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A Indústria 4.0

Icone Análise,Artigo,Opinião,Perspectivas,Pesquisa | Por em 18 de fevereiro de 2019

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 por Ubiratan Resende (*)

 Desde o processamento e análise em tempo real, que impulsionam maior eficiência e aprendizado, até a manutenção preditiva, a Inteligência Artificial em computação de borda (Edge AI, em inglês) está impulsionando uma revolução na indústria. Fabricantes de todo o mundo sofrem grande pressão para manter uma vantagem competitiva o que impulsiona programas de transformação digital baseados em Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial. Na verdade, a alavancagem da IoT industrial tornou-se tão evidente que recebeu a alcunha de “Indústria 4.0”.

Estas tecnologias estão estabelecendo uma sintonia entre o “último andar” e o “chão de fábrica”, resultando em ganhos de eficiência gritantes em quase todas as áreas do processo de fabricação. Desde o gerenciamento da cadeia de suprimento, montagem automatizada, manutenção preditiva até o atendimento automatizado, os benefícios de um processo de fabricação completamente integrado, alimentado por AI, são consideráveis.

O McKinsey Global Institute estimou que o uso de inteligência artificial tem o potencial para gerar um ganho de valor de US $ 3,5 trilhões a US $ 5,8 trilhões ao ano em nove linhas de negócios de 19 segmentos da indústria. O poder da Edge AI de mesclar dados industriais e transformá-los em produtos utilizáveis e serviços inovadores é o elemento central da Indústria 4.0.

UBIRATAN-RESENDE-VIA-TECHNOLOGIESEssa abordagem focada em dados aumenta os desafios de processamento, pois a inteligência dos dispositivos IoT (câmeras e sensores, por exemplo) precisa ser reunida, analisada e acionada em tempo real. É nesse ponto que o Edge AI se torna particularmente importante para a Indústria 4.0. Como processa os dados para a tomada de decisões em tempo real no local onde são coletados, elimina grande parte da latência existente em um sistema de nuvem tradicional, que realiza a operação distante dali, ficando, assim, sujeito a interrupções de transmissão, entre outros problemas. A Edge AI possibilita reações instantâneas, o que pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso no que diz respeito ao maquinário industrial.

Um dos maiores terrores de qualquer industrial é a quebra de maquinário que, além de gerar custos elevados, causa interrupções não programadas na produção. A AI de borda elimina este risco. Com sensores de IoT e Edge AI, os sistemas podem aprender (machine deep learning) quais são os padrões operacionais das linhas de montagem e, a partir daí, definir um modelo de atividade “normal”. Desta forma, alterações passam a ser detectadas em tempo real, o que permite que o maquinário seja desligado automaticamente, garantindo a segurança, a integridade dos equipamentos e, consequentemente, evitando paradas mais longas e dispendiosas.

A produção também é otimizada com a integração de todas as etapas, desde a cadeia de suprimentos e produção até a chegada do produto ao cliente final. Isso se dá por meio da captação de dados realizadas pelos dispositivos IoT e interligados, em tempo real, pela Edge AI, no que se denominou “máquina para máquina” (m2m).

Este uso crescente da robótica Edge AI mudou as expectativas dos consumidores, o que força as empresas a adequaram tanto a produção quanto sua logística. O uso de robôs autônomos em aplicações de armazenamento é uma das principais tendências para 2019, o que se estenderá para os próximos anos. A IDC prevê que os gastos mundiais com sistemas robóticos e drones totalizarão US $ 115,7 bilhões em 2019, um aumento de 17,6% em relação a 2018. Em 2022, esses aportes devem atingir US $ 210,3 bilhões.

Pioneira, a Amazon possui mais de 100 mil robôs em operação em mais de 26 centros de atendimento de pedidos em todo o mundo.

O envio antecipado não é uma novidade, mas mudou. Ao invés de centros de distribuição regionais, empresas adotam o envio de estoques para depósitos quase que imediatamente. Isso é possibilitado pela AI, que prevê, e aprende, quais itens, marcas e volumes serão exigidos a cada momento e em quais localidades.

Como as necessidades de automação de processos e fornecedores diferem de uma indústria para outra, a eficiência de sistemas e plataformas Edge AI dependem da capacidade de integração com as plataformas de nuvem do cliente. Devem ser customizáveis, para que possam atender a requisitos específicos de implantação. A VIA Technologies, por exemplo, tem como diretriz garantir compatibilidade com os líderes do segmento, caso de Alibaba, Microsoft e Foghorn. Fidelização de clientes, previsibilidade da operação e de custos, eficiência na entrega e assertividade na oferta se tornam fundamentais para a atividade industrial.

*É diretor-geral da VIA Technologies no Brasil

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Indústria 4.0: Motor do desenvolvimento

Icone Análise,Artigo | Por em 26 de novembro de 2018

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Liliane Bertoluci

Liliane Bertoluci

*Por Liliane Bortoluci

O estudo da Confederação Nacional da Indústria, “Indústria 4.0 e Digitalização da Economia” estima que, caso o Brasil mantenha a taxa média de crescimento do Produto Interno Bruto registrada na última década (1,6%), levará mais de meio século para alcançar o PIB per capita dos países desenvolvidos.

Para reduzir esse prazo, a entidade calcula a necessidade de, no mínimo, dobrar o PIB brasileiro nos próximos anos e, para que isso aconteça, é preciso ampliar – ou, pelo menos, não reduzir – o potencial de expansão da indústria. “A indústria tem o poder de estimular outros setores, além de ser um dos principais agentes da inovação tecnológica”, diz o estudo.

A solução passa indiscutivelmente pelo avanço da Indústria 4.0. Também chamada de Manufatura Avançada, Indústria do Futuro e Fábrica Inteligente, a Indústria 4.0 se caracteriza pela integração dos processos de produção com o ambiente virtual, por meio de modernas tecnologias, como Comunicação Máquina-Máquina, Big Data, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Armazenamento em Nuvem, Robótica Avançada e outras.

“O desenvolvimento da Indústria 4.0 tem sido fundamental nas estratégias de empresas líderes e na política industrial das principais economias desenvolvidas. A incorporação de tecnologias digitais é essencial para o aumento da produtividade e, consequentemente, para o crescimento do País”, alerta a CNI.

Tendo em vista que o desenvolvimento da Indústria 4.0 está no centro das estratégias de política industrial dos países desenvolvidos e da necessidade do Brasil em agilizar esse processo para diminuir o gap de competitividade no mercado internacional, o estudo, que integra um conjunto de documentos entregues pela CNI aos candidatos à presidência da República, faz algumas recomendações.

Entre elas: priorizar políticas de difusão e indução à adoção de novas tecnologias, disponibilizar mecanismos específicos para promover o desenvolvimento tecnológico, ampliar e melhorar a infraestrutura de telecomunicação (em especial a banda larga), aperfeiçoar os aspectos regulatórios que afetam o desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil, facilitar a articulação entre os órgãos públicos responsáveis pelas políticas ligadas à Indústria 4.0 entre si e também com o meio empresarial.

Em que pese a urgência dessas medidas e muitas outras que têm por finalidade destravar o avanço da Indústria 4.0 no Brasil, é vital ressaltar que a iniciativa privada vem fazendo sua parte para “democratizar” o acesso à grande parte da tecnologia necessária.

Quem visitou a última edição da Feimec (Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos), em abril, pôde constatar o quanto a evolução das plantas fabris para os conceitos da Indústria 4.0 é viável. O Demonstrador de Manufatura Avançada em operação naquela feira foi desenvolvido pela ABIMAQ e um notável grupo de parceiros (públicos e privados) em apenas três meses, com equipamentos e sistemas disponíveis no Brasil e acessíveis a todos os segmentos.

A Robótica Avançada é uma das principais tecnologias da Indústria 4.0. Os robôs colaborativos tiveram forte presença não só no Demonstrador, mas também nos estandes de diversos fabricantes. Diferente dos modelos convencionais, que precisavam fazer uma única ação repetidas vezes, na Robótica Avançada os robôs são programados para executar diferentes tarefas simultaneamente.

Mais seguros e versáteis, eles desempenham funções no mesmo ambiente e até interagindo com os profissionais em diferentes áreas da indústria, sem necessidade de isolamento por cercas e proteções.

Grande parte dos fabricantes que estiveram na Feimec participa no próximo ano da EXPOMAFE, em maio, no São Paulo Expo, que tem a Automação Industrial entre seus focos principais (juntamente com as máquinas-ferramenta). Mais uma vez, o que se espera é uma exposição da mais alta tecnologia, num ambiente propício à negociação com grandes marcas nacionais e internacionais.

Há um longo e árduo caminho para o nosso País percorrer na corrida dos mercados mundiais e o novo governo, seja qual for, precisa estar sensível às demandas por uma política de desenvolvimento industrial que ajude a diminuir nossa desvantagem. Do lado de cá, estamos fazendo nossa parte para que a tecnologia chegue mais rápido, para mais empresas e nas melhores condições.

Do lado de cá, estamos fazendo nossa parte para que a tecnologia chegue mais rapidamente, para mais empresas e nas melhores condições, por meio do nosso canal de marketing digital, que mantém contato com o setor consumidor de máquinas-ferramenta e robôs durante os 365 dias do ano.

*Diretora da Informa Exhibitions, promotora da EXPOMAFE – Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Automação Industrial.

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omronA OMRON anuncia o lançamento no Brasil do laboratório de inovação tecnológica Proof of Concept (PoC). Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da Indústria 4.0 no país, o PoC brasileiro conta com tecnologia de ponta para testar as últimas tendências em soluções integradas de automação industrial, incluindo robótica, redes industriais, segurança e controle de qualidade.

“A OMRON é reconhecida mundialmente por seu investimento em inovação impulsionada pelas necessidades sociais. Aumentar a segurança e eficiência na indústria são fatores cruciais para que nossos clientes se desenvolvam, sejam mais competitivos e se destaquem no mercado global. O conceito da Indústria 4.0 se apresenta como uma enorme oportunidade para o Brasil e o nosso laboratório Proof of Concept é mais uma forma de estimular este progresso”, destaca Carlos Neves, diretor da unidade de Automação Industrial da OMRON Brasil.

O Proof of Concept da OMRON está presente em países-chave entre os 117 em que a empresa possui operações. Por meio dele, a OMRON viabiliza testes e validações de sistemas que se comunicam em rede (EtherCAT, EtherNet/IP, OPC UA etc.), geram dados que ajudam na tomada de decisão e aplicações de inteligência artificial. Este processo minimiza riscos de falhas nas aplicações e garante o retorno do investimento em automação.

A estrutura do Proof of Concept da OMRON Brasil acomoda três células robotizadas capazes de trabalhar conectadas entre si no mesmo processo de fabricação ou separadas em aplicações independentes. “Esta flexibilidade é um elemento característico da Indústria 4.0. A partir da implementação das células robotizadas, as indústrias conseguem elevar a produtividade, reduzir custos e obter maior controle sobre o processo produtivo”, afirma o gerente de Marketing da OMRON Brasil, Edicley Machado.

Automatizadas 100% com produtos OMRON, as células são compostas por três robôs fixos desenvolvidos pela empresa: o Quattro 650H, o Viper 850 e o eCobra 800, além de um robô móvel colaborativo, o LD-90. O PoC da OMRON Brasil apresenta ainda uma integração completa da plataforma Sysmac, que reúne as tecnologias de automação industrial em um único software.

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diadoeconomistaOs economistas são aqueles que buscam compreender os processos coletivos, individuais e institucionais ligados aos fenômenos econômicos e socioeconômicos. Ou seja, o profissional desta área, em suma, pesquisa e organiza a produção, distribuição e consumo dos bens materiais e serviços.

No dia 13 de agosto comemorou-se o Dia do Economista, eles que ajudam as pessoas a entenderem os acontecimentos econômicos, por meio de ferramentas oferecidas de acordo com cada escola de pensamento. Para Klaus Schwab, presidente do Fórum Econômico Mundial, e Nicholas Davis, líder de Sociedade e Inovação do Fórum, o novo e principal fenômeno a ser estudado é a atual revolução industrial, inclusive, lançaram dois livros, no Brasil pela Edipro, sobre a temática: A Quarta Revolução Industrial e Aplicado a Quarta Revolução Industrial.

As mais recentes tecnologias estão reformulando a economia global, desde a forma como produzimos e transportamos os bens e serviços até o modo como nos comunicamos. Aplicando a Quarta Revolução Industrial aponta caminhos para que líderes e gestores possam gerenciar os riscos e complexidades dessas mudanças.

Alguns pontos são discutidos mundialmente na imprensa, e muitos deles são expostos nos dois livros do presidente do Fórum Econômico Mundial. Alguns dos mais importantes são: Novas tecnologias podem provocar saída de multinacionais do Brasil, Avanço de robôs desafiam trabalhadores do futuro e A Quarta Revolução Industrial

 

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unnamed*por Ingo Pelikan

É crescente a necessidade de integração na cadeia automotiva. Por um lado, os sistemas industriais avançam em direção à Indústria 4.0, que demanda inovações nos campos de automação, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos produtivos. Por outro, os veículos – cada vez mais conectados, elétricos, autônomos e compartilhados – passam pela disrupção de suas tecnologias.

Em paralelo, os modelos de negócios ainda enfrentam fase de transição na indústria automotiva. Já começam a sair do clássico ‘montadoras, sistemistas e fornecedores’ para incluir os desenvolvedores de soluções para o transporte, uma vez que o veículo se tornou serviço, o motorista virou passageiro e, como tal, deseja ter uma série de facilidades para se locomover.
Neste contexto de profundas inovações, a interação do setor – entre os diferentes elos envolvidos em todo o processo, do desenvolvimento à manutenção do veículo – precisa ser fortalecida para que haja troca de experiência e velocidade de informação. Do contrário, os riscos da não integração são grandes, a começar por falta de transparência e perda de tempo na coleta de informações.
Outro grande impacto é a tomada de caminhos divergentes, que provavelmente devem se chocar em algum momento e exigir grandes retrabalhos. Como a execução de tarefas se mostra cada vez mais veloz em toda a cadeia, trilhar um caminho que seja errado poderá exigir enorme tempo para a sua correção, o que deve gerar atrasos na evolução exigida pelo mercado.
É essencial um entendimento comum sobre as demandas de inovação para tomadas de decisão mais assertivas, afinal as organizações devem colocar no radar de investimentos para os próximos anos altos aportes em inovação, tanto de produtos, quanto de processos de fabricação. Esse movimento envolverá uma gama de empresas que não estarão restritas às tradicionais da cadeia automotiva.
 
*Ingo Pelikan é presidente do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA)

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O conceito da Indústria 4.0 (ou manufatura avançada) precisa chegar às pequenas e médias empresas brasileiras para que possam ter sucesso em acompanhar esse processo de evolução que atinge o mundo todo. A opinião é do vice-presidente da Schneider Electric, Cristiano dos Anjos, que será um dos palestrantes durante o Encontro de Líderes da Indústria, que acontece entre os dias 24 e 27 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo, durante a MECÂNICA  Manufacturing Experience.

“A Schneider fala há 50 anos sobre automação. Sempre estivemos atentos ao que ocorre no mundo e buscamos nos atualizar”, lembra o executivo. Cristiano defende  a “democratização” dessa evolução. “No Brasil, assim como nos demais países, uma parte considerável da produção industrial está concentrada nas médias e pequenas indústrias, sendo que em vários seguimentos é a maior parte. Então, não podemos pensar em Indústria 4.0 sem incluí-las nesse processo”, garante.

Para Cristiano, é preciso ter um plano de digitalização – olhando para dentro, “para o chão de fábrica”, antes de pensar na internet, nas conexões com o restante do mercado. “A digitalização, com a interconexão dos processos e equipamentos internos, é o primeiro passo”.

Por esse motivo que o executivo garante que é possível o engajamento de todos nestas mudanças. “Se olharmos o conceito como um todo ele pode demandar um grande investimento inicial, mas se houver um planejamento bem definido, a implantação poderá ser feita em etapas”, garante.

Para Cristiano, todo o processo se resume em sustentabilidade, conexão com o mundo digital e planejamento com cyber segurança. “Inovar não é só colocar um produto no mercado, mas também é a maneira como se faz gestão, a maneira que se controla. Utilizar um recurso e tecnologia de uma maneira diferente é algo inovador dentro da indústria”, afirma. Para ele, a gestão de pessoas também tem que ser incluída nessa discussão. “O tema é válido porque é extremamente relevante preparar a população que trabalha dentro das fábricas ou que está conectada à indústria de modo geral, para que saiba lidar com a inovação.  A inovação é necessária em nosso dia a dia, seja em termos de tecnologia ou de fazer novos negócios, novas maneiras, novos modelos de gestão. Orientar, preparar, treinar e capacitar o pessoal de indústria é fundamental.”

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indO mundo digital está cada vez mais presente na vida das empresas e das pessoas.  Hoje, em maior ou menor grau, a tecnologia impacta estilos de vida e o processo produtivo nas empresas, facilitando as atividades como um todo.

Essa transformação digital apoiada na internet propiciou uma grande plataforma de intercâmbio de informações que, aliada à abrangente conectividade dos sistemas e dispositivos, a custos cada vez menores, será responsável por fortes transformações econômicas e sociais, que já se insinuam no presente e se acentuarão nos próximos anos.

A conjugação de tecnologias conhecidas como: IoT (Internet das Coisas); Big Data (manuseio e análise de volumes crescentes de dados); Computação na Nuvem, Machine learning (máquinas que se atualizam a partir de dados sem a intervenção humana contínua)  e manufatura aditiva (produtos impressos por tecnologia 3D), bem como um profundo processo de integração dos sistemas, entre outras, dará origem a novos modelos de negócio que proporcionarão, em última análise, enormes benefícios aos consumidores finais.

Esse processo de evolução está sendo identificado mundo afora como uma “quarta revolução industrial”, ou de forma mais específica “Indústria 4.0”. A ideia principal é a implementação de “fábricas inteligentes” que aliam sistemas virtuais e físicos, combinados a redes e plataformas digitais com viabilidade de abrangência global, dando origem a cadeias de valor revolucionárias.

Para uma fábrica ser considerada inteligente, ou seja, estar modelada nos padrões da Indústria 4.0, deve apresentar as seguintes características:

  • interoperabilidade (a capacidade de sistemas ciberfísicos promoverem a conexão e comunicação entre seres humanos e as fábricas inteligentes);
  • virtualização (gerar uma cópia virtual das fábricas inteligentes e, através dos sensores de dados que monitoram os processos físicos, gerenciá-las e operar modelos de simulação, possibilitando avaliar ou testar mudanças de processo a custos viáveis e antes da implementação na linha de produção real);

ü  descentralização (Habilidade dos sistemas ciberfísicos tomar suas próprias decisões e produzir localmente);

ü  capacidade em tempo real (capacidade de coletar e analisar os dados de forma extremamente rápida e a baixo custo, gerando conhecimento derivado dessas análises imediatamente);

ü  orientação a serviços (Service Oriented Architecture (SOA) em inglês é um modelo de arquitetura de softwares e também de estrutura corporativa ou negócios, no qual as funcionalidades devem ser disponibilizadas na forma de serviços interoperáveis com outras funcionalidades e sistemas, baseado no conceito de computação distribuída; constitui requisito fundamental para a integração de sistemas na indústria); e

ü  modularidade (capacidade de adaptação flexível das Fábricas Inteligentes para requisitos mutáveis, através da reposição ou expansão de módulos individuais).

Os aspectos inovadores mais relevantes da indústria 4.0 são o atingimento de melhores resultados quantitativos, representados pela diminuição de erros e aumento na produtividade, assim como os qualitativos, relacionados a atributos de produto e processo, com resultados que muitas vezes superam as capacidades humanas.

Os impactos se estendem a todos os aspectos da cadeia, inclusive os ligados ao fluxo dos produtos, informação e valor, do ponto de origem ao consumidor final, e vice-versa. Assim, também já se fala de Supply Chain 4.0 e Procurement 4.0, por conta das oportunidades de aplicações tecnológicas no estabelecimento de processos colaborativos e mais efetivos entre os diversos agentes fornecedores e clientes, de forma ágil, flexível e responsiva. “Ou seja, a aplicação de tecnologia resultando num produto certo, na qualidade adequada, com agilidade na entrega, ao melhor custo e ainda assegurando o consumo racional e sustentável de recursos”.

Em última instância, caminhamos através de um processo inexorável de transformação da economia como um todo, que alguns já começam a denominar de maneira mais abrangente como Economia 4.0. E uma das características marcantes desse novo modelo econômico é que o potencial de ganhos não se restringe a um dígito, pelo contrário, presenciamos o nascimento de um novo paradigma de ganho exponencial.

Desafios do Brasil na indústria 4.0  
1.- Infraestrutura tecnológica deficiente referente à conectividade – banda larga 6.- Aderência a padrões trabalhistas globais (qualificação, remuneração e regulatório)
    
2.- Falta de estrutura logística de transportes, geração e transmissão de energia 7.- Má distribuição de renda prejudica o desenvolvimento do mercado consumidor potencial
   
3.- Falta de modelos adequados e atrativos para financiamentos de novos projetos, principalmente, com investimentos em tecnologia envolvendo equipamentos importados
  1. Risco político impede a percepção de bom ambiente para negócios
   
4.- Maior segurança jurídica para assegurar atratividade ao investimento direto com capital nacional e internacional 9.- Desregulamentação e abertura econômica, fazendo que as empresas em desvantagem competitiva com empresas de outros países tenham melhor visibilidade da necessidade dessa atualização tecnológica
   
  1. Altos custos de implantação de projetos (serviços, juros, impostos sobre materiais e equipamentos importados e burocracia para licenciamento)
 

 

 

Por trás dessas mudanças existe ainda uma grande ideia, ou seja, o ato de compartilhar grande parte das informações e do conhecimento, gerando oportunidades de negócios. O grande desafio, para cada empresa, na economia de compartilhamento é a identificação dos nichos de vantagem competitiva que assegurem diferenciação.

Mas como é comum em processos de transformação, precisamos nos adequar a essas mudanças. Um ponto interessante para ser avaliado é o impacto que ocorrerá na distribuição do trabalho na sociedade. “Estudos já indicam que o processo de transformação digital, ao longo dos próximos 20, 30 anos, tem o potencial de eliminar 40 a 50% dos empregos em formato atual. Por outro lado, empregos de natureza totalmente inovadora e mais qualificados serão criados, possivelmente em quantidade menor do que os que irão desaparecer”.

Para ocupar os novos espaços demandados na cadeia de valor, os profissionais deverão estar plenamente capacitados a entregar contribuições estratégicas e bem delineadas. Eles devem ter capacitação para lidar com as tecnologias envolvidas e seus instrumentos, além de habilidades imprescindíveis como: trabalhar em equipes multidisciplinares; ser pessoas empreendedoras em seu grupo; saber desapegar de ideias e ciclos que se esgotaram; saber lidar com ambiguidades; ter capacidade de síntese; dominar a comunicação e a linguagem; estabelecer relações quantitativas, ter poder de negociação, além de ser resilientes, intuitivos, curiosos, íntegros e ter propósitos claros e adequados.

Então eis uma série de perguntas: Será que sua empresa está pronta para tantos avanços? Sua empresa já começou a identificar e desenvolver profissionais com as características descritas acima? Sua empresa tem uma visão estratégica sobre os rumos para inovação em seu parque produtivo e processos, tirando proveito dessas novas tecnologias disponíveis? Na innovativa Executivos Associados acreditamos que essas e outras perguntas são respondidas mediante extensa pesquisa, aplicação de conhecimentos específicos e desenvolvimento da visão de oportunidades da transformação digital na indústria.

Ganhos mensuráveis usando tecnologia da indústria 4.0
 
1.- Recursos (consumo inteligente e racional de energia e matérias-primas)
 
2.- Otimização dos processos – cadeia produtiva
 
3.- Utilização dos ativos/CAPEX no processo produtivo
 
4.- Sistemas ciberfísicos, integração homem-máquina
 
5.- Redução de inventário (produção local /3D, produção unitária e otimização na cadeia
 
6.- Qualidade (atributos do produto final)
 
7.- Cadeia produtiva (otimização da previsão e gestão de demanda)
 
8.- Responsividade ao mercado / Time to Market (co-criação/open innovation, engenharia simultânea)
 
9.- Serviços / Pós-Vendas (orientação e manutenção remota)
   

 

 

Artigo escrito pelos sócios da innovativa Executivos Associados, Fernando Grobman e Renato Cajado.

 

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artigo-progress-inovacao-digital-matthew-gharegozlou-vp-da-progress-para-a-america-latina-e-caribeA transformação digital dos negócios atinge as operações
de chão de fábrica. É do que trata o artigo de Matthew Gharegozlou, Vice-Presidente da Progress para a América Latina

Décadas após a revolução proporcionada pela robótica, pelas máquinas de controle numérico e pela gestão inteligente de processos de produção, eis que surge no cenário a “Indústria 4.0”, que é como os especialistas estão chamando de a última revolução industrial. Uma revolução que vem inserida na chamada onda de Transformação Digital dos Negócios.

Nessa nova feição da indústria, que abrange áreas como a manufatura, automotivo e transporte, produção de energia, as utilities em geral e setores como o de saúde, o chão de fábrica (ou a estrutura de produção) não é mais o espaço onde exclusivamente ocorre o trabalho pesado. E o mesmo raciocínio se aplica aos pátios, armazéns e guindastes de uma zona portuária ou para aos equipamentos médico-hospitalares que guarnecem um grande hospital.

As empresas inovadoras nas mais diversas áreas de produção de bens e serviços estão buscando na IIoT a transformação do seu negócio e agregando valores digitais de alto impacto na diversificação, qualidade e custo dos produtos. Todo o conjunto de máquinas e bens de produção adquire, em geral, com a IIoT, um novo aspecto de sutileza e inteligência.

Mas, embora as vantagens (e a necessidade estratégica) dos investimentos em inovação digital industrial já não levantem tantas dúvidas, estes setores ainda precisam enfrentar a questão da interoperabilidade, já que a incompatibilidade do legado com os novos padrões de tecnologia acaba representando um obstáculo à transformação digital.

É este fato que condiciona a adoção de tecnologias agnósticas, em uma arquitetura aberta, como pré-condição para se evoluir na direção da IIoT. E o ponto de partida para tanto, está não na retaguarda dos sistemas (estruturas e máquinas físicas que logicamente também precisam ser ajustadas), mas na fase de desenvolvimento das aplicações que irão conduzir a passagem da indústria atual para a indústria 4.0.

 

A Oportunidade da Internet Industrial das Coisas

A nova revolução industrial envolve o aprofundamento da informatização das e da utilização da robótica, agora associando-as aos recursos de métrica inteligente e capacidade analítica de dados para maximizar a eficiência, a rentabilidade e a segurança. Lugares comuns à parte, o novo modelo IIoT carrega enorme potencial para gerar dados de negócio articulados que são articulados junto com o chão de fábrica ou a estrutura de produção. Cria-se assim um novo tipo de massa crítica que maximiza a capacidade das empresas de otimizar custos, azeitar a prestação de serviços e aumentar as receitas a partir de fontes antes não exploradas.

Estes três pilares de competitividade são o que poderíamos chamar “a santíssima trindade” na arena dos negócios.

É nesta tríade que se sustenta o rápido avanço que a IIoT vem experimentando. De acordo com fontes do mercado, o investimento global em Internet Industrial das coisas chegará a US $ 500 bilhões até 2020. Estima-se que as empresas que introduzem automação articulada com tecnologias flexíveis de produção podem aumentar a produtividade em até 30%. Além disso, a manutenção preditiva dos ativos, proporcionada pela introdução do analytics, pode garantir economias de 12% em comparação com reparos programados, além reduzir os custos gerais de manutenção em até 30% e eliminar as avarias em 70%.

Um bom exemplo de empresa que está no caminho correto de exploração dos potenciais a IIoT é dado pela GMT Europe, desenvolvedora de soluções para o setor de coleta de lixo urbano. Sem exigir uma revolução completa do negócio ou a substituição da estrutura produtiva de seu cliente (uma empresa de coleta de lixo que atua em 20 cidades holandesas), a GMT conseguiu catapultar a eficiência de seu cliente a partir do simples desenvolvimento de uma aplicação móvel de gerenciamento de demandas adaptada ao novo contexto.

Em vez de seguir rotas fixas e recolher caçambas com lixo apenas pela metade, as rotas são agora concebidas de forma dinâmica pelo software, com base em dados históricos e fluxos de dados reais, tais como condições climáticas, congestionamento do tráfego e posição dos caminhões. Ao prever o grau de enchimento das caçambas (que agora podem ser programadas para a coleta quando atingirem pelo menos 80% da capacidade), o aplicativo mostra o fluxo do processo em tempo real, usando dados do GPS, dispositivos inteligentes e etiquetas RFID. Com isto é possível eliminar ineficiências do processo de gestão de resíduos e economizar 23% em custos para os clientes da GMT Europe.

 

A Interoperabilidade Utópica

Uma barreira fundamental que retém a implementação da IIoT é a falta de interoperabilidade entre os dispositivos e máquinas que usam protocolos diferentes e têm diferentes arquiteturas. Embora a teoria da IIoT faça sentido para um ambiente perfeito de negócio, a realidade de conexão entre os sistemas de TI existentes muitas vezes é complexa e cara, uma vez que as tecnologias operacionais hoje trabalhem, em grande parte, com base em silos de dados de longa data. E isto sem falar no enorme ciclo de vida dos equipamentos industriais que é um agravante da incompatibilidade.

Assim, a IIoT utópica seria um ecossistema digital totalmente harmônico, com o compartilhamento de dados sem costura entre as máquinas e outros sistemas físicos de diferentes fabricantes. Enquanto isto não é possível, o desenvolvimento da interoperabilidade aberta e de arquiteturas padrão está sendo trabalhado dia a dia, principalmente por meio de entidades sem fins lucrativos o Industrial Internet Consortium. Mas as empresas industriais estarão renunciando da vantagem competitiva se elas ficarem simplesmente à espera do cenário perfeito para tomar as medidas necessárias.

 

O Papel da Arquitetura Aberta e a Resposta das Novas Web Apps

Para contornar o impasse pelo menos em parte e maximizar as oportunidades de exploração da IIoT, empresas como Apple e Google têm proporcionado ecossistemas de dispositivos à disposição da Internet. O problema, porém, é que eles também são ecossistemas fechados que limitam quais os dispositivos e quais tipos de dados podem falar entre si.

Se a Internet Industrial das Coisas surge realmente para trabalhar e impulsionar a inovação no mundo real, ela não pode ser limitada a alguns ecossistemas fechados que estabelecem um controle indesejado sobre a velocidade de evolução técnica e prática da IIoT e seus benefícios. Além disso, a maioria das empresas possui dispositivos e sistemas que cobrem mais de um destes ecossistemas fechados.

Consequentemente, o desenvolvimento de arquiteturas abertas para a interoperabilidade máxima no ambiente industrial deve começar não pela retaguarda (estruturas físicas e maquinário), mas pela fase de desenvolvimento de aplicativos da Internet Industrial das Coisas.

A justificativa para a escolha por ecossistemas fechados sempre foi liderada pela maior funcionalidade e desempenho dos aplicativos nativos contra aplicações web. Mas agora é possível construir aplicações web que podem ser usadas no ambiente de trabalho legado e, ao mesmo tempo, nos ambientes iOS e Android. Com as novas estruturas de tecnologia aberta, como NativeScript e React Native, os desenvolvedores não têm mais que encapsular sua lógica de negócios por trás das plataformas proprietárias dos tais ecossistemas, e estão livres para desenvolver aplicações da Internet Industrial das coisas que irão trabalhar em todos os sistemas e ainda podem compartilhar dados entre todos eles.

 

Sistemas Abertos devem ser Sistemas Seguros

Uma pesquisa sobre o estado da Internet das coisas, encomendada pela empresa Progress, revelou que a segurança e a privacidade dos dados permanecem entre os principais desafios para o desenvolvimento de aplicações da Internet das coisas, especialmente porque há um número crescente de normas regulamentares que eles precisam cumprir. Os desafios de segurança só se tornam maiores devido às arquiteturas abertas serem mais vulneráveis a riscos de segurança. Mas um sistema aberto não precisa ser um sistema de ‘abertura para ameaças’. O que é necessário é um plano de ação para proteger sistemas abertos sem derrotar o propósito de permitir a colaboração e compartilhamento.

Para evitar o comprometimento dos dados (e os custos financeiros e de reputação que vêm com este comprometimento), os desenvolvedores precisam garantir que seus dados – desde banco de dados inteiros às tabelas individuais e tudo o que houver entre eles – sejam eficientemente criptografados.

Isto irá permitir a colaboração, eliminando ao mesmo tempo o risco de deixar dados sensíveis vulneráveis ao acesso não autorizado, e sem impactar o desempenho global do sistema. Outro fator importante é que os desenvolvedores podem obter a flexibilidade de que necessitam e atender aos requisitos de segurança individuais, criptografando aqueles entes do sistema que fato necessitam.

 

Abertura total

Os cercadinhos de jardim que alguns players estão tentando pôr em prática são, provavelmente, a maior ameaça para a IIoT bem-sucedida. Aqueles competidores industriais querem tirar proveito já do novo modelo e acelerar a sua própria transformação digital para atingir os padrões de negócio de nova geração e suas oportunidades inéditas de mercado e de receita, estes precisarão dar uma olhada mais de perto em tecnologias abertas e seguras que já existem no mercado. A partir daí, é começar a inovar com a assimilação da IIoT a partir de hoje mesmo.

 

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O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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