Crescimento da certificação AQUA atesta conscientização por empreendimentos sustentáveis
Economia,Meio Ambiente Industrial | Por em 18 de março de 2011
Aplicada às mais diversas construções, a certificação tende a ser ainda mais requerida por conta de eventos como Olimpíadas e Copa do Mundo
Criada em agosto de 2008, a certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental) – desenvolvida e adaptada à realidade brasileira pela Fundação Vanzolini – mais que triplicou de 2009 para 2010, aumentando de 7 para 24 os edifícios certificados nas diversas fases – Programa, Concepção, Realização, Renovação e Operação e Uso –, assumindo a liderança do mercado no Brasil.
Já durante o primeiro bimestre de 2011, a certificação AQUA alcançou 29 edifícios e 1 conjunto habitacional (80 casas) certificados. A perspectiva é que esse número se expanda ainda mais, uma vez que grandes eventos como Olimpíadas e Copa do Mundo demandam maior infraestrutura e, consequentemente, novas construções. “Esperamos um aumento proporcional ainda maior. A Fundação Vanzolini lançou em 2010 a certificação AQUA para Arenas e Complexos Esportivos Multiuso e já conta com 4 processos em análise de viabillidade. Além disso, outro impulsionador será a construção ou reforma sustentável de hotéis e outras construções de infraestrutura com Alta Qualidade Ambiental certificada AQUA”, salienta o coordenador executivo do Processo AQUA na Fundação Vanzolini, prof. Manuel Carlos Reis Martins.
Além das recomendações do Green Guide (Guide to Safety at Sports Grounds), o processo AQUA inclui todos os critérios ambientais de conforto e saúde do Referencial Técnico – Processo AQUA, que o empreendedor deve seguir para construir ou reformar os estádios que sediarão o mundial de futebol no Brasil. A Fifa reconhece a certificação AQUA por seu caráter internacional, pois a Fundação Vanzolini mantém acordos de cooperação técnica para o desenvolvimento da Alta Qualidade Ambiental da Construção com o CERQUAL, do Grupo QUALITEL, organismo francês de certificação de empreendimentos habitacionais e com a Certivéa, subsidiária do CSTB (Centre Scientifique et Technique du Bâtiment), instituto francês, referência mundial em pesquisas na construção civil e responsável pela certificação de edifícios do setor de serviços. Além disso, a entidade participa como representante exclusivo do Brasil na SBAlliance – Sustainable Building Alliance, da qual fazem parte também outras certificadoras estrangeiras, como o Certivéa (França), o DGNB (Alemanha), o USGBC (Estados Unidos) e outros.
Mais do que uma preocupação ambiental, a certificação AQUA também tem resultado interesse do mercado pelo menor custo operacional que proporciona ao longo do tempo. “Se traçarmos um panorama de 30 anos do custo total de construção e operação de um edifício, cerca de 20% correspondem à construção e 80% à operação”, afirma Martins, acrescentando que, se o edifício for sustentável e tiver custos operacionais mais baixos, os investimentos realizados na fase de construção terão rápido retorno.
Apesar da inexistência de números consistentes relacionados às construções sustentáveis, Martins ressalta que na Europa o período de retorno do investimento em uma obra desse tipo gira em torno de dois a seis anos.