Areva Brasil cria modelo de sociedade para usina com financiamento garantido
Feira | Por em 4 de setembro de 2009
Desde março deste ano, a Areva Koblitz, divisão de bioenergia do grupo Areva, trabalha numa iniciativa desenvolvida a partir de uma necessidade dos usineiros: conseguir crédito para manter as usinas sucroalcooleiras funcionando.
O modelo Retrofit visa uma sociedade entre o usineiro e a sede brasileira do grupo francês para levantar uma central de cogeração de energia, investimento que toma, em média, 30% do capital investido numa indústria da cana.
Segundo José Romero Rêgo, diretor comercial da Areva no Brasil, a parceria se faz por meio de uma sociedade de propósito específico (SPE), onde o grupo detém 40% do empreendimento. “Cuidamos de 100% do financiamento da usina por meio dos bancos de fomento do governo (BNB ou BNDES). Para o usineiro, que fica com 60% do negócio, nossa proposta o deixa tranquilo para desenvolver outras áreas”, argumenta Rêgo.
A Areva tem como meta conseguir até o ano que vem 10 Memorandos de Entendimento – nome dado à negociação antes da assinatura da SPE – somente no nordeste. “Até o momento já temos seis em andamento”, gaba-se o diretor comercial.
A primeira SPE de cogeração de energia começará a funcionar em setembro de 2010. Trata-se da Usina Seresta, em Alagoas. “Estamos falando em cerca de R$ 100 a R$ 120 milhões em investimento para produção de 50 mega watts. Esse valor pode ser financiado em 12 meses, por exemplo”, pontua Rêgo.
Assim que fechar os 10 memorandos no nordeste, a Areva formatará o modelo de negócio para sul e sudeste do País, “mas isso só deve acontecer por volta de 2011”, acredita o representante do grupo francês.
De olho na América Latina, a Areva abriu recentemente um escritório no Panamá para levar o Retrofit para países vizinhos.