Eficiência energética: economia e sustentabilidade no contexto industrial
Sem categoria | Por em 26 de novembro de 2023
Dois estudos divulgados pelo Programa PotencializEE são taxativos ao mostrar a importância da eficiência energética na transição para uma economia de baixo carbono, além de resultar em uma economia de R$ 10 bilhões para o setor industrial até 2050. A medida impactaria, em especial, pequenas e médias empresas industriais, resultando em ganhos significativos para a economia e para o meio ambiente.
Os levantamentos foram realizados em conjunto com o Ministério de Minas e Energia (MME), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apresentados na terça-feira (21) durante o Seminário de Políticas Públicas para Eficiência Energética. Realizado em Brasília (DF), o evento debateu a promoção da eficiência energética em pequenas e médias empresas industriais, impulsionando a descarbonização e a competitividade industrial.
Para o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Davi Bomtempo, “estudos como os apresentados vão nos dando clareza de quais caminhos devemos seguir quando falamos em eficiência energética”. Atualmente, a indústria é o setor com maior consumo de energia elétrica, mas a sua participação no Programa de Eficiência Energética (PEE), da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é relativamente baixa.
Resultados
O primeiro estudo apresentado aborda justamente as mudanças que precisam ser feitas no PEE para viabilizar maior participação da indústria no programa. Foram identificados 108 fatores que tornam a iniciativa pouco atrativa para a indústria. Para reverter esse cenário, foram consolidadas 43 proposições divididas em cinco temas, como fontes de financiamento e capacitação de recursos humanos.
Já o segundo levantamento mapeou políticas públicas para aumentar a eficiência energética da indústria. Ao fim, quatro políticas foram escolhidas pelos especialistas: treinamento e educação; gestão energética industrial; inovação em eficiência energética térmica na indústria; e cogeração e recuperação de calor. A implementação dessas políticas públicas resultariam em impactos econômicos, ambientais e sociais, entre eles a economia bilionária pelo setor industrial nas próximas duas décadas.
A indústria e o consumo energético
A indústria é responsável por 32% do consumo energético (térmico e elétrico) do país. Em termos de emissões de gases equivalentes ao dióxido de carbono, o setor responde por 18,13% do total de emissões associadas à matriz energética brasileira. Por isso, o papel da indústria na meta de descarbonização do país é de grande importância.
“Precisamos modernizar os instrumentos de governança da política industrial, de modo a ampliar a competitividade das empresas para o enfrentamento da maior concorrência internacional e, assim, criar as condições necessárias ao desenvolvimento sustentável do país”, ressalta Bomtempo.
Segundo a Agência Internacional de Energia, para se alcançar o cenário Net Zero em 2050, as taxas médias de melhoria de eficiência energética nesta década, no mundo, deveriam ser três vezes superiores à média das últimas duas décadas. “É necessário construir um arcabouço regulatório para que este setor invista em medidas de eficiência energética. Daí a importância de apoiarmos a formulação de políticas públicas para incentivar a eficiência energética térmica nas indústrias”, completa o gerente da CNI.