Números negativos, números positivos
Economia,Opinião | Por em 9 de abril de 2009
A contar pelo título (“Emprego na indústria cai pelo 5º mês; em um ano, queda é recorde”), sem dúvida a notícia não trata de algo positivo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira pesquisa que aponta em fevereiro queda de 1,3% no emprego da indústria nacional em comparação com o mês anterior. Como de costume, os principais jornais do País reproduzem a informação pela via alarmista.
Não quero ignorar os fatos. Mas notícias devem ser lidas e digeridas com cautela e sensatez. Nesta mesma pesquisa consta que setores como Minerais não-metálicos, Refino de petróleo e produção de álcool e Papel e gráfica tiveram alta do nível de emprego. E mais: a folha de pagamento real de toda a indústria voltou a crescer em fevereiro (1,9%) em relação ao mês anterior. O número quebra uma sequência de quatro resultados negativos seguidos.
Espera-se uma reação positiva da nossa indústria a partir deste segundo trimestre. Sugiro que, ao invés de sofrermos ao ler jornais, trabalhemos por dias melhores e resultados positivos. Para saber mais sobre a pesquisa, leia a versão da Reuters:
SÃO PAULO, 9 de abril (Reuters) – O emprego na indústria brasileira caiu 1,3% em fevereiro frente ao mês anterior, na quinta redução seguida nesse tipo de comparação, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o emprego recuou 4,2%, contabilizando a maior perda desde o início da série histórica, em 2001.
No primeiro bimestre do ano, ainda sob os efeitos da crise financeira global, o emprego na indústria do país acumulou baixa de 3,4%.
Na comparação com fevereiro do ano passado, 13 dos 14 locais e 13 dos 18 setores pesquisados reduziram o número de trabalhadores.
O destaque coube a São Paulo (-3,6%), Minas Gerais (-5,5%) e região Norte e Centro-Oeste (-6,7%).
Em termos setoriais, os principais destaques negativos foram Vestuário (-8,9%), Calçados e artigos de couro (-9,6%) e Madeira (-14,8%). Por outro lado, Minerais não-metálicos, Refino de petróleo e produção de álcool e o setor de Papel e gráfica tiveram alta do nível de emprego.
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria caiu 0,4% ante janeiro e 5,7% em relação a fevereiro de 2008.
Já a folha de pagamento real voltou a crescer em relação ao mês anterior, em 1,9%, depois de quatro resultados negativos seguidos. Frente a igual mês do ano passado, a folha de pagamento também cresceu 1,9%.