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LeonardoLeonardo Vieira*

Indústria 4.0 não é um termo novo. Notavelmente, o agrupamento de tecnologias que ele descreve – que inclui sistemas ciberfísicos, a Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem e computação cognitiva/inteligência artificial (IA) – tem quase dez anos. E, embora avanços técnicos significativos continuem a ser feitos quase diariamente, muitos dos desenvolvimentos mais interessantes neste espaço têm menos a ver com a tecnologia em si e mais com a forma como essa tecnologia é integrada e aplicada para otimizar os processos e maximizar o impacto.

A cobiçada transformação digital requer não apenas a arquitetura técnica, mas também uma compreensão mais profunda de como aproveitar o potencial único das tecnologias da Indústria 4.0. O processo começa com o reconhecimento de que a integração contínua, a comunicação em tempo real e a capacidade de criar ambientes de manufatura que são virtuais, intercambiáveis, mais descentralizados e modulares têm o potencial de remodelar radicalmente o cenário da indústria.

Com esse quadro geral em mente, vamos dar uma olhada mais de perto em como essas tendências estão se saindo e que tipo de avanços da Indústria 4.0 irão moldar os próximos anos.

Mais eficiência: como e por quê?

A incerteza geral e a falta de entendimento sobre exatamente o que é a Indústria 4.0 – e como implantá-la – postergaram a utilização do conceito e/ou atenuaram o impacto nas primeiras organizações a utilizá-la. A tecnologia amadureceu nos últimos anos e o mais importante: um número crescente de empresas está reconhecendo que não basta investir grandes quantias de tempo e dinheiro na instalação de sensores inteligentes e em novos sistemas se não dedicar, primeiramente, tempo para garantir que essas atualizações sejam inteligentes e estratégicas. A percepção de que a tecnologia é apenas uma peça do quebra-cabeça foi uma evolução crucial para desbloquear todo o potencial das transformações digitais impulsionadas pela Indústria 4.0. Mais conectividade, transparência e rapidez são alcançáveis. Mais velocidade, flexibilidade, customização aprimoradas e novas eficiências são possíveis, principalmente para aqueles que passam menos tempo perguntando o quê, e mais tempo perguntando por que e como.

Informação é poder

Um dos elementos marcantes na mudança de jogo da Indústria 4.0 é sua capacidade de unir tecnologia com engenharia e operações, de forma a criar sinergias valiosas entre esferas anteriormente separadas. É por isso que a coleta de dados, o gerenciamento e a análise deles provaram ser fundamentais quando se trata de ajudar as empresas a dar grandes saltos à frente usando as soluções da Indústria 4.0. Diversas organizações estão investindo na infraestrutura e no conhecimento necessários para fazer exatamente isso. Usar métricas do mundo real para entender quais atualizações tecnológicas terão o maior impacto e como podem ser integradas aos sistemas existentes é uma das tendências mais impactantes da Indústria 4.0.

Propósito pandêmico

Os desafios históricos e sem precedentes que as empresas tiveram de enfrentar como resultado da Covid-19 reforçaram como os avanços da Indústria 4.0 são imprescindíveis. Modelos de trabalho virtual, cadeias de suprimentos não confiáveis e interrupções operacionais inevitáveis destacaram o valor da visibilidade de todo o processo. No caos e na incerteza de uma pandemia, o acesso a informações empresariais holísticas, em tempo real, não é um luxo, mas uma necessidade. Ironicamente, o lado positivo dos desafios impulsionados pela pandemia é o fato de que a maioria das empresas foi forçada a passar por uma espécie de teste de estresse involuntário, fornecendo aos tomadores de decisão novos insights sobre seus sistemas e operações. Armados com essa nova compreensão e autoconsciência sofisticada, eles podem tomar decisões mais assertivas sobre as soluções de conectividade necessárias para atender suas necessidades.

Mudanças no jogo

Entre as tendências mais importantes da Indústria 4.0 estão as etapas que as empresas realizam para identificar e implementar novas ferramentas tecnológicas:

.Modelagem holística– Os tomadores de decisão estão observando com clareza suas operações antes de investir em qualquer nova tecnologia. Esse autoexame se estende muito além do chão de fábrica e deve incluir, em última análise, um modelo de detalhes da funcionalidade do front, back e middle office. Em outras palavras, não apenas arquitetura técnica, mas fluxo de trabalho funcional. As transformações digitais de maior sucesso podem começar no topo, mas são coesas e conectadas a todas as facetas do negócio, desde relações com clientes, marketing e vendas até TI, manufatura e distribuição.

.Velocidade e agilidade– Em um espaço que continua a evoluir com velocidade impressionante, o planejamento corporativo tradicional de cinco e dez anos está simplesmente obsoleto. As empresas que adotam soluções inerentes à Indústria 4.0 estão substituindo o planejamento de longo prazo por uma visão de longo prazo. Eles estabelecem metas de longo prazo e têm uma noção clara do quadro geral, mas também desenvolvem planos específicos de curto prazo como parte de uma tentativa de se tornarem mais ágeis e responsivos às tendências e tecnologias emergentes.

.O elemento humano– Finalmente, e talvez o mais importante, é o reconhecimento de que uma transformação digital otimizada, contínua e impactante tem menos a ver com a tecnologia da Indústria 4.0 e mais com as pessoas que a utilizam. De designs de interface a implementações empresariais, as melhores ferramentas e estratégias da Indústria 4.0 são baseadas em uma abordagem que coloca o usuário em primeiro lugar. A combinação do potencial humano com sistemas e soluções de próxima geração é o caminho mais eficaz para o sucesso sustentável.

*Diretor de Indústria Digital do Grupo Stefanini na América do Norte

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pexels-pixabay-35550Há pouco mais de um ano, de grandes corporações a startups e microempreendedores, todos tiveram que adequar suas estratégias de negócio ao contexto da circulação da Covid-19 no Brasil. Silvio Meira, cientista-chefe da consultoria TDS Company e membro dos conselhos de administração de grupos como Magalu e MRV, analisa que o Brasil avançou cinco anos na escalada da transformação digital somente nesse período.

“Não foram lançadas novas tecnologias na pandemia, mas os negócios tiveram a necessidade de recorrer a recursos digitais já disponíveis, como o e-commerce, por exemplo, tecnologia utilizada pela Amazon há duas décadas”, avalia o cientista-chefe. De acordo com pesquisa da Ebit/Nielsen, o faturamento de lojas online no Brasil cresceu 47% no apenas no 1º semestre de 2020 e teve seu maior crescimento em 20 anos. Outra pesquisa, realizada pela Mastercard e Americas Market Intelligence (AMI), apontou que 46% dos brasileiros fizeram mais compras online na pandemia.

Um dos principais projetos da TDS Company em 2020 foi desenvolvido em parceria com o Grupo FSB, o maior do Brasil na área de comunicação corporativa. Chamado FSB Futuro, o projeto tem como objetivo fomentar a cultura de inovação nos processos internos das diversas empresas do grupo e identificar e incubar iniciativas inovadoras com uso intensivo de tecnologia.

“O FSB Futuro é o novo modelo de cultura de trabalho que estamos desenvolvendo no nosso grupo, do qual fazem parte a FSB Comunicação, com mais de 40 anos de mercado em Relações Públicas, e a Loures Consultoria. Com o apoio do Silvio Meira e seu time especializado em inovação digital e transformação estratégica, estamos desenvolvendo oportunidades de negócio e reforçando a capacidade de inovação de nossos times de atendimento ao cliente. Somos parceiros estratégicos de negócios que buscam não só pensar as necessidades do presente, mas que apostam no futuro e no desenvolvimento contínuo de soluções inovadoras”, ressalta Diego Ruiz, sócio-diretor das agências.

“Ficou muito mais difícil competir hoje em dia, porque já não basta mais oferecer ponto de venda, ações de marketing e uma promessa de produtos e serviços. É necessário ter soluções digitais articuladas, estratégias de adaptação a mudanças e um atendimento cada vez mais eficiente para os clientes, que também tiveram que aprender novas habilidades nesse período, como trabalhar em home office e pagar contas por Pix, por exemplo. Certos níveis de ingenuidade digital que a gente tinha antes da Covid não são mais aceitáveis”, analisa Meira. “E, com essas novas habilidades, os clientes esperam que as empresas melhorem sua experiência de uso e consumo, de acordo com o que estão pagando.”

Da Comunicação Corporativa passando pelo Marketing Digital e pela Publicidade, o Grupo FSB conta agora com novas tecnologias e capacidades para capturar oportunidades de visibilidade e engajamento para marcas, analisar diferentes comportamentos de usuários por nicho, identificar o surgimento de novas redes sociais e ferramentas e formatar parcerias com influenciadores em perspectivas ainda não exploradas. Tudo isso com o uso intensivo de análise e gestão de dados.

“Em um contexto em que o Discord, rede social avaliada em US﹩ 7 bilhões, conta com milhões de usuários e ainda é um espaço pouco utilizado pelas marcas, pensar a comunicação para além das ações tradicionais de PR e Digital, em canais utilizados por um grande volume de mídia e concorrentes, é abrir espaço para o novo e, ao mesmo, trabalhar com uma tela em branco para a criação de estratégias em parceria com nossos clientes”, explica Ruiz.

Diversos ambientes digitais têm surgido e ganhado cada vez mais adesão dos usuários, como Clubhouse e a plataforma de streaming Twitch, com novas possibilidades de engajamento, análise de tendências de comportamentos e alto volume de captura de dados. As marcas, além de viabilizarem seu próprio processo de inovação, também podem reconhecer novas oportunidades no mundo em transformação em que estão inseridas.

“Eu quero estar com uma agência que domina e usa, na prática, um processo continuado de transformação digital e que pode me oferecer coisas, físicas e digitais, e a combinação das duas, que eu não pensei, porque ela está prospectando o mundo como pesquisadora e realizadora”, sintetiza Meira.

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vidroOs desafios da reciclagem no Brasil são enormes, já que o país recicla menos de 4% de todo o lixo gerado em seu território, segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). Os problemas passam pelas falhas na coleta seletiva, conscientização da população e das empresas sobre o tema, questões de logística, entre outros. Embora todos os tipos de resíduos encontrem algum fator de complicação na cadeia, o vidro se destaca. Enquanto quase 98% do alumínio é reciclado (ABAL, Associação Brasileira do Alumínio), apenas 47% do vidro é reaproveitado (ABIVIDRO, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro), ambos de material industrial e pós-consumo.

Mesmo sendo um material 100% reciclável, há alguns fatores que devem ser observados e discutidos, como o transporte e a remuneração. A indústria vidreira está concentrada no sul e sudeste (PR, SP, MG) e conta com apenas duas grande unidades no nordeste (PE e SE) do país. Isso quer dizer que grande parte do resíduo gerado no Brasil precisa percorrer uma distância grande para ser reciclado e reinserido no ciclo produtivo. Uma carga de Manaus, por exemplo, teria que percorrer mais de 3,8 mil km para chegar em São Paulo ou mais de 4,6 mil km até Sergipe. Considerando o custo médio de transporte rodoviário de R$700 a R$900 por tonelada e o valor de venda do material que gira em torno de R$150 a R$200 pela mesma quantidade, podemos perceber que o valor do frete ultrapassa muito a remuneração pela comercialização do vidro, o que torna o processo economicamente inviável.
Mesmo diante de todas as adversidades, diversos atores da cadeia estão se movimentando para transformar essa realidade. Ferramentas importantes como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada em 2010, que organiza a forma como todos os envolvidos gerenciam seus resíduos e o Acordo Setorial, que define uma quantidade mínima do material pós-consumo (22%) a ser compensada ambientalmente, estabelecem que a responsabilidade pelos custos da logística reversa deve ser compartilhada por fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores. Recentemente houve uma consulta pública sobre o Decreto que institui a Logística Reversa de Embalagens de Vidro e, se as metas forem cumpridas, o Brasil deverá reciclar 50% do vidro que consome em 2025.

Além disso, a consciência ambiental dos consumidores está se fortalecendo, o que eleva o nível de exigência às marcas que consomem. Por outro lado, as empresas têm demonstrado preocupação com o impacto que suas atividades causam à natureza e, por isso, estão revisitando seus propósitos e valores.

Esses são alguns motivos pelos quais as discussões sobre os Termos de Compromisso de Logística Reversa estão intensas nos Estados, segundo Marcella Bueno, head de Operações da eureciclo, maior certificadora de logística reversa de embalagens do Brasil. “O vidro ganhou espaço nesse diálogo e isso indica que deve haver uma melhora significativa no índice de reciclagem desse material em um futuro não tão distante. Estamos trabalhando para incentivar o cenário da reciclagem e, assim, proporcionar melhorias em todo o processo”, diz.

Marcella explica que, em São Paulo, os clientes da eureciclo compensaram 11,5 mil toneladas de vidro em 2020, contra 9,7 mil toneladas no ano anterior, um crescimento de quase 20%. Nos outros estados, o salto foi ainda maior: 170%, de 620 para 1,7 mil toneladas. “No início de 2020 a gente contava apenas com 19 operadores que trabalhavam com vidro. Hoje, temos 40 operadores e cooperativas parceiros que fazem esse serviço, o que reforça o nosso compromisso de tornar a cadeia viável em todas as regiões do país”.

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Maya Horowitz

A Check Point Research (CPR) divulgou o Índice Global de Ameaças referente ao mês de março de 2021. Os pesquisadores relataram que o cavalo de Troia bancário IcedID apareceu pela primeira vez na lista de malwares ocupando o segundo lugar, enquanto o Dridex foi o malware mais predominante, saltando do sétimo lugar em fevereiro para a liderança do ranking global em março. Na lista de Top Malware do Brasil, o IcedID não aparece, enquanto o Dridex ressurgiu em primeiro lugar com um índice de 28,08%, acima do global (16,40%).

Visto pela primeira vez em 2017, o IcedID se espalhou rapidamente em março de 2021 por meio de várias campanhas de spam, afetando 11% das organizações em todo o mundo. Uma campanha amplamente difundida usou um tema da COVID-19 para atrair novas vítimas a abrir anexos de e-mail maliciosos. A maioria desses anexos são documentos do Microsoft Word com uma macro maliciosa usada para inserir um instalador para IcedID. Depois de instalado, o trojan tenta roubar detalhes da conta, credenciais de pagamento e outras informações confidenciais dos PCs dos usuários. O IcedID também usa outro malware para proliferar e tem sido usado como o estágio inicial de infecção em operações de ransomware.

Quanto ao Dridex, também um cavalo de Troia bancário, este malware é direcionado à plataforma Windows e é distribuído via campanhas de spam e kits de exploração, baixado por meio de um anexo de e-mail de spam. O Dridex entra em contato com um servidor remoto, envia informações sobre o sistema infectado e pode baixar e executar módulos adicionais para controle remoto.

“O IcedID já existe há alguns anos, mas recentemente foi amplamente adotado, mostrando que os cibercriminosos continuam a adaptar suas técnicas para explorar organizações, usando a pandemia da COVID-19 como um disfarce”, afirma Maya Horowitz, diretora de Pesquisa de Inteligência de Ameaças da divisão Check Point Research (CPR). “O IcedID é um cavalo de Troia particularmente evasivo que usa uma variedade de técnicas para roubar dados financeiros; então, as organizações devem garantir que têm sistemas de segurança robustos para evitar que suas redes sejam comprometidas e minimizar os riscos. O treinamento abrangente para todos os funcionários é crucial, para que eles estejam preparados com as habilidades necessárias para identificar os tipos de e-mails maliciosos que espalham o IcedID e outros malwares”, explica Maya.

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Pic. 03_Light packagingO desenvolvimento de uma economia circular para lidar com a emergência de resíduos de plástico depende da criação de demanda para material reciclado de alta qualidade. A STADLER, fornecedora de plantas de triagem para a indústria de reciclagem, experimentou uma mudança no mercado, com mais de 80% de seus projetos para plantas de separação de plástico em 2020 envolvendo atualizações e modernizações significativas de instalações já existentes para atender a uma produção consistente e de alta qualidade necessária para entrar na economia circular dos plásticos.

 O plástico é um produto excepcional, com inúmeros benefícios que o tornaram indispensável na vida moderna. Sua durabilidade extrema, no entanto, cria um difícil problema no fim de sua vida útil, que precisa ser tratado com urgência. A solução está na mudança para uma economia circular, onde o plástico é reutilizado ou reciclado, nunca se transformando em resíduo. A indústria de reciclagem tem um papel central a desempenhar neste processo, com o desafio de maximizar a quantidade de plástico recuperado de resíduos e produzir uma produção de Resina Pós-Consumo (PCR) consistente e de alta qualidade, que consegue competir com a resina virgem.

  “Temos que retirar do omelete novamente os ingredientes individuais iniciais”, explica Enrico Siewert, diretor de Desenvolvimento de Produto e Mercado da STADLER. “Os avanços da tecnologia nos últimos 10 anos revolucionaram a indústria. Hoje, podemos separar plásticos de forma muito eficiente, em percentagens muito altas. Uma planta de triagem mecânica STADLER pode atingir até 95% de pureza. Com equipamentos eletrostáticos ou de lavagem, pode ser próximo a 100%”.

 A indústria de reciclagem está respondendo a essa demanda, atualizando suas instalações para atingir a consistência e a alta qualidade necessárias para que a PCR entre na economia circular dos plásticos e aumente sua capacidade de processamento.

 A STADLER está no centro dessa evolução: “Desenvolvemos a tecnologia avançada de que as usinas de reciclagem precisam”, explica Enrico Siewert. “Estamos constantemente inovando e desenvolvendo novos processos, adaptando as plantas de nossos clientes às suas necessidades em constante mudança. Estamos vendo em primeira mão que a indústria está se intensificando para atender a essa nova demanda: no ano passado, as atualizações, modernizações e expansões de plantas representaram mais de 80% de nossos projetos no setor de plásticos, um aumento de mais de 38% em relação a 2019”.

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Vivaldo-José-Breternitz-MackenziePor Vivaldo José Breternitz*

Os profissionais da área de Tecnologia da Informação, já há algum tempo, percebiam que os serviços de cloud computing (computação na nuvem) cresciam, mas muitos deles devem ter sido surpreendidos pelos resultados trazidos por uma pesquisa do Synergy Research Group: em 2020, os gastos com esses serviços superaram aqueles que as empresas tiveram com plataformas próprias de computação.

Os números são ainda mais surpreendentes quando se observa que os valores relativos a serviços na nuvem cresceram 35%, chegando a quase US$ 130 bilhões. Enquanto isso, os gastos com estruturas próprias caíram 6%, para menos de US$ 90 bilhões.

É a primeira vez que isso acontece; até 2019, os valores aproximadamente empatavam; uma das explicações dadas para o fenômeno é a pandemia, que estaria levando as empresas a terem estruturas próprias mais leves.

Os valores despendidos com plataformas próprias, compreendem servidores, armazenamento de dados, serviços de rede e segurança, além de software necessário ao funcionamento de toda essa infraestrutura.

É importante, porém, registrar que esses números divergem dos apresentados pelo Gartner, respeitado grupo de consultoria, cujas pesquisas gozam da confiança dos profissionais da área, e que afirma serem os gastos com processamento na nuvem, apesar de estarem crescendo, muito menores que aqueles feitos com plataformas próprias.

De qualquer forma, o tema deve ser acompanhado por todos aqueles que tem responsabilidades de gestão na área. Carreiras também podem ser afetadas, pois, em tese, serão necessários menos operadores de computador e analistas de redes e bancos de dados.
Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie*

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prolataO programa Prolata reciclou 22.032,79 toneladas de aço em 2020, registrando um aumento de 179% em comparação com 2019. Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo foram os Estados que mais reciclaram no período.

Diante de todos os desafios gerados pela pandemia, o programa conseguiu consolidar um desempenho bastante expressivo graças às ações adotadas. O Prolata doou mais de 10 mil Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a 26 cooperativas parceiras em todo o país. No total, 768 cooperados foram diretamente beneficiados pela iniciativa em cidades dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Minas Gerais.

O companhia também apoiou 17 cooperativas com a aquisição de laudos do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que contemplam um total de 476 cooperados.

Além disso, foram realizados webinars sobre educação ambiental para mais de 5 mil participantes e foram criados 12 grupos de discussão com 286 educadores, que puderam abordar questões importantes para o desenvolvimento sustentável. Estes profissionais podem transmitir o conhecimento para as 695 escolas em que atuam, alcançando mais de 217 mil alunos.

Uma das peças-chave para fortalecer as ações do Programa de forma integrada é a assinatura de acordos em conjunto com entidades públicas. Até 2020, já foram firmados cinco termos de cooperação: com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o GAEMA da Baixada Santista, com o Ministério Público do Mato Grosso do Sul, com a CETESB no Estado de São Paulo e com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Paraná.

Atualmente, o Prolata tem parceria com 53 cooperativas, totalizando 1.339 cooperados, 20 entrepostos e duas siderúrgicas, além de 28 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). “Com base no fluxo de operação que vem sendo estabelecido e permanentemente aprimorado, vamos trabalhar com a expectativa de reciclar 50 mil toneladas de aço até o fim de 2021”, destaca Thais Fagury, presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e diretora da Prolata.

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lgpdEm um mundo onde a informação tem muito valor, cuidar e proteger dados tornou-se essencial. Deixar para última hora a adequação da empresa à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é uma prática que pode acarretar perda de contratos e negócios. Com vigência prevista para agosto de 2020 e aplicação das sanções para agosto de 2021, após votação no Senado alterando o Projeto de Lei 1.179/2020, agilizar os preparativos é fundamental. “Em razão desse contexto, e mesmo que a vigência e/ou sanções da lei sejam postergadas, é importante que as empresas se planejem para implementarem uma política de proteção de dados, de forma a estarem de acordo com a LGPD”, destaca George Leandro Luna Bonfim, advogado especialista em direito digital, inovação e proteção de dados, do escritório Natal & Manssur.

Entre as medidas essenciais está o mapeamento do fluxo de dados da empresa para saber quais deles precisam de consentimento do titular e quais estão amparados por outros pontos da LGPD, como execução de contrato e proteção ao crédito. Outro item de atenção é analisar de que forma pode-se permitir que os donos dos dados possam realizar, dentro do possível, a edição da privacidade dessas informações pessoais de acordo com a privacidade por design (privacy by design). “A LGPD traz uma série de sanções bastante severas para quem não observar os seus dispositivos. Um conceito importante é a responsabilidade solidária tanto do controlador dos dados pessoais, no caso, a empresa que define como os dados serão utilizados, armazenados e geridos, quanto do seu operador, ou seja, a entidade contratada para fazer a gestão, armazenamento e proteção dos dados”, destaca Bonfim, salientando que esse procedimento jurídico é parecido com a responsabilidade solidária já existente nas relações de consumo.

As piores consequências para o descumprimento da LGPD – além de multas ou penalidades que determinam a publicização da infração cometida, o bloqueio e até mesmo a eliminação dos dados -, está a perda de negócios. “A consequência mercadológica de não seguir a lei é tirar a empresa do jogo dos negócios. Pois ela passa a não poder mais interagir com seus fornecedores ou seus compradores que estejam adequados a ela”, destaca Victor Fernandes Cerri de Souza, especialista em Direito Contratual, sócio do escritório Correa Porto Advogados e vice-presidente da Comissão de Direito Contratual, Compliance e Propriedade Intelectual da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo (OAB-SP).

“O Brasil já vem, infelizmente, atrasado e na contramão do mundo, sobretudo em relação à Europa, no quesito proteção de dados. Nesse sentido, o país fica impedido de fazer negócios com empresas que estão dentro do escopo mundial, principalmente com as de grande porte e investidores externos que exigem essa segurança dos dados”, ressalta Victor Cerri. De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), braço da Organização das Nações Unidas, apenas metade dos países têm estratégias de segurança cibernética devidamente implantada ou em vias de desenvolver algo dessa natureza.

Fazer adequações de estruturas, treinar as equipes e atualizar sistemas para atendimento à LGPD precisa ser encarado como um investimento. “Estar adequado à lei é um diferencial competitivo relevante, já que diversos clientes passarão a observar qual a importância que seus fornecedores dão ao referido assunto, principalmente por conta da responsabilidade solidária trazida pela lei”, explica George Bonfim.

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elemarjuniorPor Elemar Júnior*

A atual urgência pelo modelo de trabalho remoto tem revelado oportunidades de qualificação da gestão, afinal,  evidencia se os gestores têm competência ou clareza para definição de metas e facilitação do home office. Em contrapartida, outros acabam ignorando o fato de que “comando”, às vezes, é necessário, mas, “controle”, é sintoma de uma relação doente.

Antes de tudo, não me parece correto dar continuidade a este artigo sem mencionar os tempos difíceis que enfrentamos agora, devido à pandemia de coronavírus (COVID-19). Em 2015,  em uma apresentação no TED, Bill Gates já anunciava que o maior risco para a humanidade não  seria uma nova guerra nuclear, mas sim uma epidemia. Infelizmente sua previsão estava correta. Diante da presente crise mundial, nós, que podemos trabalhar remotamente, somos privilegiados e sabemos que esta opção não é real para muitas pessoas. E parece até mesmo cruel, de certa forma, falar sobre ficar em casa para quem não pode. Mas não há outra forma.

Voltando ao tema proposto, por não terem clareza de como entregar valor, muitos gestores, no lugar de resultados e facilitação do trabalho, ficam atentos a quem chega cedo na empresa e quem vai embora mais tarde. Também é comum que observem quem fica mais no computador ou em reuniões. Para profissionais com este perfil, o trabalho remoto é um pesadelo!

De muitas formas – e embora apresente desafios inéditos – este modelo tende a gerar resultados superiores. Ele permite, por exemplo, que as barreiras geográficas sejam superadas e que possamos compor times melhores, ou seja, deveria ser uma novidade bem-vinda. Entretanto, devido a limitação da gestão em conduzir relações saudáveis de trabalho, acaba se materializando como um entrave.

As dificuldades em estabelecer políticas de home office, mesmo em momentos de crise como o que estamos vivendo, evidencia o fato de que a teoria X de Douglas McGregor, economista e um dos pensadores mais influentes na área das relações humanas, ainda predomina nas nossas práticas e crenças de gestão. Afinal, segundo a hipótese de McGregor, a menos que um gestor “fique de olho” na conduta das pessoas, é provável que ninguém cumpra seu papel.

Teorias X e Y de Douglas McGregor

Em administração, as teorias X e Y são correntes de pensamentos opostas a respeito das relações entre os colaboradores e o comportamento destes em uma empresa. Idealizadas por Douglas McGregor na década de 1960 em seu livro The Human Side of Enterprise, são dos mais conhecidos conceitos na área de gestão de recursos humanos.

A teoria X, também chamada de “hipótese da mediocridade das massas”, diz que os funcionários possuem aversão ao trabalho e o encaram como um mal necessário para ganhar dinheiro. Artifícios como punição, elogios, dinheiro e coação seriam fundamentais, pois o colaborador evita responsabilidades, deseja ser dirigido e ter estabilidade e segurança.

A teoria Y diz que os funcionários encaram o trabalho como algo natural, como se estivessem fazendo uma atividade de lazer. Assim, as pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer. Essa hipótese parte do pressuposto que o ser humano não é preguiçoso; a empresa tem que dar as condições necessárias para o funcionário trabalhar plenamente. As pessoas são competentes e criativas, gostam de assumir responsabilidades, possuem autogestão e têm suas recompensas não baseadas apenas no dinheiro, mas no reconhecimento e na possibilidade de ascensão dentro da empresa.

O home office, para funcionar, precisa  se basear em práticas de gestão indicadas na teoria Y. Ela demanda que todos façamos bem nossos trabalhos e que acordemos de forma explícita quais são as metas e objetivos que precisamos cumprir ou tentar superar.

O curioso é que é relativamente comum que as pessoas se identifiquem como exemplares da teoria Y, mas veem as demais pessoas no ambiente de trabalho como representantes da X.

A obra de McGregor, publicada em 1960, como crítica ao que já era considerado, na época, pensamento retrógrado com relação ao comportamento e ao trabalho, talvez tenha encontrado, seis décadas depois, o momento mais oportuno para se cristalizar. Gestores que insistirem em condutas baseadas na teoria X não vão conseguir prosperar nesses tempos de crise.

CEO EximiaCo*

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shimura*Por André Takeo Chimura

Durante os últimos anos, muito se falou a respeito de inovação, em especial da Indústria 4.0 e o potencial que a alta tecnologia pode trazer para a operação de companhias em diferentes segmentos. O processo que envolve a integração da mão-de-obra com sistemas capazes de levar informações valiosas ao conhecimento de executivos traz como resultado o aperfeiçoamento da produção em termos de escala e custos, chamando a atenção de diferentes setores.

Apesar da crescente popularidade global, trazer esse conceito para o Brasil na prática ainda é um desafio. Isso porque, apesar do amplo potencial que o país apresenta, investir em inovação não é algo necessariamente prioritário para muitas companhias no setor industrial, exemplo disso é que segundo o IFR (Federação Internacional de Robótica), o Brasil possui 14 robôs a cada 10 mil trabalhadores, enquanto a média global é de 99 equipamentos nessa proporção. Além disso, o país ocupou o 64º lugar no ranking mundial de inovação, divulgado em julho de 2019 pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Diferentes fatores interferem nesse resultado, mas é possível organizá-los dentro de dois obstáculos essenciais: falta de recursos financeiros e de capacitação técnica adequada.

Esses dois tópicos seriam capazes de trazer resultados significativos para o país, já que a indústria de países desenvolvidos, como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Japão, China e Coreia do Sul, vêm adotando estratégias com ênfase em conhecimento de ciência, tecnologia e inovação há muito tempo e hoje colhem resultados significativos.

Para trazer essa realidade ao Brasil, é essencial que empresários locais fortaleçam as perspectivas de longo prazo para as companhias. É desafiador, considerando o cenário atual da economia, porém as companhias que souberem como superar essas adversidades, usando a tecnologia a seu favor, serão capazes de sobreviverem e terem sucesso no futuro.

Ao mesmo tempo, é necessário pensar em conhecimento. Por vezes, a falta de informações adequadas cria um paradigma de que investir em tecnologia para ter alto valor agregado custa caro – e, portanto, não cabe nesse momento. Isso não é verdade, já que cálculos de viabilidade ou análises de investimento versus custo de produção podem trazer soluções simples e que geram benefícios significativos para companhias de todos os portes, tornando o processo de produção mais eficiente.

O caminho para assimilar isso está começando a ser trilhado no país: hoje ocupamos uma posição razoável no ranking da IFR (Federação Internacional de Robótica) em relação à América Latina: o México é o líder em capacidade instalada na região, com mais de 5,7 mil robôs colocados em prática em 2018, enquanto o Brasil instalou 1,5 mil unidades no mesmo período.

Estar preparado para esse novo cenário demanda investimentos e, para isso, é necessário que líderes tenham cada vez mais consciência a respeito do papel crucial que desempenham no cenário atual. Investir para otimizar é o primeiro passo rumo a um futuro mais produtivo e eficaz.

Gerente de Vendas Sênior da Mitsubishi Electric*

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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