Entidade reprova aumento da tarifa de importação do aço
Divulgue esta notícia!,Economia,Opinião | Por em 16 de junho de 2009
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Abimaq, divulgou na segunda-feira, 15 de junho, sua carta de repúdio sobre a questão do aumento da tarifa de importação do aço. Segue a íntegra do documento:
A ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) manifestou reprovação em relação ao aumento da tarifa de importação do Aço, que passou essa semana de zero para 12% (em alguns casos14%). De acordo com José Velloso, diretor de mercado interno e vice-presidente da ABIMAQ, a associação considera a medida desnecessária e prejudicial ao país e acredita que o governo deveria ter ouvido toda a cadeia produtiva antes de adotar esse aumento.
A ABIMAQ defende que não deveria haver imposto de importação sobre as matérias-primas, como o aço. O Brasil é um país rico em minério de ferro (principal matéria prima do aço) e tem mão-de-obra barata. No entanto, sem qualquer justificativa, produz aço de forma ineficiente. “O Aço nacional é de 30% a 60% mais caro do que no resto do mundo”, afirma Velloso.
O vice-presidente da ABIMAQ explica, ainda, que o setor de máquinas e equipamentos, tem muita dificuldade em importar o aço pois é composto por 4500 empresas, em sua maioria de pequeno porte. Individualmente estas empresas têm consumo baixo para justificar a importação. Portanto o setor de máquinas e equipamentos importa muito pouco desta matéria prima. Os números utilizados para justificar a redução das tarifas é composto na sua maioria de material sem produção nacional.
“O país está protegendo a indústria siderúrgica, que é um setor que emprega pouco e gera pouca riqueza, pois tem pouco valor agregado, em detrimento de indústrias como as de máquinas e equipamentos, construção civil e automobilística, que empregam mais e geram mais riqueza e renda para o país”, disse.
Além disso, Velloso citou as diferenças entre as tarifas de importação de máquinas e as de matérias-primas como um exemplo da desvantagem sofrida pelo setor de máquinas e equipamentos. “A tarifa média de importação de máquinas é de 6%, e o aço, que é matéria-prima, tem maior proteção do que o produto acabado”, afirma, acrescentando que o governo deveria incentivar a exportação de produtos manufaturados, que possuem valor agregado e beneficiam toda a cadeia produtiva.
Para Velloso, a medida foi tomada em função do forte lobby político exercido pelo setor siderúrgico e perpetua a ineficiência deste setor no país.