Todo cuidado é pouco
Economia,Opinião | Por em 6 de abril de 2009
A notícia abaixo, destaque dos principais veículos de comunicação nesta segunda-feira, 06 de abril, escrita com base no relatório Focus do Banco Central, ganha um peso absurdo em momentos econômicos incertos como o que o mundo está vivendo atualmente. Diante de tamanho pessimismo dos entrevistados, torço para que ninguém tome decisões importantes com base nisso.
Explico porque: o PIB que na semana passada apontava estabilidade, nesta já revela expectativa de queda de 0,19% e, pior, reforçando tratar-se do primeiro resultado negativo desde 1992. Honestamente, isso me soa como especulação, ainda mais levando em conta a fonte de onde nasce a informação. Para quem não sabe, o boletim Focus relata as projeções do mercado com base em consulta a aproximadamente cem instituições financeiras durante a semana anterior.
Na minha opinião, é importante ter sim um parâmetro, mas que deve ser analisado com todo critério, e cuidado, para não se fazer da onda de negativismo, a tônica do dia-a-dia. Até porque os números desse relatório mudam com uma intensidade tremenda. Na próxima semana colocarei aqui os dados e então veremos que números novos o relatório apresentará.
Mercado prevê 1ª queda do PIB do Brasil desde 1992 e inflação abaixo da meta
SÃO PAULO, 6 de abril (Reuters) – O mercado financeiro acredita que a crise mundial levará a economia brasileira a uma contração neste ano pela primeira vez desde 1992, segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira.
A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 caiu de estabilidade na semana anterior para queda de 0,19%. O cenário para 2010 permaneceu em crescimento de 3,50%.
A última vez em que o PIB brasileiro ficou negativo foi em 1992, segundo série histórica do BC, quando caiu 0,5%.
O mercado também reduziu sua previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano e do próximo, para respectivamente 4,26 e 4,46%. Na semana anterior, as estimativas eram de 4,32% para 2009 e de 4,5% para 2010.
Ambos os números estão agora abaixo do centro da meta perseguido pelo governo, de 4,50%.
O prognóstico para a Selic deste ano foi mantido em 9,25% e para o próximo caiu de 9,50% na sondagem passada para 9,38%.
O mercado manteve também a visão para a Selic na reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom), em 10,10%.
A expectativa para a produção industrial neste ano passou de queda de 2,74% para declínio de 3,06%.