Especialista analisa alta no PIB nacional em 2010
Artigo,Economia,Investimento,Oportunidade | Por em 23 de setembro de 2010
“PIB de 2010: quem dá mais?” Com este título o economista Vinicius Torres Freire, editor de Economia da Folha, resume a retrospectiva dos avanços que a economia brasileira passou durante os últimos 15 anos, e seus respectivos governos.
Abaixo, segue a análise do economista, um breve retrato deste panorama, que aborda os principais dados que justificam o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
PIB de 2010: quem dá mais
A consultoria MB Associados acaba de revisar sua estimativa de crescimento do PIB em 2010 para 8%. “Estimativas são estimativas, nada mais do que estimativas”, diria um Odorico Paraguaçu econométrico, mas a MBA é uma das consultorias mais precisas e ponderadas do mercado, além de prestar sempre muita atenção ao mundo da economia real _não vivem apenas de torturar séries de dados em programas de estatística.
Como se dizia, 8%. Com recessão e tudo no ano passado, 8% é colossal.
Ontem mesmo, a “Economist Intelligence Unit” soltou sua previsão nova para o PIB em 2010, 7,8%. Os economistas dos maiores bancos do Brasil prevêem alta de em torno de 7,5%, 7,6%. Na mediana do mercado, segundo a pesquisa Focus do BC desta semana, 7,42%.
As médias do PIB desde 1995 de cada governo até então, são: governo FHC 1 – 2,49%; FHC 2 – 2,13%; Lula 1 – 3,49%; Lula 2 – 4,62%. Os dados para 2010 e para a média de Lula 2 são, obviamente,estimativas.
Menos consumo, mais investimento
Do comentário de Sérgio Vale, da MBA: “Replicando esses cálculos para os oito anos de governo (Lula), nota-se que o consumo de fato foi o maior responsável pelo crescimento da absorção doméstica nesse período, seguido da Formação Bruta de Capital Fixo [investimento ‘na produção’]. A característica do governo Lula foi essencialmente de estimular consumo, o que se viu plenamente com as transferências de renda [como INSS e Bolsas sociais]. Nos próximos anos, essa equação terá de ser revertida na direção de crescimento do investimento em relação ao consumo das famílias para que o crescimento de fato se torne mais sustentável”.
Os números a que Vale se refere são os da participação dos componentes da absorção doméstica (itens do PIB) no crescimento total do PIB:
- Consumo das Famílias: 56,3%
- Formação Bruta de Capital Fixo: 32,1%
- Consumo do Governo: 11,5%
Artigo escrito por Vinicius Torres Freire às 16h51 – 17/09