Embrapa contribui para recuperação de pastagens em MT
Economia,Investimento,Perspectivas | Por em 14 de dezembro de 2011
Com grande área de pastagens, rebanho de 28,7 milhões de cabeças e mais de cem mil produtores rurais com atividades ligadas à bovinocultura, o Estado do Mato Grosso consolida sua importância como grande pólo da pecuária brasileira. Atualmente, esse estado é o segundo maior exportador brasileiro de carne bovina, responsável por 15,4% do total exportado, com 15,6 mil toneladas por ano, ficando atrás apenas do Estado de São Paulo, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Porém, as pastagens sem manejo adequado podem sofrer, ao longo do tempo, um processo de degradação visualizado pela perda de produtividade e vigor da forrageira, reduzindo a produção animal, degradando os solos e inviabilizando os custos de produção. Uma das técnicas que podem ser utilizadas para a recuperação das pastagens é a integração da atividade pecuária com a agrícola, resultando no aumento da eficiência econômica, biológica e ambiental do sistema.
Atualmente no Brasil, o capim BRS Piatã é uma excelente alternativa de forrageira para a integração lavoura/pecuária. Essa cultivar é um dos resultados obtidos a partir da parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto).
A cultivar BRS Piatã (Brachiaria brizantha), possui elevado valor nutritivo para o gado, sendo indicada para solos de média a alta fertilidade, onde produz forragem de boa qualidade e grande acúmulo de folhas. Tem, ainda, alta taxa de crescimento e rebrota e resistência às cigarrinhas típicas das pastagens. Ela produz, em média, 9,5 toneladas por hectare de matéria seca, com 57% de folhas, sendo 36% dessa produção obtida no período seco. É, com isso, uma boa opção para a diversificação das pastagens e, como possui florescimento concentrado nos meses de janeiro e fevereiro, é também indicada com sucesso no uso como pasto vedado para a seca.
Segundo Ronaldo Andrade, gerente geral interino da Embrapa Transferência de Tecnologia, responsável pela gestão do contrato da Embrapa com a Unipasto, o capim BRS Piatã, que vem crescendo na preferência dos agropecuaristas brasileiros, é também uma realidade como alternativa de uso em sistemas de integração lavoura-pecuária e formação de pastagens no Brasil Central. Essa cultivar e outras já lançadas demonstram junto com as que também serão lançadas num futuro próximo o sucesso e a capacidade de inovação tecnológica resultante da parceria público-privada entre a Embrapa e a Unipasto, uma associação que congrega 28 empresas e produtores de sementes de forrageiras dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Bahia.