Na Mercopar, Ricardo Amorim destaca as oportunidades para a economia brasileira
Economia,Investimento,Opinião | Por em 25 de outubro de 2011
A Mercopar, Feira de Subcontratação e Inovação Industrial que está sendo realizada no Centro de Feiras e Eventos da Festa da Uva, em Caxias do Sul, recebeu na terça-feira (18), Ricardo Amorim, economista e estrategista de investimentos, que falou para um auditório formado por aproximadamente 700 empresários, abordando as oportunidades e os desafios que a crise econômica mundial apresenta para as empresas brasileiras. “As mudanças geradas no cenário internacional beneficiaram o Brasil, que deve crescer muito mais do que nas últimas décadas”, garantiu.
Esta foi a primeira vez que Amorim participou da Mercopar. “A economia é movida por negócios, que são geradores de emprego e de renda e uma feira como esta gera oportunidades de negócios, não somente durante os dias do evento, mas também depois. Permite que empresas mantenham contato, conheçam produtos e processos. Ela é fundamental”, disse.
Durante sua palestra, Amorim destacou que o Brasil precisa se acostumar com outras variáveis econômicas. “O Brasil passou a dar certo e, portanto, passou a enfrentar problemas com os quais não estava acostumado”, observou. “E mesmo que gargalos como corrupção, carga tributária, infraestrutura, educação e saúde não tenham sido solucionados, a economia do País cresceu e está condenada a crescer”, disse. Em 2010, o Produto Interno Bruto brasileiro aumentou 4,5%.
Transferência de riqueza
Este cenário nacional precisa ser visto dentro do contexto internacional, onde a economia da China e da Índia registram altas taxas de crescimento e, consequentemente, significativa explosão da demanda. “Observa-se a transferência de riqueza dos países ricos para os países emergentes, como na América Latina e, em especial, no Brasil”, explicou. “E as empresas buscam os mercados que crescem.”
O economista e consultor lembrou que, nos últimos cinco anos, 45 milhões de brasileiros deixaram as classes econômicas mais pobres para ingressar no mercado de consumo, em busca não somente de produtos, mas também de serviços. Portanto, mais uma alavanca para a economia nacional. Em função deste aquecimento, a taxa de desemprego caiu, embora exista falta de mão de obra melhor capacitada. “A automação é uma das tendências no setor industrial”, afirmou. Tal expectativa se constrói com a valorização do Real, que torna as importações de máquinas e equipamentos mais baratas e com a ida da mão de obra do setor industrial para o de comércio e serviços.
Juros
Quanto à inflação brasileira, Amorim comentou que a decisão do Banco Central de baixar a taxa básica de juros mostra que a aposta é no agravamento da crise dos países europeus. “Somente se a crise não for o que todos imaginamos, a inflação irá aumentar, mas não é isso que deve ocorrer”, completou. Disse também que a crise financeira observada em países da Europa e nos Estados Unidos tende a se agravar nos próximos 12 meses, mas que irá gerar oportunidades para os emergentes em uma visão de longo prazo. “O momento, agora, exige cautela”, ressaltou. As oportunidades, no entanto, existem, basta ver que o Brasil será sede de dois grandes eventos internacionais, a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
A Mercopar, promovida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS) e pela Hannover Fairs Sulamerica, empresa do Grupo Deutsche Messe AG, reúne mais de 500 expositores nos setores de Automação Industrial, Borracha, Eletroeletrônico, Energia e Meio Ambiente, Metalmecânico, Movimentação e Armazenagem de Materiais, Plástico e Serviços Industriais.