Visite o site da P&S Visite o site do Radar Industrial Visite o site da Banas Ir para página inicial RSS

0

Carlos Maurício de Paula Barros*

A palavra que definirá os novos investimentos do ano de 2010 será, provavelmente, infraestrutura. Cifras bilionárias são indispensáveis para preparar o Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, e tais investimentos vão beneficiar empresas de engenharia e deflagrar uma onda de contratações de profissionais especializados.
As obras prioritárias para a realização dos jogos no Brasil incluem melhorias nas áreas de mobilidade urbana, rede aeroportuária, hotelaria, saúde, saneamento e telecomunicações, entre outras. Haverá ainda a necessidade de reformar ou construir estádios para a realização das competições, bem como a adaptação do entorno dessas edificações. Os recursos que viabilizarão as obras estão previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) criado para a Copa pelo governo federal, e deverão bater a casa dos R$ 21,8 bilhões.

Com o país transformado em um grande canteiro de obras, o setor poderá enfrentar o percalço da falta de mão de obra, principalmente a especializada. Os engenheiros serão necessários em todo o processo produtivo, do projeto à manutenção, mas a profissão já está desfalcada antes mesmo desse aumento da demanda.

A Federação Nacional de Engenheiros (FNE) calcula que quase 30% dos alunos de engenharia abandonam o curso antes da formatura. Os motivos são variados: desde a defasagem de alguns currículos universitários em relação à demanda do mercado até a dedicação exigida ao estudante. Nas últimas décadas, a forte razão para tantos jovens desencorajados foi o desaparecimento das perspectivas profissionais, pela falta de investimentos.

No início dos anos 80, as grandes obras que até então pipocavam em todo o Brasil foram canceladas em função da falência do Estado e da crise internacional de crédito. Um retrato da época foi a lanchonete “O Engenheiro que Virou Suco”, aberta na capital paulista por um engenheiro que decidiu aposentar o diploma, após muitas tentativas frustradas de encontrar emprego na profissão. Ser engenheiro não era mais sinônimo de sucesso profissional e a área deixou de despertar o interesse dos jovens.

Apenas recentemente, a partir do crescimento dos investimentos na indústria do petróleo, e agora, com as descobertas de grandes fontes de petróleo no Brasil, como a camada pré-sal, a engenharia voltou a atrair os estudantes. Com os investimentos da Petrobras e a necessidade de deixar o país pronto para receber os dois maiores eventos esportivo do mundo, é possível que tenhamos uma nova era de ouro da engenharia.

Foi a engenharia nacional que permitiu as grandes descobertas de petróleo no mar, levando o país à auto-suficiência. O controle de todas as fases do processo produtivo, passando pelo projeto básico e detalhado – fabricação de materiais e equipamentos, construção civil, montagem e manutenção – deu autonomia ao setor.

Sempre que houve investimentos conduzidos com seriedade, as empresas de engenharia nacional deram as respostas adequadas. Com formação de pessoal especializado sintonizada com as exigências do mercado acreditamos que os profissionais e, consequentemente, as empresas que os empregam, terão condições de desempenhar o seu papel, contribuindo para o crescimento econômico nacional.

* Carlos Maurício Lima de Paula Barros é engenheiro e presidente da ABEMI – Associação Brasileira de Engenharia Industrial

TAGS:

Deixe seu comentário

0

Com o início da exploração da camada pré-sal, as demandas, de todos os gêneros, do setor de gás e óleo deverão crescer sobremaneira. Tanto é verdade que, no artigo abaixo, o autor já chama a atenção para a necessidade de mão de obra especializada. Acompanhe!

Prominp, PNQP e formação de mão de obra especializada

Joaquim Passos Maia*

O setor de óleo e gás é o que mais cresce na economia brasileira. Livre da crise e com promessas de investimentos públicos e privados que devem passar dos 200 bilhões de dólares – principalmente devido à descoberta da camada pré-sal – já há alguns anos a área demanda mais profissionais especializados do que o mercado oferece, trazendo à tona a necessidade urgente de formação de mão de obra. De acordo com consultores de recrutamento na área, a falta de talentos é percebida em todo o mundo, e o aquecimento do mercado deve continuar até 2020.

Para preencher essa lacuna foi criado o Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP), em 2006. O plano faz parte do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), criado pelo Governo Federal em 2003 com o objetivo de tornar a indústria nacional de bens e serviços mais competitiva na implantação de projetos de petróleo e gás no Brasil e no exterior.

O PNQP realiza cursos gratuitos em 80 entidades de ensino, distribuídas em 17 estados do país, e já beneficiou cerca de 45 mil pessoas. Estão contempladas 175 categorias profissionais, do nível básico ao nível superior.

Uma empreitada dessa magnitude não poderia sair do papel sem o comprometimento das grandes representantes do setor. O PNQP conta com a participação de nove entidades: ABEMI – Associação Brasileira de Engenharia Industrial; Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP); Associação Brasileira de Consultoras de Engenharia (ABCE); Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB); Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ); Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE); Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal (ABITAM); Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL) e Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).

A ABEMI foi escolhida para representar essas entidades na gestão do PNQP. Entre nossas atribuições, estão a verificação de turmas, acompanhamento de freqüência, notas, pagamento de bolsa-auxílio, produção e envio de material didático, vestuário e material escolar e a emissão de certificados, entre outros.

Mas talvez a mais importante atribuição da ABEMI seja mediar a relação entre empresa e escola, adequando o conteúdo programático dos cursos às necessidades do mercado, para permitir que os profissionais formados saiam dos bancos escolares prontos para começar a trabalhar. Tal esforço mostra-se eficaz: em pesquisa recente realizada junto ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged), constatou-se que 81% dos profissionais treinados estão empregados.

A meta da primeira fase do plano é capacitar 112 mil profissionais até março de 2010 para os segmentos de construção e montagem, operação e manutenção, engenharia e construção civil. Com isso, acreditamos que os profissionais e, consequentemente, as empresas que os empregam, poderão acompanhar as exigências e prioridades nos parâmetros das transformações das forças do mercado, que atualmente está vendo simultaneamente a saída gradual do Estado dos vários setores e a abertura do país às tendências globalizantes.

*Joaquim Passos Maia é diretor executivo do Plano Nacional de Qualificação Profissional (PNQP) pela ABEMI – Associação Brasileira de Engenharia Industrial

TAGS: , , , , , , , , , ,

Deixe seu comentário

0

Há uma semana, Erica e eu postamos comentários sobre como a sustentabilidade está cada vez mais atrelado aos novos negócios e à indústria. Para reforçar nossas apostas – e constatações -, divido abaixo trechos de um artigo muito interessante, escrito por Waldir Arevolo, consultor sênior da TGT Consult.   

“Há muito tempo ouvimos falar que as empresas devem adotar o modelo de TI Verde ou Green IT. E esse, sem dúvida, será tema frequente nos próximos anos, apesar de ações práticas ainda serem incomuns. O momento de instabilidade financeira que teve início em outubro do último ano trouxe uma abordagem diferente sobre o assunto e está exigindo um melhor posicionamento de TI. Além dos fatores econômicos e tecnológicos, os novos modelos e serviços oferecidos pelo mercado, como virtualização e cloud computing, apontam para resultados ecologicamente mais eficazes além, da necessária redução de custos.

Agora, a economia aponta para o reaquecimento dos negócios e as novas mudanças estão “despertando” com maior frequência o conceito verde nas empresas. A área de Tecnologia, que era apontada como a principal vilã em consumo de energia, nesse momento é capaz de ajudar as companhias a buscar a sustentabilidade. O que muitas empresas ainda precisam descobrir é como aplicar as ferramentas existentes e tecnologias emergentes para a obtenção de benefícios quantitativos e qualitativos.

Imagine quando tínhamos em nossas casas aquela enorme pilha de fitas K7 ou mesmo aquelas estantes com dezenas de fitas de videocassete. Agora, compare tudo isso as dimensões de custo, tamanho e de armazenamento de um pen drive de 16 GB em que você pode carregar filmes,  todas as musicas que tinha naquele universo antigo e, ainda, sobra espaço para carregar documentos e fotos. Enfim, um conglomerado de informações em uma peça com menos de 5 centímetros. Analogicamente, além das dimensões tradicionais já mencionadas, o momento e o mercado determinam a ênfase da dimensão “sustentabilidade”,  a qual as empresas tem o desafio de buscar e demonstrar.

Um exemplo prático disso é a tecnologia Voip, ou Voz sobre IP, que permite ligações através da internet e proporciona diminuição sensível nos gastos. O desafio está justamente em ir além de divulgar a redução dos custos conhecidos e promover os benefícios obtidos em outras dimensões, tais como o tempo, o deslocamento e o número de viagens realizadas com a aplicação da comunicação por áudio e vídeo através do IP.

Na mesma direção, a virtualização de servidores tem se mostrado grande parceira das empresas, não só pela redução de custos que é capaz de apresentar, mas também pelo fato de que, em momentos de contingência ela pode ser a garantia para respostas urgentes, como por exemplo, operações de backups. O fato é que o gerenciamento de um menor número de servidores possibilita que as empresas desempenhem suas atividades de maneira mais ágil, otimizando os processos e melhorando o desempenho. Dessa forma, tornando a operação mais competitiva e os benefícios potencialmente mais “verdes”.

O que falar do GED então? O Gerenciamento Eletrônico de Documentos também se apresenta como forma de redução de custos, de tempo e de espaço, sendo forte aliada a dimensão sustentabilidade.  GED vai muito além de quantificar resultados com a digitalização de documentos e redução do número de cópias impressas  O modelo proporciona a captura, a organização e o armazenamento de documentos eletronicamente possibilitando garantir o acesso e principalmente a pesquisa dinâmica de  informações necessárias na hora e no momento exato que os negócios demandam.

A recuperação de informações em tempo real se torna cada vez mais crítica e já é observada como fator competitivo por clientes e consumidores que valorizam cada vez mais as dimensões tempo e acuidade.

A redução de erros e otimização dos processos possibilitando inclusive a recombinação de informações e o aumento do índice de inovação das empresas são mais alguns exemplos dos benefícios que o GED pode proporcionar. Para as empresas mais focadas em métricas, inclusive para a demonstração de sustentabilidade, se contabilizarmos  papéis e documentos fisicamente transportados por vias terrestres, através da aplicação do GED é possível evitar o deslocamento de pessoas, reduzir o consumo de combustível e principalmente minimizar o desgaste do meio ambiente. Quantas folhas são necessárias para imprimir o conteúdo que está naquele pen drive de 16 GB? É impossível contar.

Já existe uma simpatia estabelecida pelo conceito de sustentabilidade. É necessário agora que as empresas percebam que esse modelo não significa custos mais altos, pelo contrário. Mais uma vez, quem souber aplicar as tecnologias e os conceitos alinhados com  “verde”, poderá se diferenciar no mercado.
A tendência é que mais tecnologias e modelos de negócios, tais como cloud computing, virtualização e a própria gestão de documentos continuem a enfatizar maiores resultados econômicos e quantificáveis para os negócios, entretanto o maior desafio continuará a ser a demonstração dos resultados qualitativos e de sustentabilidade que o mercado consumidor valorizará cada vez mais nos próximos anos.

Organizando e racionalizando os processos, gerenciando as informações e inovando com novos produtos e serviços, as empresas certamente se tornarão mais resistentes e competitivas para vencer os desafios advindos das transformações econômicas. Buscar a evolução dos negócios dentro da própria transformação do mercado é uma das principais diretrizes para esse momento.

TAGS: , , ,

Deixe seu comentário

0

Você acredita que a web pode ajudar seus colaboradores a promover novos negócios? Waldir Arevolo, consultor sênior da TGT Consult, acredita que sim e disseca no artigo “TI2: é hora de resolver a equação para ampliar os negócios” como otimizar o uso da rede na empresa. “Atualmente um dos meios mais eficientes de comunicação é a Web 2.0. As diversas redes sociais, os inúmeros blogs, os sites que surgem a cada dia, tem tornado esse ambiente mais dinâmico e atrativo”, exemplifica Arevolo.

Confira parte do artigo: 

Como criar filtros de comunicação para monitorar e capturar informações realmente relevantes, confiáveis, e de qualidade para suportar as decisões de negócios? E mais, como organizar esse conteúdo e convertê-lo em valor quantificável para o business? Vale lembrar que toda a informação da internet ainda deve ser somada ao conteúdo gerado pelos veículos tradicionais, tais como rádio, TV e jornais. Embora eles utilizem uma abordagem mais unidirecional de comunicação com seus públicos, já apresentam exemplos práticos de interação, confirmando a tendência para um relacionamento mais colaborativo que une a combinação e a utilização integrada dos meios de comunicação.

Um número crescente de companhias em todo o mundo está adotando modelos híbridos para aproximarem-se dos clientes, potenciais clientes, parceiros e fornecedores com o objetivo de intensificar o processo de conversão das informações originalmente desestruturadas em conhecimentos valiosos, serviços mais completos e produtos ainda mais alinhados as expectativas e variáveis competitivas do mercado.

Todo esse avanço levanta outra dúvida para as empresas em relação as redes sociais . Liberá-las para o uso dos colaboradores internos ou não? A resposta afirmativa é inevitável, tanto sob o ponto de vista tático quanto estratégico para os seus negócios: Os funcionários, melhor dizendo: reais colaboradores, fazem parte do seu “ecossistema de negócios” e como parte importante do seu capital social, devem ser motivados a aproximarem-se ainda mais dos clientes, entender melhor o mercado e saber o que se passa com seus competidores.

Com a Web 2.0 todos os seus colaboradores internos, independentemente de seus cargos e títulos, devem ser encarados como parte ativa de sua força de venda, de campanhas de marketing, de recrutamento de novos talentos e de seu centro de inovação. Do contrário, como as empresas ganharão credibilidade e interatividade com seus clientes, se os seus próprios colaboradores são colocados a margem dessas iniciativas?

O primeiro passo é conscientizar todos os funcionários que a empresa realmente quer tê-los como reais colaboradores e co-responsáveis pelo sucesso da empresa. Na prática Isso significa orienta-los e motiva-los para que utilizem seus conhecimentos e propaguem informações em benefício da própria empresa assim, conseqüentemente beneficiarem-se financeiramente e socialmente com a empresa na quais colaboram. Com essa transição cultural a nível corporativo, todos os colaboradores se sentem responsáveis pelos resultados e pela reputação da imagem da empresa no mercado, ou seja, além das tradicionais políticas e procedimentos para proteger a reputação da empresa, a “monitoração dinâmica e colaborativa” das informações e interações geradas interna e externamente solucionará rapidamente qualquer comportamento inapropriado de um de seus colaboradores ou de qualquer evento externo, pois todos eles sentem-se realmente envolvidos nas situações que podem beneficiá-los ou prejudicá-los através dos resultados e da reputação da empresa.

O segundo passo, utilizando os colaboradores internos e externos (clientes, parceiros e provedores) é gerar contextos realmente interativos nos quais todos os participantes consigam rapidamente encontrar a razão pela qual estão colaborando, a importância de interagem com a empresa e o que realmente estão ganhando com essa ação. Desta forma, será muito mais fácil e natural converter as informações e conhecimentos obtidos nesses relacionamentos em produtos melhores, serviços mais eficientes e negócios inovadores e rentáveis. Lembre-se também que interatividade e contexto andam juntos, e que no caso da geração e organização do capital social em benefício dos negócios da sua empresa o “I” de informação será muito mais relevante que o “T” de tecnologia.

As pequenas, médias e grandes empresas que atraírem rapidamente clientes para essa realidade mais dinâmica e construtiva para ambos os lados (colaboradores e negócios) serão aquelas que ganharão maior competitividade e manterão a concorrência cada vez mais distante do seu mercado. Cabe resolver a equação da (TI2) e uma sugestão: Atraia e retenha melhor o capital social de seu ecossistema proporcionando informação com interatividade, antes que alguém faça isso por você.

 

TAGS: , ,

Deixe seu comentário

0

*Por Nilson J. Guiselini

A cana no Brasil

Embora seja planta exótica, originária da Nova Guiné, no Oceano Índico, a cana-de-açúcar é um vegetal intimamente ligado à história brasileira, desde os primórdios da colonização portuguesa até os dias de hoje. Basta dizer que o Brasil é o principal produtor mundial de etanol e açúcar de cana.

O setor sucroalcooleiro tem uma importância grande na geração e movimentação da economia brasileira. Além da produção de alimentos (no período de renovação da lavoura) e combustível renovável, o setor tem uma capacidade instalada para geração de energia elétrica correspondente a “uma Itaipu”. O período de geração de energia elétrica é realizado quando os nossos reservatórios estão baixos, uma vez que a nossa matriz energética utiliza os recursos hídricos (hidroelétricas) para gerar grande parte na energia consumida.

Para manter essa estrutura em funcionamento é necessário lançar mão de técnicas que permitem garantir o funcionamento das instalações com o menor número de paradas provocadas por quebras ou interrupções emergenciais.

Historicamente, a cana-de-açúcar é um dos principais produtos agrícolas do Brasil, sendo cultivada desde a época da colonização. Do seu processo de industrialização obtém-se como produtos o açúcar nas suas mais variadas formas e tipos, o álcool (anidro e hidratado), o vinhoto (utilizado na ferti-irrigação da lavoura) e o bagaço (combustível para produção de vapor no acionamento de turbinas no processo e geração de eletricidade – cogeração). Atualmente, a geração de energia elétrica que é comercializada com empresas especializadas garante uma receita significativa para a usina (fonte geradora).

Devido à grandeza dos números do setor sucroalcooleiro no Brasil, não se pode tratar a cana-de-açúcar apenas como mais um produto, mas sim como o principal tipo de biomassa energética, base para todo o agronegócio sucroalcooleiro.

A busca pela redução dos custos

Poucas vezes na história da cana-de-açúcar no Brasil a redução de custos foi uma meta tão perseguida quanto agora – foco direcionado para manutenção na atual entressafra. Cálculos de consultores e usinas apontam que a atividade representa 40% do custo industrial de uma planta sucroalcooleira.
Em função dessa situação a técnica de manutenção empregada na indústria tem uma grande importância para garantir o funcionamento dos equipamentos envolvidos na produção. As técnicas empregadas buscam garantir:

· confiabilidade nas instalações e equipamentos;
· disponibilidade dos equipamentos para a produção;
· redução de custos com paradas provocadas por falhas (parada imediata) ou defeitos (mau funcionamento).

Situação atual do setor no Brasil

O texto abaixo contém parte do discurso do presidente da UNICA, Marcos Sawaya Jank, no evento de lançamento do “Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar”, no dia 25/06/2009, no Palácio do Buriti, em Brasília, DF.

“…O Brasil responde por um terço da produção mundial de cana-de-açúcar, 20% da produção e 40% das exportações mundiais de açúcar, 30% da produção e 60% das exportações mundiais de etanol. O etanol já representa mais da metade do consumo nacional de combustíveis para automóveis leves e a biomassa da cana responde por 3% da produção de eletricidade, com potencial de chegar a 15% da matriz elétrica brasileira até 2015.
Desde o ano passado, a indústria da cana-de-açúcar já é a segunda principal fonte de energia do país, atrás do petróleo e acima da hidroeletricidade. O setor sucroenergético brasileiro possui quase 400 indústrias processadoras, mais de 1 mil indústrias de suporte, 70 mil fornecedores de cana e gera quase 1 milhão de empregos diretos em 20 estados brasileiros…”

Evolução histórica dos conceitos da manutenção

A história da manutenção acompanha a evolução tecnológica, econômica e social do mundo. Para entender seu desenvolvimento como ciência pode-se dividi-la em sete fases:

 1a Fase: pré-manutenção – século XVIII
· Não existiam equipes de manutenção;
· O próprio operador ou dono da máquina era o responsável pelo reparo;
· A parada da máquina não causava maiores problemas.

 2a Fase: Primeiras equipes – século XIX
· Surgem as grandes invenções: eletricidade, máquinas e motores a vapor;
· Aparecem as primeiras equipes;
· Ter à mão os recursos: MANU + TENERE = MANUTENÇÃO.

3a Fase: Corretiva – 1900 a 1920
· Deflagrada a Primeira Guerra Mundial;
· Surgem as primeiras indústrias;
· A parada da máquina atrasa a produção;
· Formam-se as equipes de manutenção corretiva.

 4a Fase: Preventiva – 1920 a 1950
· Inicia-se a Segunda Guerra Mundial;
· Início da aviação comercial;
· Aparece a eletrônica (transistor), com o primeiro computador;
· É necessário prevenir: surge a manutenção preventiva.

 5a Fase: Racionalização – de 1950 a 1970
· Crise do petróleo;
· Os custos aumentam demasiadamente;
· Aparece a engenharia de manutenção;
· Não basta só consertar e prevenir: isso precisa ser realizado com economia.

 6a Fase: Produtiva total – de 1970 a 1980
· Crescimento das empresas e concorrências;
· Técnicas japonesas (desenvolvidas pós-Segunda Guerra);
· Envolvimento da operação na Falha Zero;
· Produção = operação + manutenção;
· O operador e o usuário das máquinas são importantes;
· Surge a Manutenção Produtiva Total (MPT).

 7a Fase: Manutenção baseada em confiabilidade – de 1980 até hoje
· Diversidade dos itens físicos;
· Complexidade tecnológica;
· Questão jurídica e legal;
· Questão ambiental e segurança do trabalho.

(Fonte: Guia básico para manutenção hoteleira. Editora Senac. Autor Eduardo Linzmayer)

A manutenção preditiva no setor sucroalcooleiro

Conceituação
 
Podemos fazer uma analogia com os conceitos utilizados pela manutenção com um sistema de saúde para o ser humano. No sistema da saúde temos:

· Pronto socorro – atendimentos emergenciais;
· Postos de saúde – vacinas, consultas e orientações;
· Laboratórios para análises – exames clínicos como sangue, urina, dermatológicos etc.
 
Nas atividades realizadas pelas equipes de manutenção temos:

· Corretiva – emergencial ou programada;
· Preventiva – evitar paradas emergenciais;
· Preditiva – monitorar o funcionamento do equipamento ou instalação sem a obrigatoriedade da parada.

Unindo os conceitos com saúde temos:

· Manutenção corretiva – Pronto socorro (atendimentos emergenciais);
· Manutenção preventiva – Posto de saúde (vacinas, orientações, avaliações periódicas etc);
· Manutenção preditiva – Exames laboratoriais (sangue, urina etc).

A manutenção preditiva é uma filosofia ou atitude que usa a condição operacional real do equipamento e sistemas da planta industrial para otimizar a operação total da planta industrial.

A preditiva é a atuação realizada com base na modificação de parâmetro de condição ou desempenho do equipamento, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. Pode ser comparada a uma inspeção sistemática para o acompanhamento das condições dos equipamentos.

Quando é necessária a intervenção da manutenção no equipamento, estamos realizando uma manutenção corretiva planejada.

É conhecida também como manutenção sob condição ou manutenção com base no estado do equipamento (Condition Based Maintenance).

O termo associado à manutenção preditiva é o de predizer. Esse é o grande objetivo da manutenção preditiva: predizer (ou prevenir) as falhas nos equipamentos ou sistemas por meio de acompanhamento dos diversos parâmetros, permitindo a operação contínua pelo maior tempo possível. Ou seja, a manutenção preditiva privilegia a disponibilidade à medida que não promove intervenções nos equipamentos em operação.

Além disso, a intervenção só é decidida quando os parâmetros acompanhados indicam sua real necessidade, ao contrário da Manutenção Preventiva que pressupõe a retirada do equipamento de operação baseada no tempo de operação.

Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge o limite previamente estabelecido, é tomada a decisão de intervenção. Isto permite uma preparação prévia do serviço, além de outras decisões alternativas relacionadas com a produção.

Acompanhamento preditivo

A avaliação do estado do equipamento se dá por meio de medição, acompanhamento ou monitoração de parâmetros. Esse acompanhamento pode se feito de três formas:

· Acompanhamento ou monitoração subjetiva;
· Acompanhamento ou monitoração objetiva;
· Monitoração contínua.

A monitoração subjetiva é aquela exercida pelo pessoal de manutenção utilizando os sentidos, ou seja, tato, olfato, audição e visão. Quando um mecânico coloca a palma da mão sobre uma caixa de mancal pode perceber a temperatura e a vibração. Evidentemente quanto mais experiente, mais confiáveis serão os diagnósticos. No entanto, essa monitoração não deve ser adotada como base para decisão por ser extremamente subjetiva.
 
A monitoração objetiva é o acompanhamento feito por meio de equipamentos ou instrumentos específicos. É objetiva, pois fornece um valor de medição do parâmetro que está sendo acompanhado, e o valor medido independe do operador do instrumento, desde que utilizado o mesmo procedimento.
 
A monitoração objetiva pode ser classificada em contínua e pontual. Em situações onde o tempo de desenvolvimento do defeito é muito curto e/ou em equipamentos de alta responsabilidade, adota-se o monitoramento contínuo. Nos demais equipamentos ou onde o defeito pode ser acompanhado ou ainda onde a falha não impacta a continuidade operacional, adota-se um plano de medições periódicas, sendo a frequência, função da importância do equipamento ou do histórico do equipamento.

Principais Técnicas de Manutenção Preditiva

Em termos práticos, uma técnica de manutenção preditiva deve atender aos seguintes requisitos:

· Permitir a coleta de dados com o equipamento em funcionamento, ou com o mínimo de interferência possível no processo de produção;
· Permitir a coleta dos dados que possibilitem a análise de tendência.

Somente para efeito didático, podemos classificar as técnicas preditivas nas categorias indicadas na tabela abaixo.

Algumas técnicas de Ensaios Não Destrutivos (END), listadas na tabela, só podem ser aplicadas com o equipamento fora de operação, o que invalidaria a condição de que as técnicas preditivas são aplicáveis com o equipamento em funcionamento. Para melhor visualização considerar que as técnicas listadas nos quadros em laranja são aplicáveis com o equipamento em operação, enquanto as contidas nos quadros verdes dependem (em geral) da retirada do equipamento de operação para sua realização. Neste artigo serão abordadas apenas as técnicas preditivas que podem ser aplicadas com os equipamentos em operação.

saiba mais

Análises de vibrações

O acompanhamento e a análise de vibração tornaram-se um dos mais importantes métodos de predição na indústria tendo a sua maior aplicação em equipamentos rotativos (bombas, turbinas, redutores, ventiladores, compressores). O estágio atual de desenvolvimento dos instrumentos, sistemas de monitoração e softwares especialistas é muito avançado, o que vem permitindo, por exemplo, que outras variáveis, além da vibração, sejam acompanhadas simultaneamente pelos mesmos instrumentos.

Alguns dos principais instrumentos para medição e monitoração de vibração estão mostrados a seguir:

· Analisador de vibração
São os aparelhos para medição de vibração mais simples existentes no mercado. São capazes de medir deslocamento e velocidade de vibração. Alguns modelos possuem filtros que permitem ajustar a medição da característica de vibração para uma determinada frequência.

· Coletor/analisador de dados
São instrumentos que oferecem uma variedade muito grande de recursos incluindo interface com softwares especialistas. Além de medir variáveis relacionadas à vibração, aceitam diversos outros parâmetros como temperatura, corrente elétrica e variáveis de processo.

Esses instrumentos são a base de trabalho de um programa de monitoramento de máquinas rotativas em indústrias cuja quantidade de equipamentos justifique sua aquisição. São capazes de fornecer as seguintes informações: espectro de vibração, espectro de corrente (motores elétricos), forma de onda, nível global de vibração e temperatura, dentre outros.

· Monitoramento On-line
Quando se deseja um acompanhamento contínuo do equipamento em função de sua criticidade para o processo ou alto custo, adota-se monitoramento on-line. Esse tipo de monitoramento é feito por meio de probes (sensores) instalados nos mancais, cujos sinais são levados até painéis de controles instalados no campo, ao lado das máquinas, na casa de controle ou locais remotos. Até alguns anos atrás, esse tipo de instalação era restrito a máquinas de grande porte (grupos geradores, compressores centrífugos e axiais de grande porte). Atualmente, com o desenvolvimento da microeletrônica eletrônica e de sensores, o preço vem sofrendo queda significativa e já é muito comum o monitoramento contínuo em máquinas de médio porte ou em equipamentos de uso geral.

Temperatura

A temperatura é um dos parâmetros de mais fácil compreensão e o acompanhamento de sua variação permite constatar alteração na condição dos equipamentos, componentes e do próprio processo produtivo. A seguir estão listados alguns exemplos clássicos, onde a monitoração da temperatura é primordial:

· Temperatura de mancais de máquinas rotativas;
· Temperatura da superfície de equipamentos estacionários;
· Temperatura de barramentos e ligações (conexões) elétricas.

A medição de temperatura pode ser feita por uma série de instrumentos, alguns dos quais estão listados a seguir:

· Termômetro de contato;
· Pirômetro de radiação ou pirômetro ótico;
· Radiômetro;
· Termógrafos ou termovisores.

Uma das técnicas preditivas que proporciona maior retorno e evita a ocorrência de acidentes ou paradas de produção é a termografia em instalações elétricas. O mau contato, a partir do qual se desencadeia a falha, pode ser detectado e corrigido pela utilização de radiômetros ou de termovisores.

Por sua relevância para a manutenção, tanto em indústrias como em instalações prediais, é altamente recomendável a existência de um programa de acompanhamento das instalações elétricas.

Radiômetro

São instrumentos que coletam a radiação infravermelha por meio de um sistema ótico fixo e a direciona para um detector que pode ser do tipo termopilha, pirelétrico ou fotodetectores. São instrumentos portáteis, de custo baixo que, fornecidos a um eletricista que conhece a planta, guiado por um programa de inspeções periódicas, fornece excelentes resultados.

Termografia

A termografia é uma das técnicas preditivas que mais tem se desenvolvido no últimos 30 anos. Atualmente, os termovisores estão cada vez menores e mais precisos, oferecendo recursos importantes para o acompanhamento e controle de tendência.

Algumas das principais aplicações da termografia em instalações industriais são:

· Área elétrica onde existe necessidade  de acompanhamento de componentes defeituoso ou mau contato;
· Usinas siderúrgicas – verificação do revestimento de altos-fornos, dutos de gás, regeneradores e carros torpedos;
· Fábricas de cimento – fornos rotativos para pesquisa de queda de refratários;
· Área de petróleo e petroquímica – vazamentos em válvulas de segurança, problemas com refratários em fornos, caldeiras e unidades de craqueamento catalítico.

Análise de óleo

Existem duas formas de encararmos as informações obtidas a partir de uma análise de óleo:

· Condições do lubrificante – determinação das propriedades físico químicas do lubrificante para garantir uma boa lubrificação;
· Condições da máquina – análise de substâncias estranhas ao lubrificante (gases ou partículas em suspensão no lubrificante);

Para avaliar as condições do lubrificante estão disponíveis diversos testes:

· Viscosidade;
· Índice de neutralização – acidez (TAN) e basicidade (TBN);
· Teor de água;
· Insolúveis;
· Espectrometria (presença de metais);
· Rigidez dielétrica;
· Ponto de fulgor.

Conclusões

Para garantir a disponibilidade dos equipamentos e instalações com confiabilidade é fundamental que a manutenção atue:

· Privilegiando a adoção da manutenção preditiva em detrimento da preventiva sempre que possível;
· Adotando a engenharia de manutenção como uma maneira de analisar e promover as melhorias necessárias na planta.

Com essas ações estaremos diminuindo os custos e privilegiando a disponibilidade dos equipamentos e instalações. Um programa de manutenção preditiva pode minimizar o número de quebras de todos os equipamentos mecânicos da planta industrial e assegurar que o equipamento reparado esteja em condições mecânicas aceitáveis.

O programa também pode identificar problemas da máquina antes que se tornem sérios, já que a maioria dos problemas mecânicos pode ser minimizada se for detectado e reparado com antecedência. Os modos normais de falha mecânica degradam-se numa velocidade diretamente proporcional à sua severidade. Portanto, quando um problema é detectado logo, normalmente pode-se evitar maiores reparos.

Dessa forma, é necessário reduzir fortemente a manutenção preventiva e aumentar a participação da manutenção preditiva como forma de obtermos melhores resultados para nossas empresas e nosso país. A manutenção preditiva é a primeira quebra de paradigma na manutenção e por meio dela estaremos no caminho para a excelência.

Referência bibliográfica

Kardec, Alan; Nascif; Baroni, Tarcisio – Gestão Estratégica e Técnicas Preditivas – Editora Quality Mark, Rio de Janeiro, 2002 – Coleção Manutenção – Abraman
Linzmayer, Eduardo – Guia Básico para Manutenção Hoteleira – Editora Senac – São Paulo, 2008
Almeida, Márcio Tadeu – Artigo: Manutenção Preditiva: Confiabilidade e Qualidade

*Nilson J. Guiselini é engenheiro mecânico e gerente de engenharia da M&MLabtest Ltda., de Ribeirão Preto, SP

TAGS: , ,

Deixe seu comentário

Icone Artigo | Por em 7 de julho de 2009

0

Veja abaixo a integra do artigo de autoria do leitor Paulo Oliveira da Silva, estudante de Administração, de Porto Alegre, RS, o qual publicamos parte na edição 415 da Revista P&S, na seção Fale com a Redação.

“Fé é a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja. Pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém. Como leitor de revistas de produtos e serviços industriais, quando termino de ler as edições que recebo, sempre crio uma expectativa em relação às próximas que receberei. As questões que ficam são: No que as próximas vão me ajudar? Quais serão as novidades? O que vai diferenciar uma da outra?

Vejo esses meios de comunicação, sempre inovando, ou tentando inovar. Poucas conseguem. Algumas mudam o tamanho, outras a forma, outras dão ainda um colorido especial na capa, também mudam a qualidade do papel, que vem com uma qualidade melhor. Mas tão logo termino de ler, percebo que as mudanças foram apenas materiais e superficiais.

Então entendo que essa é a resposta do porquê preferir esta e não aquela revista. Aí entra a tal da fé, a confiança. Mesmo que eu perceba uma capa parecida com a da edição anterior, tenho plena convicção de que o conteúdo não é igual. Algo novo está ali, ao alcance de minhas mãos, talvez uma solução para o problema atual, uma novidade de mercado, uma reportagem de motivação para não desistirmos neste momento assolado pela crise, um rosto com um grande sorriso, mesmo que a reportagem mostre que o crescimento do País não será tão bom nos próximos meses.

Este mesmo meio de comunicação, por mim escolhido, também mostra sua fé, sua confiança. Fé no País, nas empresas, nos administradores, nas pessoas, na política. Buscar soluções por meio de parcerias com instituições financeiras, criar artifícios que beneficiem a sociedade, de um modo geral, tudo vai além de manter os leitores informados e atualizados, é um bem social, é a preocupação com ser humano, com o país, é ter fé que, com trabalho sério, com a busca incansável por soluções, e apresentando alternativas concretas, pode-se, sim, fazer a diferença.

Essas atitudes deixam, não só a mim, mas qualquer leitor que tenha o mínimo de sensibilidade, com muita confiança. Essas atitudes geram uma corrente positiva e animadora e, assim, percebemos os setores que realmente estão preparados, para dar uma resposta à altura a qualquer problema que apareça em nossa frente. E são exatamente essas atitudes que fazem com que os leitores, consumidores e empresários acreditem que quando tudo parece difícil e sem solução, ainda assim não podemos perder a fé.”

TAGS: ,

Deixe seu comentário

0

Todos os meses contamos com a colaboração do pessoal do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, sob a coordenação do professor Antônio Cabral, que nos suprem tanto com artigos específicos sobre as pautas das edições quanto com resoluções de dúvidas técnicas, entrevistas etc. É, sem dúvida, um apoio primoroso e fundamental para os bom andamento do nosso trabalho nos produtos P&S e agora também no Blog Industrial.

O artigo abaixo, sobre Eletroeletrônica, refere-se à pauta da edição de junho da Revista P&S, e vem bem a calhar, pois na próxima segunda-feira, 1º de junho, começa a principal feira do segmento, a FIEE, que segue até quinta-feira, 5 de junho.

Por Wânderson de Oliveira Assis

A eletrônica é utilizada numa infinidade de aplicações no nosso dia a dia. Graças à eletrônica, vivemos uma constante evolução tecnológica, resultado principalmente do grande avanço na tecnologia de semicondutores e da produção de circuitos integrados digitais cada vez menores.

 A indústria em geral, como a automobilística, manufatura, alimentícia, siderúrgica, têxtil, petroquímica, entre outras, é atualmente totalmente dependente da eletrônica analógica e digital. A maioria dos eletrodomésticos, dos brinquedos infantis modernos, as calculadoras, os telefones e celulares, são controlados por ou têm funcionamento baseado em circuitos eletrônicos. Isso, sem falar nos computadores e em toda a gama de produtos de informática.

 Na maioria das aplicações, um dos componentes de destaque é um pequeno componente eletrônico, um pequeno chip, conhecido como “microprocessador”. Os microprocessadores e sua versão mais simples, os microcontroladores, vêm sendo cada vez mais utilizados em aplicações de engenharia. Eles são dispositivos programáveis que permitem executar operações das mais simples, como temporização, detecção de acionamentos e controle de dispositivos digitais, até as mais complicadas, como controle de sistemas analógicos, aquisição de dados e armazenamento em memória, integração entre dispositivos, transmissão de dados seriais para sistemas wireless (sistemas sem fio) etc.

Os microcontroladores são “embutidos” em placas de circuitos eletrônicos para controlar outros dispositivos semicondutores ou para comandar componentes externos, os periféricos, para que estes executem as tarefas programadas. Nos controladores lógicos programáveis, por exemplo, equipamentos muito utilizados na indústria, os microcontroladores permitem a conexão entre instrumentos e sensores instalados no chão de fábrica e uma rede industrial. Por meio dessa rede, os dados captados pelos controladores são transmitidos para uma central de controle onde os dados podem ser monitorados por um software supervisório.

Vários tipos de sistemas de controle e aquisição de dados podem também ser desenvolvidos com a eletrônica e sistemas microprocessados. Na Figura 1, por exemplo, ilustra-se um sistema de aquisição de dados utilizado na Escola de Engenharia Mauá para controlar vários dispositivos. 

Figura 1

Figura 1

 

Figura 2

Figura 2

Por meio dele é possível controlar o motor de grandes dimensões apresentado na Figura 2. O sistema desenvolvido permite controlar a velocidade do motor com precisão por meio de comandos efetuados no computador. É possível também selecionar o sentido de rotação da máquina e monitorar em gráficos gerados na tela do computador os sinais de corrente, tensão e velocidade medidos.

Vários outros sistemas de controle utilizam essa tecnologia. Podemos citar, por exemplo, o monitoramento de informações provenientes de vários tipos de sensores, o controle de temperatura em ambientes fechados, o controle de posicionamento de pequenos servomotores utilizados em dispositivos robóticos etc. Mas isso é apenas uma amostra do que pode ser feito com a eletrônica e com a programação de chips eletrônicos.

Wânderson de Oliveira Assis
Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Instrumentação, Automação e Controle do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia

Mais informações: http://www.maua.br/ceun/cursos/posgraduacao/scs/eepi/iac.html

 

TAGS: ,

Deixe seu comentário

BUSCA

CATEGORIAS

SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

ARQUIVO

IBGE importação Perspectivas Oportunidade CNI PIB máquina Revista P&S Pesquisa Evento Feira Internacional da Mecânica inovação Meio Ambiente Industrial #blogindustrial Artigo #revistaps FIESP Investimento meio ambiente sustentabilidade Lançamento máquinas e equipamentos mercado Economia Feimafe tecnologia Feira indústria Site P&S Radar Industrial