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CRISTIANO_DOS_ANJOS350Por Cristiano dos Anjos*

Diante de um cenário de intensas mudanças climáticas, problemas ambientais e empresas prestes a iniciar um plano de retomada no pós-pandemia, a necessidade da indústria de encontrar maneiras sustentáveis de crescer é ainda mais forte. Hoje, o equilíbrio entre avanço industrial e sustentabilidade é mandatório para garantir o desenvolvimento e o futuro do setor. Por isso, a preocupação com a “retomada verde”, conceito que visa ao fortalecimento da bioeconomia, de cidades mais sustentáveis e de um novo modo de vida e consumo nos próximos meses, já está entre as principais pautas do setor.

Ações pensadas para reduzir o consumo de recursos naturais, de energia e a pegada de carbono nas etapas de produção, distribuição e aplicação trazem benefícios para a competitividade e o reconhecimento da marca pelos consumidores. Além disso, garantem que as empresas tenham o livre acesso a diferentes mercados onde o desenvolvimento sustentável e o respeito ao meio ambiente são premissas básicas para o estabelecimento de relações comerciais duradouras.

Além dos benefícios para a indústria, a adoção de iniciativas sustentáveis também deve ter impacto bastante positivo na economia brasileira. Segundo o estudo mais recente da WRI Brasil e do The New Climate Economy Project, uma recuperação baseada em uma economia resiliente e de baixo carbono tem o potencial de gerar 2 milhões de empregos e injetar US$ 535 bilhões no PIB do Brasil até 2030.

Por parte da indústria, a ideia de que as ações sustentáveis podem ajudar no impulsionamento do setor parece estar bastante clara. Como exemplo, nós temos o comunicado do setor produtivo do País, por meio do Conselho Empresarial Brasileiro para Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), emitido este ano para os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que reforça o empenho das empresas em busca desse objetivo. O posicionamento aborda as consequências da percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia nos negócios.

Além disso, temos como exemplo a carta assinada por 17 ex-ministros da Fazenda e ex-presidentes do Banco Central que defende a importância da sustentabilidade e, com isso, aponta a necessidade do estabelecimento de uma economia de baixo carbono. Nesse sentido, incentiva investimentos públicos e privados para fomentar a transição da economia brasileira para um patamar de neutralidade das emissões líquidas de carbono, a fim de contribuir para a estabilização da temperatura global.

É justamente por todo esse engajamento que, hoje, temos de inevitavelmente equilibrar o avanço industrial com sustentabilidade. A indústria 4.0 – principal transformação no parque industrial brasileiro –, que permite, entre outras coisas, o aumento da produtividade e a redução de custos de produção precisa estar associada com questões sustentáveis. Ou seja, inserida em uma economia de baixo carbono, com uso mais racional dos recursos naturais.

A rápida e correta implementação dessas ações vai fazer com que a indústria brasileira alcance um novo patamar de competitividade e, ao mesmo tempo, contribua de forma positiva com uma das principais questões globais, o clima. Depois de um período de tantas mudanças – como os últimos meses – e com problemas ambientais bastantes sérios acontecendo ao redor do mundo, essa é, mais do que nunca, a hora de as empresas colaborarem com temas de sustentabilidade. Por isso, reforço: estamos no momento de traçar as diretrizes para uma retomada verde.

Vice-presidente de Indústria da Schneider Electric Brasil*

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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