Eficiência produtiva na pauta da indústria
máquina,Meio Ambiente Industrial | Por em 10 de julho de 2017
De acordo com o IBGE, a produção industrial subiu 0,8% em maio perante abril, melhor desempenho para o mês desde a alta de 2,7% em 2011, ou seja, o melhor maio em seis anos. Um dos motores propulsores da economia brasileira na indústria é setor de alimentos e bebidas. No ano passado, o faturamento nominal cresceu 9,3% em relação a 2015, fechando o ano com R$ 614,3 bilhões, de acordo com o balanço econômico da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), composta pelos setores de produtos alimentares e bebidas. Com 32,5 mil empresas, é um dos setores que mais emprega: algo em torno de 1,6 milhão de trabalhadores.
Os números da ABIA com relação à produção foram de evolução de um ano para o outro, porém, ainda negativado, isto é, queda de 0,96%, embora um pouco melhor que o índice do ano anterior, quando ficou em -2,9% na produção. A expectativa é de que o setor possa recuperar-se na produção física, em volume, atingindo um percentual entre 0,6% a 1,2% de crescimento.
Em meio a um cenário de tímida recuperação econômica, cogitar aumento da capacidade produtiva traz à cabeça de empresários e representantes de entidades do setor um atributo fundamental: eficiência. Segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), 28% dos alimentos são desperdiçados ao longo da cadeia produtiva, em média, na America Latina, e grande parte é devido aos processos de produção.
O caminho necessário para se atingir índices aceitáveis com relação à eficiência produtiva é a automação. O domínio das informações do processo industrial é peça fundamental. Podemos ter análises que indicam o que vai acontecer, antecipando medidas corretivas antes que uma parada ocorra ou mesmo que um produto saia do padrão de qualidade, por exemplo. O avanço da tecnologia é fundamental à eficiência produtiva: com a automação dos processos, a indústria de alimentos e bebidas pode obter ganhos entre 7% e 15%.
Embora o “custo Brasil” seja um entrave para a adoção em larga escala de soluções que visam aperfeiçoar a eficiência do processo produtivo, trata-se de um caminho natural e sem volta, uma vez que não há mais espaço para gastos desnecessários, não apenas pela cadeia de custos envolvidos, mas também pelos aspectos de segurança e meio ambiente.
* Julio Molinari é presidente da Danfoss na América Latina