP

Câmara Setorial dos Fabricantes de Motores – CSMOTORES (criada em outubro de 2009)

Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias – CSMR

Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas – CSMIA

Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação – CSEI

Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios Têxteis – CSMAT

Câmara Setorial de Equipamentos para Ginástica – CSGIN

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Presidente: Roberto SchaeferCSMF

Trace um panorama sobre o setor em 2009, inclusive com perspectivas para o fechamento do ano.

2009 até a metade do ano foi bem ruim, mas após o anúncio do pacote de incentivo do governo federal o segmento começou a se movimentar. A partir de outubro ficou mais forte, com fechamentos efetivos de pedidos. De uma queda antes estimada em 30%, encerraremos o ano com 15% na comparação com os resultados de 2008. Já percebemos que os projetos que ficaram represados desde o início da crise econômica mundial começaram a sair das gavetas, o que é muito bom.

E como o segmento se comportará em 2010?

Os investimentos de grande porte em infraestrutura, motivados pelo Plano de Aceleração do Crescimento, PAC, pela Copa do Mundo, pelas Olimpíadas – que por sua vez motivarão também a troca de máquinas e equipamentos –, alavancarão os resultados em 2010, que devem ficar próximos aos de 2008.

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CSENPresidente: César Prata

Trace um panorama sobre o setor em 2009, inclusive com perspectivas para o fechamento do ano.

2009 é um ano com a cara de 2007. O setor de máquinas enfrentará uma redução de 15% a 20% sobre 2008, portanto com resultados similares aos de 2007. Especificamente sobre o setor naval e offshore há um lado positivo: não houve cancelamentos de projetos. Todos os navios e plataformas em construção ou em planejamento continuam em andamento. O lado negativo são os atrasos de todas as licitações e contratos da Petrobras e da Transpetro.

E como o segmento se comportará em 2010?

O ano eleitoral deverá acelerar algumas encomendas. Acreditamos em uma elevação no volume de negócios da ordem de 10%, resultado ainda abaixo dos alcançados de 2008.

Sabemos que 2008 foi ano excelente para a indústria. Quando o sr. imagina que o setor retorne aos níveis daquele ano?

Creio que 2012, se o governo atentar para mais conteúdo local nas obras.

Até que ponto a crise econômica mundial afetou o segmento?

Pouco afetou se olharmos apenas o número de projetos em andamento. No entanto, a voracidade dos nossos concorrentes estrangeiros aumentou por conta da maior recessão nos seus países de origem. Outro fator importante é o cambio, que conspira contra a fabricação local.

Fale sobre a competitividade do setor nos mercados interno e externo.

Máquinas e equipamentos brasileiros são muito competitivos se olharmos o número de horas consumidas para fazermos o mesmo produto aqui e comparando com as horas gastas no resto do mundo. Somos muito mais eficientes que os chineses. A nossa qualidade também supera a chinesa e, em alguns segmentos a americana, mas sucumbimos no custo Brasil. Hoje, exportamos cerca de 20% do que produzimos graças a nossa qualidade, não ao preço.

Qual o maior problema enfrentado pelo setor hoje?
 
Tributação excessiva: temos enorme carga tributária sobre máquinas e somos o único país que tributa o investimento em uma máquina que vai produzir bens, empregos e riquezas. E como temos uma cadeia produtiva de muitas etapas, os impostos incidem várias vezes sobre nossos insumos.

Juros altos:  nossa taxa Selic, mesmo depois da forte queda, ainda está vinte vezes mais alta que os juros europeus e americano hoje. Isso afeta nossos custos de produção de máquinas pelo custo do capital de giro e, principalmente, naqueles bens de prazos longos de fabricação, onde acabamos financiando o cliente e o governo que por vezes recebe nossos impostos até antes de recebermos o pagamento do cliente.

Leis trabalhistas: nossas leis são da “Era Vargas”. São sempre pró-trabalhador em detrimento de crises, interesses nacionais, lei da oferta e procura, concorrência externa etc. E os encargos sociais e custos rescisórios são elevados.

Infraestrutura:  não há ferrovias, portos, navios de cabotagem, navegação interior, dutos, aviões e estradas suficientes para o escoamento eficiente e barato da produção. Isso encarece a atividade. Nossas comunicações e transmissão de dados são lentas quando comparadas às dos países industrializados que concorrem conosco.

Falta de isonomia: contra a importação de navios há uma enorme barreira tarifária que protege os estaleiros locais. No entanto, para se importar as máquinas que os equipam, não há barreiras. Nossos concorrentes de fora chegam sem tributos e com subsídios de seus países de origem. Por isso, somos produtores apenas de cascos. A parte inteligente, a começar pelo projeto, quase sempre vem de fora.

Câmbio: é livre, dizem. Porém, os juros altos e a forte exportação de commodities acabam provocando grande entrada de dólares que supervalorizam nossa moeda e nos colocam em desvantagem competitiva com relação ao resto do planeta.

Judiciário lento: quando um cliente não paga e o assunto vai para na justiça, é quase como se tivéssemos que transferir a dívida para um tipo de fundo perdido. Demora muito, e nem sempre se resolve.

Quais as soluções que a câmara busca para sanar esse problema?
 
O setor não está regulado. Cobramos uma política de governo. A exemplo: que concedam ao navipeças local as mesmas barreiras tarifárias já praticadas em todos os demais segmentos brasileiros, como da indústria automotiva, por exemplo; que nas compras estatais, exijam mais conteúdo local nos contratos, pois quando os fornecedores são locais, um-terço do valor dessas compras volta para o governo em impostos, sem falar no impacto social; que os financiamentos do BNDES, Banco do Brasil sejam 100% da parte nacional dos empreendimentos, deixando as importações serem financiadas pelos países de origem dos fornecedores interessados, já que não faz sentido usar dinheiro nosso para criar empregos lá fora.

O que tem sido feito para fomentar esse setor?

O BNDES tem sido um grande aliado. Podemos adquirir e vender máquinas com financiamentos de até 10 anos, com carência de até 2 anos e com juros anuais de 4,5%.  Isso já foi feito, está em vigor e creio que foi a principal conquista do setor.

Comente o que mais considerar pertinente sobre o setor.

Todas as atividades ligadas ao petróleo no Brasil têm uma perspectiva razoável sob o ponto de vista do volume de negócios nos próximos 20 ou 30 anos. Essas boas previsões, todavia, contrastam com a possibilidade de fortes importações de máquinas e equipamentos por conta do câmbio e do custo Brasil, e com prováveis atrasos nas obras, que diluirão encomendas ao longo de períodos maiores que os anunciados em palanques. E por falar em palanques, não me parece que este governo queira ainda discutir ou tratar assuntos estruturais polêmicos. Sinto um certo clima de “fim de festa” nos interlocutores que estão no poder há quase dois mandatos. Os últimos governos que se sucederam calcaram suas gestões sobre os mesmos pilares de juro alto, dólar baixo e máquina governamental cada vez mais pesada. O resultado dessas políticas fez com que o país se desindustrializasse gradativamente ao longo dos últimos 25 anos, e se tornasse o grande produtor e exportador de commodities que é hoje. Não houve nem o cuidado de cobrar contrapartida, geração de empregos e riquezas daqueles que exploram jazidas do nosso subsolo. Essas atividades, tanto em minério como em petróleo, são finitas, impactantes, não sustentáveis e por isso deveriam deixar forte legado em atividades substitutas a elas mesmas, já que um dia acabarão…e em educação, infraestrutura e defesa, por exemplo. Essas mesmas commodities ao serem exportadas provocam forte entrada de dólares, que derrubam sua cotação e tornam nossa produção de máquinas locais ainda mais desinteressante. O que queremos ser? Um México, que exporta petróleo e vende mão de obra na fronteira americana, ou uma Alemanha, que não tem um pingo de petróleo mas tem uma fortíssima indústria? Ao olharmos Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, desses países não deveríamos ter dúvidas. Se tivermos a sorte de saber eleger bem nossos próximos governantes e se eles tiverem a visão de futuro que precisamos, seremos novamente a quinta ou  sétima potência industrial do mundo como já o fomos nos anos 80.

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Presidente: Ricardo Berg

Trace um panorama sobre o setor em 2009, inclusive com perspectivas para o fechamento do ano.

Foi um ano difícil para toda a economia e todo o setor produtivo. As ferramentas usadas diretamente na indústria sofreram mais, enquanto aquelas utilizadas em outros ramos, como construção civil e agricultura, menos. Mas no geral todos os segmentos registraram quedas. Até o fim do ano a variação deve ficar negativa em 17%.

E como o segmento se comportará em 2010?

Deve haver uma melhora, mas não muito significativa. Alguns segmentos melhorarão mais que outros.

Sabemos que 2008 foi ano excelente para a indústria. Quando o sr. imagina que o setor retorne aos níveis daquele ano? 

Em 2012.

Até que ponto a crise econômica mundial afetou o segmento? 

Bastante. Pela própria crise (redução das atividades/exportações), bem como a atual situação do Brasil de estar em melhores condições que o resto do mundo, vários fabricantes estão entrando para distribuir seus produtos no nosso mercado.

Fale sobre a competitividade do setor nos mercados interno e externo. 

A balança comercial não esta favorecendo o produto fabricado no nosso país. Mesmo países de primeiro mundo, como Alemanha e Estados Unidos, já estão com preços muito competitivos no Brasil.

Qual o maior problema enfrentado pelo setor hoje? 

Uma política tributária que não onere os investimentos ou a mão de obra!

Quais as soluções que a câmara busca para sanar esse problema? 

Pressão junto aos dirigentes do nosso país.

Quais os próximos passos para sustentação do segmento? 

Estamos normatizando junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, todos os produtos fabricados por nossos associados. Com essa ação pretendemos criar um nível de qualidade para o produto nacional, sempre focado na segurança do usuário.

O que tem sido feito para fomentar esse setor? 

Tudo o que está sendo feito pelo governo para aquecer a economia atinge nosso setor: construção civil, agronegócio, indústria etc. Um setor organizado e bem representado faz isso com mais precisão. 

Comente o que mais considerar pertinente sobre o setor. 

Precisamos mudar a identidade do nosso país de exportador de commodities; hoje exportamos a soja em vez do óleo de soja; exportamos o grão do café e não o café pronto para consumo; exportamos o aço/minério de ferro em vez da ferramenta acabada. Temos muitos brasileiros para empregar antes de importar.

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CSVI-  Pedro LucioPresidente: Pedro Ariovaldo Lúcio

Trace um panorama sobre o setor em 2009, inclusive com perspectivas para o fechamento do ano.

Vendas abaixo de 2008; dentro do setor temos algumas empresas que hoje têm grande dependência da Petrobras; outras empresas que não têm a Petrobras como cliente estão tendo dificuldades em se manter; o setor como um todo registrou queda de 50%.

E como o segmento se comportará em 2010?

O setor ainda esta muito dependente de projetos da Petrobras e dos setores de açúcar e álcool, papel e celulose, siderúrgico, dentre outros; é difícil fazer uma projeção, pois, mesmo com a crise mundial, o Brasil começa a funcionar depois do Carnaval.

Sabemos que 2008 foi ano excelente para a indústria. Quando o sr. imagina que o setor retorne aos níveis daquele ano?

2008 foi um ano fora da curva, o mundo estava acelerado. Acredito que os próximos anos serão mais planejados. 2010 será um ano de eleições e tudo pode acontecer. Será um ano que temos que aproveitar o que nos for imposto, como Plano de Aceleração do Crescimento, PAC, pré-sal etc.

Até que ponto a crise econômica mundial afetou o segmento?

Em todos os pontos: houve muitas demissões, a Petrobras nos obrigou a conceder descontos que não tínhamos condições, o câmbio ficou impraticável, as importações de válvulas da China aconteceram em grande escala, fabricantes do setor começaram a importar da China.

Fale sobre a competitividade do setor nos mercados interno e externo.

Existe o “cartel do aço no Brasil”, pois aqui é 50% mais caro do que o importado; as indústrias do setor que produzem no país estão no mesmo patamar de preços, não havendo concorrência desleal; o grande fantasma da indústria de válvulas no Brasil é a China; entre fabricantes e distribuidores de válvulas somos 150 no Brasil, enquanto na China chegam a 5 000.

Qual o maior problema enfrentado pelo setor hoje?

Falta de isonomia, câmbio baixo, altas taxas tributárias, custo elevado sobre a mão de obra. E caso seja aprovado o projeto de lei de 40 horas semanais, espere demissões e muitos empresários fazendo parceria com os chineses.

Quais as soluções que a câmara busca para sanar esse problema?

Manutenção da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, isonomia e não aprovação das 40 horas semanais.

Quais os próximos passos para sustentação do segmento?

De novo a manutenção da isenção do IPI, a Petrobras manter o que vem prometendo (comprar 60% de equipamentos no Brasil) e conseguirmos o que estamos buscando, por meio da Abimaq, no governo.

O que tem sido feito para fomentar esse setor?

Redução do IPI, oferta de crédito e compras pela Petrobras de 60% dos equipamentos no Brasil.

No tocante a novas políticas e a regulamentação para o setor, o que tem sido feito?

A Petrobras criou uma norma, a NBR15827, para proteger a qualidade dos produtos fabricados no Brasil e que deverá ser estendida aos estrangeiros. Isso deverá criar algumas dificuldades para os importadores chineses.

Comente o que mais considerar pertinente sobre o setor.

Nosso setor emprega direta e indiretamente cerca de 50 000 pessoas. Mas se continuar sofrendo com as importações de válvulas chinesas, se a carga tributária não for corrigida, se as 40 horas semanais for aprovada, se a Petrobras continuar comprando da China, o segmento será reduzido e os poucos que ficarem terão que fazer parceria com algum chinês.

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Presidente: Carlos Gaigher

Trace um panorama sobre o setor em 2009, inclusive com perspectivas para o fechamento do ano.

Provavelmente o setor ficará abaixo de 2008, porém já temos boas perspectivas para 2010, inclusive com um bom volume de pedidos em carteira para o próximo ano.

E como o segmento se comportará em 2010?

O que tudo indica é que em 2010 já sentiremos reflexos da retomada que está acontecendo neste ano, mas os investimentos ainda não estão totalmente liberados, conforme planejado, o que deve acontecer de maneira mais importante a partir do ano que vem.

Sabemos que 2008 foi ano excelente para a indústria. Quando o sr. imagina que o setor retorne aos níveis daquele ano?

Se tudo continuar caminhando bem, com os investimentos públicos em marcha e sem surpresas, talvez 2011 seja um bom ano.

Até que ponto a crise econômica mundial afetou o segmento?

A crise afetou a todos da mesma maneira: contenção dos investimentos, redução das despesas, falta de liquidez e expectativa de paralisação da economia. Mas com certeza outros segmentos foram bem mais afetados como, por exemplo, as montadoras.

Fale sobre a competitividade do setor nos mercados interno e externo.

O segmento de vedações no Brasil tem players globais com alta tecnologia e estrutura bastante competitiva para fornecimento aos usuários finais e OEMs locais, bem como Mercosul e demais países.

Qual o maior problema enfrentado pelo setor hoje?

Imagino que para todos o maior problema é a carga fiscal.

Quais as soluções que a câmara busca para sanar esse problema?

Busca a revisão das classificações com um planejamento tributário e também atuar por meio da Abimaq de forma organizada junto ao governo, pois a entidade detém experiência na condução desses assuntos, tendo tido ao longo dos anos bons resultados.

Quais os próximos passos para sustentação do segmento?

O desenvolvimento tecnológico é cada vez mais importante e a troca de conhecimento não só dos produtos, mas dos diferentes segmentos de mercado para aplicação dos nossos produtos e tecnologia.

Comente o que mais considerar pertinente sobre o setor.

Acredito que cada vez mais as políticas que visam a preservação ambiental, a manutenção dos nossos recursos naturais e a segurança das atividades consideradas criticas demandaram mais e mais da indústria de vedação, e esse desafio já esta sendo vencido porque a cada ano vemos novos desenvolvimentos que buscam eficiência e competitividade.

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O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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