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Por Ezequias Sena*

Numa época em que muito tem se falado em espionagem internacional, não se deve descartar a grande oportunidade de avaliar de que forma empresas e empregados estão contribuindo para que informações estratégicas e até mesmo sigilosas vazem no mercado – onde os concorrentes estão sempre ávidos pela oportunidade de estar um passo à frente dos demais. Segurança da informação é, assim, um dos atributos mais importantes hoje em dia, sendo fundamental entre os profissionais de TI (tecnologia da informação).

Diariamente, inúmeras empresas anunciam perda de dados, invasão de hackers. As pessoas nem se surpreendem mais com esse tipo de violência, embora os estragos possam ser tão grandes a ponto de provocar a falência dos negócios. Aumentar a vigilância e reduzir a vulnerabilidade é o primeiro passo entre organizações que precisam urgentemente compreender os mecanismos da informação e como sua proteção integra a gestão de risco.

Portanto, a mensagem é clara: qualquer programa de segurança da informação, para ser bem-sucedido, deve passar obrigatoriamente pela conscientização das equipes de trabalho, pela adoção de uma política interna de segurança, e pela aprendizagem de como as ferramentas tecnológicas podem contribuir para reforçar a guarda. Não adianta adotar um programa ‘perfeito’ se não houver uma comunicação adequada com todos os empregados, do mais simples ao presidente.

O nível de segurança ideal para cada empresa está estreitamente relacionado com o volume de usuários que acessam os sistemas e ao perfil do negócio. Soluções de segurança têm de ser personalizadas. Ao adotar um programa de segurança, não estamos levando em consideração apenas as determinações da política interna. É necessário fazer uma varredura para detectar onde estão os pontos mais vulneráveis, as falhas de segurança, e corrigir o problema. Além da possibilidade de haver falhas na implantação de produtos como firewalls, antivírus, detectores de invasões etc., também pode haver falta de manutenção e supervisão adequada do ambiente virtual.  Em alguns casos, se faz necessário aumentar ao máximo a vigilância e adotar monitoramento full time do ambiente em relação às vulnerabilidades existentes.

Das mais simples às mais sofisticadas, cada solução de segurança atende ao propósito de impedir a ação de ‘webintrusos’. O filtro de IP é uma solução de baixo custo para incrementar a segurança da rede, filtrando endereços de origem ou destino e inclusive bloqueando  o tráfego de alguns pontos de origem. Os antivírus e antispams são bastante populares, mas absolutamente necessários hoje em dia, sob pena de haver uma queda brusca na produtividade ou a perda total de informações. São soluções que repelem intrusos, evitando o acesso a informações estratégicas.

Outra medida importante para aumentar a segurança da rede é a inspeção de segurança. Neste caso, a empresa conta com um monitoramento ativo para identificar os inúmeros tipos de ameaças e consequente solução de controle. Vale ressaltar a importância, neste ponto, de se adotar um mecanismo de comunicação da política de segurança adotada, promovendo amplo entendimento das vulnerabilidades que devem ser evitadas. Esse processo deve ser revisado e retransmitido continuamente para melhor resultado.

Ao interromper o tráfego malicioso através de um sistema que controla o transporte de dados, a segurança da empresa é potencializada de um modo sem precedentes – já que a maioria classifica apenas velocidade e desempenho como prioridade. Outro ponto forte do controle da rede é aumentar a detecção do risco e da vulnerabilidade do negócio, fazendo com que o fluxo de informações esteja sempre bem protegido e seja o grande acelerador de negócios da empresa. Também os dispositivos móveis – cada vez mais integrados ao ambiente de trabalho – são alvos de preocupação. Ou seja, pendrives, smartphones, tablets e notebooks devem integrar o ‘perímetro de segurança’, evitando todo tipo de fraude e contaminação.

Por fim, deve-se levar em conta a possibilidade de se fazer um back-up na nuvem (cloud computing). Trata-se de uma solução que inclui volume de dados armazenados, software de gestão e replicação de informações para um local remoto, com um monitoramento efetivo dos processos de backup realizado por uma equipe em tempo integral, todos os dias do ano. Enfim, por mais que a segurança seja reforçada, sempre haverá quem tente insistentemente burlar o esquema. Mas nem por isso devemos baixar a guarda. Ao contrário, quanto mais protegidas estiverem as informações estratégicas da empresa, melhor para os negócios.

*Ezequias Sena é diretor comercial da Online Data Center, empresa de soluções de tecnologia e negócios – www.onlinedc.com.br

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* Por Walter Tamaki

Um processo de reestruturação significa uma mudança profunda e traumática para qualquer empresa, principalmente para fundador(es) e sócio(s). Podemos fazer uma analogia (para dramatizar adequadamente) com a decisão de amputar o braço de uma jovem.

O modelo de Kluber Ross é adequado para que possamos compreender como psicologicamente a maioria das pessoas lidaria com este fato:

1º Negação e isolamento: “Não, isso não pode estar certo.”
2º Raiva: “Por que eu? Não é justo!”
3º Negociação e diálogo: “Quanto tempo posso adiar essa amputação?”
4º Depressão: “Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer outra coisa?”
5º Aceitação: “A vida continua “

Não existe outra maneira de se entender este processo senão como um sentimento de perda. Quando perdemos um filho, por exemplo, choramos não só pela sua morte, mas por todo investimento físico e emocional,  pelos anos de amor, de carinho, de dedicação, de noites sem dormir e por todos os sonhos e esperanças que o futuro lhe reservava.

Compreendendo este momento traumático pelo qual todos estamos sujeitos, o que podemos esperar da reação do empresário?

No caso da jovem, é compreensível que, num primeiro momento ela se negue a se submeter à amputação. Da mesma forma, o empresário dificilmente aceitará a necessidade de cortes, desinvestimentos, suspensão de projetos, etc.

Na fase seguinte (raiva), ele poderia ser tomado pelo inconformismo: “Por que isso? Como é que estamos nessa situação? Por que demoramos tanto a perceber?”. Buscando, ao mesmo tempo, alguém para culpar: governo, país, impostos, sindicatos, funcionários, etc.

Em todo este processo, os mecanismos de defesa poderão ofuscar, iludir, distrair,  evitando e/ou impedindo que mudanças sejam implementadas.

É um processo que suga a energia da empresa e do empresário, uma sangria lenta, mas contínua, que, se não levar a óbito/falência, irá exaurir muito dos recursos que seriam imprescindíveis para que a empresa se reerguesse.

Esta ênfase no aspecto psicológico se justifica uma vez que, objetivamente, o que precisa ser feito não é nada mais que o tratamento conhecido (e lógico).

O que fazer então?

– Cerque-se de pessoas firmes, positivas e dos melhores profissionais;
– Conscientize-se da importância da ação, seja um tratamento de saúde ou uma reestruturação empresarial;
– No caso da reestruturação, contrate uma auditoria, busque uma avaliação bem fundamentada da situação de sua empresa, procurando saber se está evoluindo ou regredindo.

Quanto antes percebermos alguma anomalia, mais fácil (e bem sucedido) será o processo.

* Walter Tamaki é sócio consultor da Ventana Capital, especializada em gestão, renegociação, assessoria em M&A e reestruturação de empresas. Possui graduação em Administração de Empresas com ênfase em Finanças e Produção, mestrado pela FGV e MBA Internacional pelo ONEMBA FGV. Tem vasta experiência em gestão e recuperação de empresas adquirida e profundos conhecimentos em planejamento estratégico, societário e tributário. www.ventanacapital.com.br

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*Por Regina Celi Venâncio

É sabido que o resultado da produção industrial tem apresentado quedas maiores do que as previstas proporcionando o baixo desempenho da indústria no Brasil. Os indicadores mais recentes já conhecidos também continuam apontando nessa direção. A indústria ainda enfrenta dificuldades para aumentar a sua competitividade, principalmente devido ao elevado custo de produção no mercado brasileiro.

Há uma conjuntura de grande complexidade, com diferentes fatores impactando e prejudicando a competitividade do setor. Fora o elevado custo da mão de obra e os encargos trabalhistas exorbitantes, o tratamento tributário que pode ser desigual até entre empresas de um mesmo setor torna-se um complicador adicional. As consequências das políticas de atração fiscal entre os estados, por exemplo, podem configurar-se altamente perniciosas para a indústria brasileira.

Embora existam medidas criadas no sentido de favorecer a produção nacional, elas são deficientes e até mesmo contraditórias. No caso da desoneração salarial, por exemplo, determinou-se que ela seria setorial e não optativa. O problema é que dentro de um determinado setor existem empresas com características de folha de salários, empregabilidade, faturamento e estrutura societária, totalmente diferentes. Esses fatores acabam influenciando positivamente para algumas e prejudicando a competitividade de outras. Isto porque, ao impor que a desoneração seja aplicada igualmente aos desiguais, o Governo acaba por onerar algumas empresas e desonerar outras dentro de um mesmo setor, ou seja, empresas concorrentes. O que tem inclusive provocado discussões judiciais contra a norma.

O caso da indústria de transformação, que tem grande importância na cadeia econômica devido a características inerentes como potencial para investir, empregabilidade e retorno social, é um bom exemplo. Recentemente sua associação de classe solicitou formalmente ao Governo a sua exclusão da lista de favorecidas pela medida. Isso ocorreu, pois a maioria e não a totalidade destas empresas sentiu-se prejudicadas pela alteração.

No entanto, para uma empresa como a Termomecanica, que representa aproximadamente 50% da produção de Semi-Elaborados de cobre no Brasil e que emprega quase a metade dos trabalhadores do setor, a sistemática da desoneração da folha seria extremamente positiva. Os encargos da folha de pagamento versus o faturamento contribuem significativamente para a redução de custo. Porém isso ocorre somente para as empresas que empregam mais e terceirizam menos, como é o caso. E também para as empresas que praticamente não importam os produtos acabados, questão que também a inclui.

Por esta razão o ideal seria uma sistemática em que cada empresa, considerando as suas peculiaridades, pudesse fazer as contas e optar por um caminho que realmente lhe permitisse a desoneração tributária.  Além disso, medidas como o fim da guerra fiscal  ou adoção imediata da redução de 4% ou  0% nas operações interestaduais de produtos de cobre; revisão dos produtos importados, com a aplicação do anti-dumping; elevação da Tarifa Externa Comum do Mercosul para os principais produtos do setor e incentivos fiscais, precisam ser criadas e aplicadas urgentemente.

Seria injusto dizer que os projetos planejados pela indústria não apresentem nenhum avanço, porém o receio está no futuro, caso o Governo não proporcione para a indústria brasileira incentivos igualitários ou não barre as importações predatórias. Quem deixa de ganhar com tudo isso é a economia, que perde novos investimentos, criação de empregos e na obtenção de uma contribuição maior de renda tanto estadual como federal. Com o recuo, a indústria deixa de contribuir com o crescimento da economia e a melhora considerável no superávit primário (aumento da riqueza interna) e dos investimentos. Em resumo, somente com a implementação de políticas articuladas e medidas flexíveis será possível favorecer o crescimento da Indústria e retomar com consistência o crescimento da economia.

*Por Regina Celi Venâncio é presidente da Termomecanica, líder nacional na transformação de cobre e suas ligas em produtos semielaborados


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Por Juliano Okawa, Marcia Harue de Freitas e Flávio Yoshida*

Em 20/03/2013, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o Recurso Extraordinário nº 559.937, interposto pela União, declarando a inconstitucionalidade da inclusão, na base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e para a COFINS, do valor do ICMS e das próprias contribuições devidas na importação de mercadorias e bens provenientes do exterior (PIS/COFINS-Importação).

O caso começou a ser discutido em 2010, quando a relatora do processo, ministra Ellen Gracie, reconheceu em seu voto a inconstitucionalidade da parte final do art. 7º, inciso I, da Lei nº 10.865/04, que ampliou a base de cálculo do PIS/COFINS-Importação pelo acréscimo ao texto legal da expressão “acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições”. Desde então, o processo estava paralisado em razão de pedido de vista do ministro Dias Toffoli.

Conforme analisou o ministro Toffoli, o fundamento para instituição das contribuições está no artigo 149, §2°, III da Constituição Federal de 1988 (CF/88), que prevê que a base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e para a COFINS será, “no caso de importação, o valor aduaneiro”. A legislação infraconstitucional, portanto, não poderia extrapolar a competência tributária delineada na Constituição para acrescer, além do conceito de valor aduaneiro, o valor do ICMS e das próprias contribuições.

Ressaltou o ministro Toffoli ainda que, à ocasião da edição das emendas constitucionais n° 33/01 e 42/03, que autorizaram a incidência do PIS/PASEP e da COFINS sobre a importação, o conceito de “valor aduaneiro” já estava definido no art. 2° do Decreto-Lei n°37/66 como sendo o valor “apurado segundo as normas do art. 7° do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT”. Este, por sua vez, prevê que “a primeira base para a determinação do valor aduaneiro a de ser o valor da transação” (SIC). De qualquer maneira, conforme já havia feito a ministra relatora, o ministro Toffoli destacou em seu voto que o dispositivo da Lei n°10.865/04 atacado não ampliou nem inovou no conceito de “valor aduaneiro”, mas a este somou os valores do ICMS e do PIS/COFINS-Importação para definição da base de cálculo destas contribuições.

Esta declaração de inconstitucionalidade, realizada em sede de controle de constitucionalidade difuso, tem eficácia apenas entre as partes do processo. Entretanto, por se tratar de caso em que houve reconhecimento de repercussão geral pelo STF, todos os demais processos que cuidam da mesma matéria terão seu trâmite reestabelecido nos tribunais inferiores e deverão ser julgados de acordo com o entendimento exarado pelo STF.

Os contribuintes que não ingressaram com medidas judicias para combater a cobrança das contribuições com esta base de cálculo majorada poderão fazê-lo agora já que o precedente sinaliza para um claro cenário favorável à discussão. O pedido poderá ser formulado para afastamento dos débitos a partir de então, bem como para requerer a recuperação dos valores recolhidos a maior em relação aos últimos cinco anos, conforme regra do art. 168 do (Código Tributário Nacional – CTN), interpretado conforme o art. 3° da Lei Complementar n°118/05.

Entretanto, em relação à repetição de indébito dos períodos passados, dois pontos devem ser considerados pelos contribuintes. Primeiramente, deve-se verificar que, para os contribuintes sujeitos ao regime não-cumulativo de incidência das contribuições do PIS/PASEP e da COFINS, o valor recolhido na importação de mercadorias e bens pode ser descontado como crédito do montante apurado sobre seu faturamento. Nesse sentido, indiretamente, o valor recolhido a maior por conta da inclusão do ICMS e das próprias contribuições em sua base de cálculo já foram recuperados pelos contribuintes, por ocasião da apropriação dos créditos das referidas contribuições.

Além disso, ainda que discutível, há possibilidade de que o STF determine a modulação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade, para que produza efeitos somente a partir do transito em julgado da decisão, ou mesmo de outro momento futuro. Esta hipótese está prevista no art. 27 da Lei n° 9.868/99 e destina-se aos casos que envolvam razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social. Diante disso o representante da Fazenda Nacional requereu a modulação dos efeitos da decisão, sob a alegação de que a perda imposta aos cofres federais monta em, aproximadamente, R$ 34 bilhões. O plenário do STF, no julgamento do Recurso Extraordinário em comento, não determinou a modulação dos efeitos de seus efeitos, mas poderá fazê-lo na análise dos Embargos de Declaração.

Finalmente é importante notar que esta decisão se refere à discussão da base de cálculo do PIS/COFINS-Importação aplicável exclusivamente às operações de importação. Dessa forma, em princípio, é difícil afirmar com certeza que este resultado positivo também afetará a discussão, ainda pendente de julgamento pelo STF, acerca da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e para a COFINS incidentes sobre a receita bruta das empresas. Neste último caso, o cerne da questão não está na expansão do valor aduaneiro como o caso debatido no âmbito RE nº 559.937, mas sim, nos conceitos de receita bruta e de faturamento para fins de incidência das mencionadas contribuições.

* Juliano Okawa, Marcia Harue de Freitas e Flávio Yoshida são, respectivamente, sócio e associados do escritório Madrona Hong Mazzuco Brandão – Sociedade de Advogados (MHM).

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* Por Ricardo Yogui

Quando falamos em mudanças dentro das organizações, é natural uma primeira reação de resistência por parte dos colaboradores (ou pela grande maioria deles). As modificações levam para o desconhecido enquanto manter o status quo, bem ou mal, é algo que se convive no dia a dia e se tem uma ideia do que se pode esperar.

Porém, a história está repleta de casos onde as organizações ficaram em sua zona de conforto e acharam que os seus produtos e mercados seriam eternos. Do outro lado, pequenas e emergentes empresas entenderam os leves sinais que o mercado estava dando e surfaram a onda da mudança, através da inovação.

Um exemplo clássico foi a Xerox. Em seu famoso laboratório de pesquisa PARC (Palo Alto Research Center), ela desenvolveu inovações que se tornaram referência no mundo digital: a interface gráfica e o mouse. Porém, seus executivos não conseguiram ver valor em tais “invenções” nos rentáveis negócios de impressão e fotocopias, cedendo estas invenções para a uma menor e promissora empresa de tecnologia, a  Apple.

Outro exemplo foi a Kodak, fundada 1888. Ela desenvolveu a primeira câmera digital do mercado, mas como estava com uma forte posição consolidada na venda de filmes fotográficos, acabou não investindo na tecnologia, abrindo espaço para as outras empresas que começaram apostar na nova tecnologia. Em 2012, a Kodak solicitou o pedido de concordata para poder tentar reorganizar seus negócios.

Vencer esta resistência à mudança é um dos desafios que as organizações precisam tratar para poderem estar preparadas a operar em um mercado global e em constante mutação.  O que a maioria das empresas faz é priorizar a consolidação no seu posicionamento no mercado atual e tem dificuldades em fazer a projeção de seu posicionamento futuro. E quando o mercado vive momentos de incertezas, muitas empresas se recolhem tentando preservar algo que talvez não existirá em um futuro próximo.

A inovação é o processo que prepara a organização para o futuro, tornando-a líder de um mercado ou, ainda, criando um novo mercado.  A Microsoft entendeu isto ao focar nos programas de computadores pessoais em um momento em que todos apostavam na fabricação dos computadores.  A Embraer fez o mesmo, ao investir no desenvolvimento de jatos regionais enquanto empresas como Boeing e Airbus desenvolviam aeronaves cada vez maiores.

O fato é que qualquer empresa, independentemente de seu porte, pode se preparar para este mercado futuro através da inovação, inclusive no desenvolvimento de serviços.

Quando se fala em inovação, é comum as pessoas pensarem em produtos, mas a inovação pode estar presente em serviços e até complementando e agregando valores em produtos não tão inovadores. Há alguns anos, a Amazon lançou o seu leitor eletrônico de livros, o Kindle. Ele não era tecnologicamente superior a outros produtos similares no mercado, mas oferecia serviços inovadores em torno do produto, o que agregou maior valor para os usuários e assim ganhou a maior fatia do mercado.

Infelizmente a maioria das empresas pensa em inovação quando seus negócios atuais não estão atingindo resultados esperados. A inovação deve ser tratada como um tema constante na agenda da reunião da diretoria e presidência das empresas.

Além disso, deve-se gerar uma cultura de inovação entre os colaboradores das organizações, para que eles possam contribuir na criação e operacionalização de novos produtos e serviços inovadores.

Afinal, como vimos neste artigo, a boa ideia para a inovação pode estar dentro de casa, mas a falta de cultura de inovação e a tal zona de conforto no cenário atual podem abortar um potencial sucesso da empresa no futuro!

* Ricardo Yogui é consultor e mentor em Processos de Inovação e diretor da RYO Consulting. Possui mestrado em Administração pelo IBMEC-RJ, MBA em Gestão Empresarial pela FGV-RJ, pós-graduação pela ESPM-SP e graduação em Engenharia pela FEI-SBC. É professor da PUC-Rio e do CBA RH do IBMEC, além de palestrante. Possui mais de 20 anos de experiência profissional em Processos de Gestão & Inovação (Tecnológica, Modelos de Negócios e Desenvolvimento de Produtos).

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Por Reginaldo Gonçalves*

O crescimento da China, segunda maior economia do mundo, ao longo dos anos e o volume de negócios efetuados pelo país em meio às crises da Zona do Euro e Estados Unidos indicavam que a receita de bolo estava blindada em relação ao mercado internacional. O PIB chinês é de dar inveja a muitos países e qualquer mudança de comportamento poderá a afetar várias nações, principalmente aquelas que são grandes exportadoras, principalmente de produtos primário em grande volume.

A partir de 1985, o PIB chinês girou em torno de US$ 306,7 bilhões; em 1995, US$ 728 bilhões; em 2005, US$ 2,26 trilhões; e em 2011, US$ 7,3 trilhões, segundo dados do Banco Mundial. No ano passado, chegou a US$ 8,28 trilhões, com crescimento de 7,8%, índice considerado baixa em relação à expansão observada em anos anteriores. A preocupação, em 2012, era que houvesse uma desaceleração da economia em virtude da necessidade de controlar o boom imobiliário e as taxas crescentes de inflação, além dos declínios da exportação Chinesa.

O crescimento significativo do PIB, nos últimos anos deve-se, além do consumo interno relativo à maior população do Planeta, também as exportações de diversos produtos industrializados. Essa expansão fez com que grandes empresas internacionais se instalassem na China, buscando melhores resultados, na conjugação de custos baixos de produção e da logística local para distribuição dos produtos, maximizando a renda e o lucro.

O contínuo crescimento do PIB, mesmo que em porcentagens menores a cada ano, está levando as empresas a se preocuparem com o custo logístico, principalmente transportes. O custo de mão de obra também tem acelerado no país, prejudicando globalmente o resultado de algumas empresas.

Um exemplo é a Mattel, uma das maiores empresas norte-americanas na produção de brinquedos, que tem uma planta no Brasil e já estuda transferir para cá parte da produção suprida hoje pela China. A transferência deve-se aos custos do país asiático, que vêm crescendo e fazendo reduzir a importância de manter uma fábrica lá. Isso não significa a saída, mas um sinal de que as empresas terão de realinhar seu planejamento estratégico à nova realidade. Com a mudança iminente,  poderá dobrar a produção de brinquedos e ocorrer a criação de mais empregos em nosso país.

Decisões como essa já devem estar sendo pensadas por diversas empresas. É preciso colocar na ponta do lápis as vantagens e desvantagens no custo, na logística e no aspecto tributário, para que a empresa com o pé no chão possa tomar a melhor atitude e adotar as cautelas em novos investimentos em países de alto crescimento. Tudo tem um limite, e o mercado chinês já pode estar chegando a uma situação de aproveitamento pleno de suas atividades sem ociosidade. As melhores estratégias poderão vir de unidades que possuem essa ociosidade e poderão expandir sua produção sem aumento dos custos fixos.

*Reginaldo Gonçalves é coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina).

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Por Cláudio Gonçalves dos Santos*

A economia brasileira, com pouca diversificação, ainda é fortemente dependente da exportação de commodities, especialmente de recursos minerais e do agronegócio. Agora, surge a potencial oportunidade de exploração do petróleo da camada pré-sal que, ao que tudo indica, será uma grande riqueza no futuro próximo.

A questão que se coloca é como o Brasil vai administrar esta riqueza. Como diz o economista Edmar Bacha, corremos o risco da “maldição dos recursos naturais”, na qual já caíram países como Argentina e Venezuela.

Quando surge uma riqueza súbita que não é fruto do trabalho, da qualificação da mão de obra (através da educação) ou da acumulação de capital, mas sim da descoberta de recursos minerais ou do aumento de preços das commodities agrícolas, é uma benesse. O grande perigo das benesses é a tentação de parar com o  trabalho e viver de rendas, gozando a vida. No Brasil, isso não é difícil de ocorrer, basta olhar para nossa história.

Um conjunto de países asiáticos, com grande população, como China, Índia e Japão, possue boa renda e elevados índices de poupança. Neste grupo, denominado pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso de “asiáticocêntrica”, estão os principais compradores das commodities produzidas no Brasil.

É preciso entender que o País precisa aproveitar as oportunidades dadas pelas riquezas naturais e pelo  aumento nos preços das commodities para (i) melhorar o nível de educação de sua população; (ii) aumentar a taxa de poupança interna; (iii) investir em infraestrutura e (iv) diversificar sua economia.

Uma das grandes soluções é utilizar as benesses para aumentar a taxa de poupança e investir não somente em infraestrutura, mas também na diversificação da economia e na melhoria da educação.

O Brasil tem grandes desafios para enfrentar. A qualidade da educação pública é péssima. Em seu livro “Basta de Histórias”, Andrés Oppenheimer traça um perfil da educação no Brasil e em outros países da America-Latina.  Andrés diz que “não foi por acaso que a Coréia do Sul passou da pobreza a uma surpreendente prosperidade nas últimas décadas. Os coreanos apostaram em cheio na educação e elevaram seu nível de vida num ritmo vertiginoso.” Enquanto isso, “os países latino-americanos se dedicaram a vender matérias-primas como petróleo e produtos agrícolas. A Coréia do Sul, assim como fariam China e Índia anos mais tarde, se dedicou a investir na educação de seu povo a fim de criar produtos cada vez mais sofisticados, e vendê-los nos maiores mercados do mundo”.

Os ingredientes para o Brasil ter um crescimento sustentável passam necessariamente por melhoria na educação, aumento no nível de poupança e investimento em tecnologia, sem o qual, corremos o risco de continuar anos a fio com crescimento econômico pífio.  Países como Coréia do Sul, Finlândia e Suécia não têm dependência exclusiva de recursos naturais, mas os utilizaram bem para promover o desenvolvimento através de educação de qualidade, poupança doméstica e tecnologia.

* Cláudio Gonçalves do Santos é economista e professor da Trevisan Escola de Negócios.

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O texto aborda de maneira clara e ilustrativa, processos utilizados para soldagem de aço inox. Acesse: Meodos de Soldagem de Aço Inox

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*Por eng. Cláudio Orlandi Lasso

Mesmo com as fortes chuvas em pontos localizados do país, nos últimos dias temos acompanhado as notícias dos baixos níveis dos reservatórios de diversas usinas hidrelétricas do Brasil,. Vimos também os altos preços dos combustíveis fósseis que alimentam as termelétricas, e os diversos apagões que têm ocorrido em diferentes regiões do país. Paralelamente a tudo isso, a economia vem crescendo modicamente e o governo brasileiro reduziu em 20% a tarifa de energia elétrica, o que deverá fomentar o consumo. A conjunção de todos esses fatores pode ser o anúncio de uma nova crise de energia elétrica no Brasil, com possibilidade inclusive da ocorrência de um apagão regional, ou até nacional.

Para mitigar os riscos desta crise anunciada, seria interessante que São Pedro mandasse mais chuvas para as regiões das bacias hídricas, onde estão instaladas as usinas hidrelétricas. Mais importante, ainda, seria que as concessionárias de energia elétrica aplicassem mais recursos para a manutenção e ampliação dos seus sistemas para melhor atender à demanda crescente. Finalmente, seria importante também que o governo fizesse a sua parte, acompanhando e planejando adequadamente o crescimento da oferta e da demanda de energia elétrica do país.

Conforme o Operador Nacional do Sistema (ONS), que é o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), desde 2005 a demanda de energia elétrica vem crescendo com índice maior do que a oferta. Fica claro perceber que, por conta deste déficit acumulado e crescente, era prevista uma grande crise energética para o ano de 2010. Isso só não ocorreu “graças” à crise econômica mundial de 2009, que freou o crescimento do país, dando tempo para que o governo finalizasse a construção de diversas usinas termelétricas, que são hoje bastante estratégicas para o país.

Embora sejam bastante poluidoras, as usinas termelétricas estão espalhadas por todo o Brasil. Muitas delas são acionadas diariamente por um período de apenas três horas, para suprir o aumento da demanda no horário de ponta, período entre 18:00h e 21:00h, momento em que a maioria dos brasileiros chegam a suas casas e começam a consumir mais energia elétrica: acendem luzes, ligam suas TVs e, principalmente, vão tomar seus banhos, predominantemente, de chuveiro elétrico.

Infelizmente o governo ainda não despertou para a maior causa da anunciada crise energética, o Desperdício, e muito menos para uma interessante e simples solução de parte deste mal. Muitos investimentos têm sido feitos pelo governo no sentido de buscar maior eficiência energética, tanto na geração, como no transporte, na distribuição e uso final da energia elétrica, mas realmente ainda são poucos, se comparados com os de outros países mais desenvolvidos, principalmente no que diz respeito ao consumo da energia na ponta. Para se ter uma idéia, um chuveiro elétrico ligado na posição quente equivale ao consumo de aproximadamente 100 lâmpadas de 60W ligadas ao mesmo tempo.

Investir em eficiência energética é muito mais barato, inteligente e sustentável (em diversos aspectos) do que investir em novas fontes energéticas. Ora, se é público e notório que o chuveiro elétrico é o grande vilão do consumo energético residencial, e que este equipamento está presente na grande maioria dos lares das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, regiões estas mais populosas e de maior consumo de energia do país, o governo teria que desenvolver políticas públicas dedicadas à redução deste consumo.

O chuveiro elétrico é o eletrodoméstico de menor custo de aquisição em uma residência, mas, por outro lado, é o que diariamente mais consome água e energia elétrica. Sabe-se também que o produto tem enorme potencial de eficientização, sendo facilmente controlável. Hoje existem acessórios que promovem economias de mais de 40% de energia para o chuveiro elétrico, como é o caso do Rewatt (R$ 460,00) e do ECO Shower Slim (R$ 128,00), este último ainda economiza mais de 40% de água, é de fácil instalação (não usa instalação hidráulica), não precisa de limpezas periódicas, tem mais de dois anos de garantia e pode ser comprado em 12 vezes no cartão pelo site: loja.ecoshower.com.br

A instalação desses acessórios apresenta interessante relação custo-benefício, pois se paga em poucos meses de uso. Se aplicados em massa, poderão criar diversos pequenos “pulmões energéticos”, que permitirão ao governo postergar investimentos, reduzir custos e evitar apagões, muitos prejuízos, e conseqüências atreladas.a

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*Por Mikio Kawai Jr.

O passado não explica o futuro e, por isso, é necessário saber olhar também para as perspectivas do mercado de energia. Diferentemente de áreas com tendências bem definidas, como das commodities, o mercado livre de energia possui uma lógica própria. O cenário mostra que não basta utilizar softwares e instrumentos analíticos, é importante avaliar situações futuras. Projetar os próximos passos baseado no que já passou é um erro, é manter os mesmos resultados sempre. Parece filosofia de vida, mas é tática de inteligência competitiva e vou explicar o motivo.

Atualmente, de acordo com levantamento feito pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), as indústrias brasileiras pagam por uma das energias mais caras do mundo, perdendo apenas para países como Turquia, Itália e República Tcheca. Esse cenário faz com que grandes empresas, responsáveis pelo consumo de um alto volume de energia, invistam na formação de equipes focadas na compra e gestão deste insumo. Adotando práticas de outras áreas, como nas negociações em bolsas de valores, os profissionais tentam usar o mercado livre para garantir eficiência operacional e ganho financeiro, o que representa um risco devido, principalmente, à volatilidade do mercado, que neste ano chegou a casa dos 300%.

A falsa sensação de simplicidade acarreta em diversos desafios de gestão, pois o planejamento, na maior parte das vezes, é feito com base em indicadores do passado e não em modelos que possam prever o futuro. Isso quer dizer que o budget orçado para o período de janeiro a dezembro pode não ter sido o suficiente nem mesmo para se chegar com tranquilidade ao final do primeiro trimestre. O que vemos, então, é o pouco uso de uma verdadeira inteligência de mercado, não baseada em ferramentas, mas numa forma de entender o andamento do cenário.

Vale ressaltar que a prática de inteligência competitiva aplicada ao mercado livre de energia é completamente inovadora no setor. É utilizada uma estrutura sofisticada de análise completa do segmento, que leva em conta possíveis oscilações, aliada ao know how e perspectiva de consultores altamente qualificados. A eficácia alcançada com este método é totalmente diferente do resultado raso proveniente de planejamentos baseados em cálculos simples, visto que o setor de energia deve ser analisado a partir de previsões, já que depende de fatores externos, como clima ou medidas governamentais.

Como exemplo, existem duas grandes indústrias brasileiras, dos mercados automotivo e químico, que descobriram as vantagens deste novo modelo de gestão, com todas as ações baseadas em suas necessidades, perfis de consumo e focadas na sustentabilidade.

O fato é que existem diversas empresas do ramo que ainda utilizam um modelo defasado de planejamento para seus clientes, resultando em análises incompletas, que levam o cliente a uma falsa sensação de satisfação. E em um mercado tão amplo e complexo, é possível seguir por caminhos que mostrem resultados melhores do que se imagina. A estratégia deve ser adotada não apenas na gestão do consumo de energia, ela precisa estar inserida em planos de negócios de maneira geral.

Mikio Kawai Jr. é economista pela FEA-USP (1995), mestre em economia pela Unicamp (1999 – dissertação sobre gestão de riscos) e Advanced Executive Management pela IESE Business School (Espanha 2011). Iniciou a carreira no mercado financeiro em bancos de investimentos, tanto nacional como estrangeiro, migrou para o mercado de energia na sua gênese, em 1998, tendo trabalhado na CPFL Energia ate 2004, atuou como gerente de suprimento de energia na AES Brasil, gerente de operações na Openlink (Nova York e SP). Desde 2008 ocupa o cargo de diretor executivo do Grupo Safira.

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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