Uma ajuda aos apelos
Análise,Divulgue esta notícia!,Economia,Opinião | Por em 6 de maio de 2009
Como faço praticamente todo mês, fui eu hoje, 6 de maio, até a sede da Abimaq, entidade que reúne os produtores de máquinas e equipamentos no Brasil, para a coletiva de imprensa, na qual divulgam o balanço do segmento no período. E mais uma vez ouvi discurso semelhante ao dos, pelo menos, últimos oito meses: “O que queremos é isonomia. Precisamos urgentemente de educação, de um câmbio que proteja a indústria nacional, linhas de financiamento e desoneração do investimento em máquinas e equipamentos”, bradou, certamente pela enésima vez, Luiz Aubert Neto, o presidente da associação.
Quando a coletiva foi aberta às perguntas dos jornalistas, me dirigi ao presidente e questionei qual é a resposta do governo federal quando levam até eles essas reivindicações (prementes desde sempre). No que ele respondeu: “Eles dizem que estão trabalhando nisso (!!!)”, e emendou “por isso precisamos de vocês (a imprensa) divulgando a toda hora e a todo o momento a mesma coisa para que ouçam nossos apelos”.
Mais: “A crise é pontual diante de uma fórmula perversa que os governos aplicam há mais de 30 anos. Desse jeito estamos condenando o Brasil a ser um país eternamente pobre”, afirmou Aubert ao mostrar dois gráficos (diferentes dos demais usualmente apresentados nas coletivas) sobre a Formação Bruta de Capital Fixo, que a entidade montou com base nos dados do Banco Mundial e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE. Neles, o Brasil aprece aquém em comparações feitas com a média dos países da América Latina, do mundo e dos BRIC (Rússia, Índia e China).
O Balanço – O faturamento nominal do setor de bens de capital ficou em R$ 5,47 bilhões em março, o que representa crescimento de 30,1% ante fevereiro. Na comparação com o mesmo mês de 2008, contudo, houve queda de 11,2%. No acumulado do primeiro trimestre de 2009, o setor faturou R$ 13,64 bilhões, retração nominal de 20,1% sobre os três primeiros meses de 2008. Descontada a inflação, a baixa foi de 25,3%.
O consumo aparente de máquinas e equipamentos somou R$ 7,7 bilhões em março, alta de 28,8% com relação a fevereiro e de 4,4% perante março. Já no primeiro trimestre deste ano, totalizou R$ 20,15 bilhões, valor 8,4% menor diante de igual período anterior.
As exportações somaram US$ 695 milhões em março, alta de 16,4% ante fevereiro e queda de 19,9% sobre março de 2008. Enquanto isso as importações chegaram a US$ 1,673 bilhão em março, incrementos de 20,5% e de 24,8% nos mesmos comparativos. Com isso, o saldo da balança comercial do setor registrou déficit de US$ 978,3 milhões (alta de 106,7% perante março de 2008). No primeiro trimestre, as exportações totalizaram US$ 1,969 bilhão, queda de 24,5% ante igual período de 2008; e as importações contabilizaram US$ 4,787 bilhões, alta de 3,6% em relação aos três primeiros meses do ano passado.