Número de fusões e aquisições em óleo e gás cresce 50% no primeiro trimestre, aponta KPMG
Balanço e Perspectivas Câmaras Abimaq,Economia | Por em 23 de maio de 2012
As fusões e aquisições realizadas pela indústria de Óleo e Gás no Brasil tiveram um aumento de 50% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2011. Foram registradas seis transações em 2012, contra quatro nos três primeiros meses do ano passado. A alta é reflexo do aumento do interesse das empresas pela indústria impulsionada pela descoberta do pré-sal e que colocou o País na rota dos investimentos estrangeiros. Os números fazem parte da Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil realizada trimestralmente.
Das seis operações realizadas em 2012, uma envolvia apenas empresas de capital brasileiro (doméstica); uma foi feita por companhia de capital majoritário estrangeiro adquirindo outra estrangeira estabelecida no Brasil (CB4); duas de estrangeiras comprando brasileiras (CB1); e duas de brasileiras adquirindo de estrangeiras capital de empresas estabelecidas no País (CB3). Com essas transações concretizadas este ano, o setor de Óleo e Gás alcançou a 9ª posição no ranking feito pela KPMG, e que inclui ainda outros 41 segmentos, que juntos totalizaram 204 operações no 1° trimestre de 2012, total recorde para este período do ano.
Para o sócio da KPMG no Brasil, Paulo Guilherme Coimbra, o aumento pode ser um sinal de recuperação do setor, que se mostrou estagnado no ano passado. “Alguns fatores contribuíram para manter represadas transações em 2011, sendo que o setor só voltou a registrar aumento no segundo semestre. Um deles diz respeito à espera do anúncio do leilão de campos de exploração de petróleo pela ANP. Até agora, o governo não acenou com uma data em que serão feitas as concessões no pré-sal, e não se sabe quando ocorrerá a licitação para a camada pós-sal. Mas os investidores sabem que será uma grande oportunidade para realizar investimentos diretos no setor”, analisou o executivo.
De acordo com o sócio, o setor foi tomado por uma onda de investimentos bilionários, que está movimentando a cadeia produtiva de negócios e impulsionando a busca por novas tecnologias. “A euforia dos investidores, principalmente estrangeiros, é grande, e podemos conferir isso na movimentação de compra e venda das empresas. O movimento de investimentos internacionais é uma tendência que prevalecerá nos próximos anos já que a descoberta do pré-sal representa para eles uma perspectiva de longo prazo interessante”, conclui.
Para o coordenador da pesquisa, Luis Motta, sócio-líder da área de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil, o que chama a atenção neste trimestre é a forte participação das empresas estrangeiras no número total de operações. “Das 204, 99 envolveram organizações de fora do país na ponta compradora, sendo 74 de operações do tipo CB1 (veja legenda logo abaixo) e 25 do tipo CB4. E, apesar das turbulências internacionais percebidas nos últimos meses, prevíamos de fato que a atividade de fusões e aquisições seguiria aquecida e essa diferença foi mesmo determinada pelo apetite das empresas estrangeiras”, explica.