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Por Reginaldo Gonçalves*

O crescimento da China, segunda maior economia do mundo, ao longo dos anos e o volume de negócios efetuados pelo país em meio às crises da Zona do Euro e Estados Unidos indicavam que a receita de bolo estava blindada em relação ao mercado internacional. O PIB chinês é de dar inveja a muitos países e qualquer mudança de comportamento poderá a afetar várias nações, principalmente aquelas que são grandes exportadoras, principalmente de produtos primário em grande volume.

A partir de 1985, o PIB chinês girou em torno de US$ 306,7 bilhões; em 1995, US$ 728 bilhões; em 2005, US$ 2,26 trilhões; e em 2011, US$ 7,3 trilhões, segundo dados do Banco Mundial. No ano passado, chegou a US$ 8,28 trilhões, com crescimento de 7,8%, índice considerado baixa em relação à expansão observada em anos anteriores. A preocupação, em 2012, era que houvesse uma desaceleração da economia em virtude da necessidade de controlar o boom imobiliário e as taxas crescentes de inflação, além dos declínios da exportação Chinesa.

O crescimento significativo do PIB, nos últimos anos deve-se, além do consumo interno relativo à maior população do Planeta, também as exportações de diversos produtos industrializados. Essa expansão fez com que grandes empresas internacionais se instalassem na China, buscando melhores resultados, na conjugação de custos baixos de produção e da logística local para distribuição dos produtos, maximizando a renda e o lucro.

O contínuo crescimento do PIB, mesmo que em porcentagens menores a cada ano, está levando as empresas a se preocuparem com o custo logístico, principalmente transportes. O custo de mão de obra também tem acelerado no país, prejudicando globalmente o resultado de algumas empresas.

Um exemplo é a Mattel, uma das maiores empresas norte-americanas na produção de brinquedos, que tem uma planta no Brasil e já estuda transferir para cá parte da produção suprida hoje pela China. A transferência deve-se aos custos do país asiático, que vêm crescendo e fazendo reduzir a importância de manter uma fábrica lá. Isso não significa a saída, mas um sinal de que as empresas terão de realinhar seu planejamento estratégico à nova realidade. Com a mudança iminente,  poderá dobrar a produção de brinquedos e ocorrer a criação de mais empregos em nosso país.

Decisões como essa já devem estar sendo pensadas por diversas empresas. É preciso colocar na ponta do lápis as vantagens e desvantagens no custo, na logística e no aspecto tributário, para que a empresa com o pé no chão possa tomar a melhor atitude e adotar as cautelas em novos investimentos em países de alto crescimento. Tudo tem um limite, e o mercado chinês já pode estar chegando a uma situação de aproveitamento pleno de suas atividades sem ociosidade. As melhores estratégias poderão vir de unidades que possuem essa ociosidade e poderão expandir sua produção sem aumento dos custos fixos.

*Reginaldo Gonçalves é coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina).

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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Sem comentários no post Artigo – Custos crescentes na China abrem perspectivas para indústria brasileira

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