Câmara Setorial de Válvulas Industriais – CSVI
Balanço e Perspectivas Câmaras Abimaq | Por em 11 de novembro de 2009
Presidente: Pedro Ariovaldo Lúcio
Trace um panorama sobre o setor em 2009, inclusive com perspectivas para o fechamento do ano.
Vendas abaixo de 2008; dentro do setor temos algumas empresas que hoje têm grande dependência da Petrobras; outras empresas que não têm a Petrobras como cliente estão tendo dificuldades em se manter; o setor como um todo registrou queda de 50%.
E como o segmento se comportará em 2010?
O setor ainda esta muito dependente de projetos da Petrobras e dos setores de açúcar e álcool, papel e celulose, siderúrgico, dentre outros; é difícil fazer uma projeção, pois, mesmo com a crise mundial, o Brasil começa a funcionar depois do Carnaval.
Sabemos que 2008 foi ano excelente para a indústria. Quando o sr. imagina que o setor retorne aos níveis daquele ano?
2008 foi um ano fora da curva, o mundo estava acelerado. Acredito que os próximos anos serão mais planejados. 2010 será um ano de eleições e tudo pode acontecer. Será um ano que temos que aproveitar o que nos for imposto, como Plano de Aceleração do Crescimento, PAC, pré-sal etc.
Até que ponto a crise econômica mundial afetou o segmento?
Em todos os pontos: houve muitas demissões, a Petrobras nos obrigou a conceder descontos que não tínhamos condições, o câmbio ficou impraticável, as importações de válvulas da China aconteceram em grande escala, fabricantes do setor começaram a importar da China.
Fale sobre a competitividade do setor nos mercados interno e externo.
Existe o “cartel do aço no Brasil”, pois aqui é 50% mais caro do que o importado; as indústrias do setor que produzem no país estão no mesmo patamar de preços, não havendo concorrência desleal; o grande fantasma da indústria de válvulas no Brasil é a China; entre fabricantes e distribuidores de válvulas somos 150 no Brasil, enquanto na China chegam a 5 000.
Qual o maior problema enfrentado pelo setor hoje?
Falta de isonomia, câmbio baixo, altas taxas tributárias, custo elevado sobre a mão de obra. E caso seja aprovado o projeto de lei de 40 horas semanais, espere demissões e muitos empresários fazendo parceria com os chineses.
Quais as soluções que a câmara busca para sanar esse problema?
Manutenção da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI, isonomia e não aprovação das 40 horas semanais.
Quais os próximos passos para sustentação do segmento?
De novo a manutenção da isenção do IPI, a Petrobras manter o que vem prometendo (comprar 60% de equipamentos no Brasil) e conseguirmos o que estamos buscando, por meio da Abimaq, no governo.
O que tem sido feito para fomentar esse setor?
Redução do IPI, oferta de crédito e compras pela Petrobras de 60% dos equipamentos no Brasil.
No tocante a novas políticas e a regulamentação para o setor, o que tem sido feito?
A Petrobras criou uma norma, a NBR15827, para proteger a qualidade dos produtos fabricados no Brasil e que deverá ser estendida aos estrangeiros. Isso deverá criar algumas dificuldades para os importadores chineses.
Comente o que mais considerar pertinente sobre o setor.
Nosso setor emprega direta e indiretamente cerca de 50 000 pessoas. Mas se continuar sofrendo com as importações de válvulas chinesas, se a carga tributária não for corrigida, se as 40 horas semanais for aprovada, se a Petrobras continuar comprando da China, o segmento será reduzido e os poucos que ficarem terão que fazer parceria com algum chinês.