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esgPor Fábio Lupo, Lilian A. P. Miguel, Lucas Rodrigues Lomelino e Samira Vasconcellos Miguel*
Vivemos tempos em que a sociedade como um todo é considerada um parceiro importante e indispensável para o desenvolvimento econômico, além de ser parte integrante e indissociável do desenvolvimento social. Neste contexto, buscar entender e definir metas e indicadores que auxiliem a sociedade a ter clareza sobre ações e domínio sobre os caminhos a seguir nesta direção de desenvolvimento sustentável passou a ter relevância nos mercados, o que inclui também a área de investimentos financeiros.

No início deste milênio surgiu a sigla ESG – Environmental, Social and Governance (em português, Ambiental, Social e de Governança) para estruturar a coleta dos dados relacionados a esses fatores, bem como para instrumentalizar o acompanhamento destes dados, de forma a que se pudesse ter escolhas mais qualificadas dos investimentos feitos no nível das companhias, em especial, aquelas que têm suas ações distribuídas nos mercados de capitais. Desde o surgimento da sigla passaram-se mais de quinze anos, mas ainda existem questões em aberto em torno do conceito.

O impacto das empresas no meio ambiente, a exploração de formas de trabalho injustas e a corrupção que compromete as atividades corporativas e públicas, são temas que foram ganhando cada vez mais relevância com o passar das décadas. Com estas pautas em destaque e ganhando espaço nas mídias, o mundo corporativo passou a considerar os impactos destes aspectos perante o mercado consumidor o que, junto a decisões éticas, criou os conceitos de responsabilidade corporativa e responsabilidade socioambiental.

Estes conceitos já estavam plenamente estabelecidos quando surge o termo ESG, trazendo as mesmas questões para o mercado financeiro. No entanto, seria equivocado entendermos a sigla apenas como uma transposição da responsabilidade corporativa para o ambiente do mercado financeiro. Apesar de lidar com as mesmas temáticas, o ESG traz consigo uma lógica própria do mercado financeiro, que está presente na própria gênese da sigla.

No ano 2000, diante da complexidade dos dilemas gerados pela intensa globalização e pela intensificação dos impactos ambientais e sociais, a ONU estabeleceu os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), envolvendo 191 Estados membros e 22 organizações globais. No mesmo ano, a Organiação convocou as grandes corporações globais para criar o Pacto Global, desta vez envolvendo empresas da iniciativa privada para também se comprometerem com objetivos ligados ao desenvolvimento sustentável global. Atualmente, o Pacto Global conta com dezesseis mil membros, entre empresas e organizações, e está presente em cento e sessenta países.

Em 2004, o Pacto Global elaborou um documento voltado especificamente para o mercado financeiro, reconhecendo o impacto deste setor da sociedade, nas empresas, e o potencial que este mercado possui de motivar mudanças necessárias para que se atinjam as metas do Pacto. O documento foi publicado em 2005, sob o título Who Cares Wins.

É neste documento que a sigla ESG surge pela primeira vez, no intuito de sintetizar os principais pilares do Investimento Responsável, a partir dos quais são designados indicadores específicos que devem ser observados pelos investidores para avaliar o impacto de seus investimentos.

Uma vez que a possibilidade de se integrar formalmente questões ESG na análise financeira do mercado de investimentos foi apontada, fez-se necessária a regulação desta possibilidade, motivando a UNEP-FI (United Nations Environment Programme Finance Initiative) a encomendar, em 2005, um estudo sobre o tema ao escritório de advocacia Freshfields Bruckhaus Deringer.

O resultado deste estudo foi o documento A Legal Framework for the Integration of Environmental, Social and Governance Issues into Institutional Investment cuja tradução livre é Uma estratégia legal para a integração das questões ambientais, social e de governança nos investimentos institucionais, que tinha por propósito verificar se a integração de critérios ESG em políticas de investimento estava de acordo com a legislação de diversos países. Na conclusão deste estudo encontramos o posicionamento de que os critérios da sigla podem ser incluídos na regulação deste mercado contanto que sejam motivados por propostas apropriadas e não afetem a performance financeira dos portfólios.

É possível depreender que a motivação de investidores em fundos de investimento que adotam critérios ESG, tem duas vertentes: a primeira, diretamente ligada aos resultados financeiros das empresas, partindo do pressuposto de que empresas com melhores práticas de sustentabilidade apresentam, a longo prazo, resultados financeiros melhores, e, a segunda, que transcende a pura lógica do retorno financeiro, ressaltando os ganhos da sociedade e do meio ambiente como razões para o investimento ESG .

Essa aparente dicotomia afeta o argumento daqueles que procuram promover a lógica ESG no mercado financeiro. Ao passo que uma argumentação procura influenciar o investidor a partir de sua intrínseca lógica financeira, a outra procura conferir ao investidor uma responsabilidade que pode se contrapor com o aspecto financeiro e tornar inócua a referida análise para o investimento.

Entretanto, um possível colapso ambiental, crises sociais e o aumento dos casos de corrupção dentro de empresas e instituições são questões urgentes e de alguma forma devem ser abordadas de forma responsável pelo mercado financeiro. A necessidade de maior estímulo às práticas ESG no mundo corporativo é evidente, e a presença de empresas de capital aberto e fundos de investimento que adotam estes critérios colaboram diretamente para a adoção de tais práticas.

Ainda faltam estudos que demonstrem os riscos que o mercado financeiro como um todo pode sofrer com a ausência de tais práticas, e também que demonstrem a responsabilidade do mercado financeiro no cumprimento da Agenda 2030 (ODSs) da ONU.

Em especial no Brasil, já existem movimentos regulatórios em curso, para que haja maior adoção de práticas de sustentabilidade nas empresas e para que os critérios ESG sejam adotados não apenas como uma fonte de pesquisa para os investidores, mas igualmente como um marco para a mudança do paradigma de sustentabilidade, como é o caso das Duas Audiências Públicas recém editadas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM, quais sejam SDM 08/2020 e SDM 09/2020.

Na primeira delas, há um convite para os agentes operadores do mercado de valores mobiliários apresentarem sugestões para que esses critérios sejam inseridos nas normas reguladoras de todos os fundos de investimento que vierem a ser lançados e operados no Brasil, enquanto a normativa que será editada a partir da audiência pública SDM 09/2020, pretende melhorar a transparência e a qualidade das informações hoje prestadas pelas companhias de capital aberto listadas no mercado de capitais.

Conclui-se que é urgente a fixação de critérios ESG e sua avaliação objetiva para determinar a aplicação dos recursos pelos investidores como forma de induzir as empresas para que atuem, na prática, com uma consciência e intencionalidade de produzir e comercializar produtos e serviços que gerem desenvolvimento econômico sustentável, criando um círculo virtuoso e valor de longo prazo para toda a cadeia de stakeholders.
Pesquisadores convidados da Universidade Presbiteriana Mackenzie*

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facensO mundo caminha, cada vez mais, rumo ao desenvolvimento sustentável. Afinal, são quase 8 bilhões de habitantes na Terra, com recursos naturais limitados e uma população em crescimento. Há um número cada vez maior de iniciativas públicas e privadas desenvolvendo projetos e soluções para cidades inteligentes e sustentáveis. Em escala menor, o mesmo vem acontecendo com empresas, que tem como objetivo ser autossuficiente em água e energia, além da redução da emissão de CO2 na atmosfera.

De acordo com Vitor Gomes, Gerente de Impacto e Sustentabilidade do Centro Universitário Facens, ter um campus cada vez mais sustentável é uma meta para a instituição de ensino. “Achar o equilíbrio entre as necessidades dos seres humanos e da capacidade de recursos do nosso planeta é o grande desafio do século XXI. Energias não renováveis e que liberam gases de efeito estufa estão cada dia mais sendo substituídos por fontes limpas. Por isso, a eficiência energética é uma das prioridades dentro da Facens, não só em nosso campus, como na formação dos nossos alunos.”, explica Vitor.

O relatório Bloomberg New Energy Finance, de 2019, apontou que a expectativa é de que as energias eólica e solar cheguem a representar 48% da geração energética global em 2050. Atualmente, elas correspondem apenas a 7% do suprimento total de energia no mundo. No Brasil, a energia solar fotovoltaica já é a terceira mais importante fonte renovável, depois da hidráulica e eólica, em potência instalada. As projeções da Bloomberg também apontam que a energia solar deve representar 32% da matriz energética brasileira até 2040.

“Atualmente a Facens gera, por meio de energia fotovoltaica, 15% do que consome mensalmente em energia elétrica no campus. Nosso objetivo é ampliar a capacidade de geração da nossa subestação, que hoje também serve como fonte de aprendizado prático e teórico para os alunos do Centro Universitário”, ressalta Heverton Bacca, coordenador de engenharia elétrica da Facens.

Bacca reforça que a preocupação com a capacitação dos alunos para o mercado de energia fotovoltaica é grande, já que é um setor em franca expansão e que demandará cada vez mais profissionais especializados. De acordo com a ABSOLAR, a energia solar gerou mais de 147 mil empregos no Brasil em 2020. Segundo a Aneel, até 2024, o país terá cerca de 900 mil sistemas fotovoltaicos On Grid instalados.

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Pic. 03_Light packagingO desenvolvimento de uma economia circular para lidar com a emergência de resíduos de plástico depende da criação de demanda para material reciclado de alta qualidade. A STADLER, fornecedora de plantas de triagem para a indústria de reciclagem, experimentou uma mudança no mercado, com mais de 80% de seus projetos para plantas de separação de plástico em 2020 envolvendo atualizações e modernizações significativas de instalações já existentes para atender a uma produção consistente e de alta qualidade necessária para entrar na economia circular dos plásticos.

 O plástico é um produto excepcional, com inúmeros benefícios que o tornaram indispensável na vida moderna. Sua durabilidade extrema, no entanto, cria um difícil problema no fim de sua vida útil, que precisa ser tratado com urgência. A solução está na mudança para uma economia circular, onde o plástico é reutilizado ou reciclado, nunca se transformando em resíduo. A indústria de reciclagem tem um papel central a desempenhar neste processo, com o desafio de maximizar a quantidade de plástico recuperado de resíduos e produzir uma produção de Resina Pós-Consumo (PCR) consistente e de alta qualidade, que consegue competir com a resina virgem.

  “Temos que retirar do omelete novamente os ingredientes individuais iniciais”, explica Enrico Siewert, diretor de Desenvolvimento de Produto e Mercado da STADLER. “Os avanços da tecnologia nos últimos 10 anos revolucionaram a indústria. Hoje, podemos separar plásticos de forma muito eficiente, em percentagens muito altas. Uma planta de triagem mecânica STADLER pode atingir até 95% de pureza. Com equipamentos eletrostáticos ou de lavagem, pode ser próximo a 100%”.

 A indústria de reciclagem está respondendo a essa demanda, atualizando suas instalações para atingir a consistência e a alta qualidade necessárias para que a PCR entre na economia circular dos plásticos e aumente sua capacidade de processamento.

 A STADLER está no centro dessa evolução: “Desenvolvemos a tecnologia avançada de que as usinas de reciclagem precisam”, explica Enrico Siewert. “Estamos constantemente inovando e desenvolvendo novos processos, adaptando as plantas de nossos clientes às suas necessidades em constante mudança. Estamos vendo em primeira mão que a indústria está se intensificando para atender a essa nova demanda: no ano passado, as atualizações, modernizações e expansões de plantas representaram mais de 80% de nossos projetos no setor de plásticos, um aumento de mais de 38% em relação a 2019”.

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unnamed (1)Iniciado em outubro de 2020, o Projeto Economia Circular foi colocado em prática exatamente no momento de retomada das demandas da indústria automotiva, que culminou com a indisponibilidade de suprimentos, especialmente embalagens no mercado. Após estudos e avaliação de viabilidade, a solução desenvolvida em cooperação entre as áreas de meio ambiente, produção e logística das plantas da ZF foi a de reaproveitar as embalagens de insumos da produção.

De acordo com João Manoel Gambarra, engenheiro ambiental da ZF e um dos idealizadores do projeto, “o primeiro passo foi começar a tratar a relação entre as plantas de forma mais abrangente e entender o ciclo de início e término dos processos. O engenheiro explica que entendendo esse fluxo circular, a empresa passou a adaptar a logística para separação, triagem e envio desses materiais.

“A ZF no Brasil tem trabalhado ano após ano em projetos de economia circular e cada vez mais propostas são sugeridas por nossos colaboradores e abraçadas pela nossa gestão: eficiência energética e de recursos, reuso de água, reciclagem de óleo de corte na usinagem e de solventes na pintura, reuso e reciclagem visando o Aterro Zero, entre outros. O Projeto Economia Circular é mais um dos projetos que agregam valor às ações de sustentabilidade da companhia e demonstram que a criatividade e preocupação em criar soluções para questões do dia a dia são o ponto de partida para projetos bem-sucedidos”, afirma Sildson Corrêa, Gerente Sênior de Saúde, Meio Ambiente e Segurança da ZF.

A partir desse projeto as caixas passaram a ser reutilizadas uma vez. Segundo Gambarra, “nosso time vem desenvolvendo estudos para novos reaproveitamentos das embalagens e reciclagem desses materiais para, assim, tornar possível a ampliação da utilização por unidade.” Com uma média de 850 caixas sendo reutilizadas por mês, a ZF estima reduzir cerca de 17 toneladas de resíduos de madeira mensalmente.

“Projetos como esse vão muito além do conceito de reduzir, reutilizar e reciclar (3R). Dizem respeito a redesenhar processos e ver oportunidades além das próprias questões ambientais nos desperdícios. São estratégias que também trazem benefícios aos negócios da empresa no longo prazo”, finaliza Sildson Corrêa.

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prolataO programa Prolata reciclou 22.032,79 toneladas de aço em 2020, registrando um aumento de 179% em comparação com 2019. Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo foram os Estados que mais reciclaram no período.

Diante de todos os desafios gerados pela pandemia, o programa conseguiu consolidar um desempenho bastante expressivo graças às ações adotadas. O Prolata doou mais de 10 mil Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a 26 cooperativas parceiras em todo o país. No total, 768 cooperados foram diretamente beneficiados pela iniciativa em cidades dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Minas Gerais.

O companhia também apoiou 17 cooperativas com a aquisição de laudos do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), que contemplam um total de 476 cooperados.

Além disso, foram realizados webinars sobre educação ambiental para mais de 5 mil participantes e foram criados 12 grupos de discussão com 286 educadores, que puderam abordar questões importantes para o desenvolvimento sustentável. Estes profissionais podem transmitir o conhecimento para as 695 escolas em que atuam, alcançando mais de 217 mil alunos.

Uma das peças-chave para fortalecer as ações do Programa de forma integrada é a assinatura de acordos em conjunto com entidades públicas. Até 2020, já foram firmados cinco termos de cooperação: com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), com o GAEMA da Baixada Santista, com o Ministério Público do Mato Grosso do Sul, com a CETESB no Estado de São Paulo e com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Paraná.

Atualmente, o Prolata tem parceria com 53 cooperativas, totalizando 1.339 cooperados, 20 entrepostos e duas siderúrgicas, além de 28 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs). “Com base no fluxo de operação que vem sendo estabelecido e permanentemente aprimorado, vamos trabalhar com a expectativa de reciclar 50 mil toneladas de aço até o fim de 2021”, destaca Thais Fagury, presidente da Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço) e diretora da Prolata.

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Alessandra

O plástico tem sido tema central de amplos debates públicos, especialmente em relação a seus riscos ambientais. Em São Paulo, desde 1º de janeiro, nenhum estabelecimento comercial pode fornecer copos, pratos, talheres, agitadores para bebidas e varas para balões de plásticos descartáveis.

De acordo com a nova lei, esses produtos agora devem ser substituídos por outros elaborados com materiais biodegradáveis, compostáveis ou reutilizáveis. No entanto, esta alternativa, além de não resolver o problema ambiental, ainda vai gerar um novo tipo de lixo na natureza, problema com o qual o poder público não poderá lidar da maneira correta. Sendo assim, a emenda pode ser inúmeras vezes pior do que o soneto.

Produtos com embalagens que afirmam ser “biodegradáveis” ou “compostáveis” na grande maioria das vezes se degradam apenas em condições especiais e isso pode complicar os esforços de reciclagem. Portanto, aquele copo de café que possui logotipo indicando ser biodegradável não vai se decompor entre os compostos orgânicos que as pessoas têm em casa, mas, para se degradar adequadamente, precisará ser enviado para instalações de compostagem industriais.

O processo de compostagem industrial envolve alto calor e umidade precisamente controladas, entre outras condições, e não está disponível na maior parte do país. Já se este lixo for parar em um aterro, ficará lá por muito tempo, porque é improvável que seja exposto a condições que ajudariam a se decompor. Além disso, a produção desses itens consome mais recursos, cria mais resíduos e resulta em mais poluição do que a produção de itens plásticos descartáveis.

Obviamente, entendemos ser fácil apontar o plástico como o grande vilão que precisa ser proibido, afinal ninguém no mundo fica feliz com imagens de mares e rios repletos de embalagens e com animais morrendo por conta do produto. No entanto, banir os plásticos de consumo não soluciona os problemas, mas apenas desvia a atenção de soluções reais e, em vez disso, prejudica os consumidores e o meio ambiente.

Para resolver a questão ambiental do plástico, é preciso melhorar a qualidade das práticas de gestão de resíduos, produzir materiais que tenham o menor impacto ambiental possível, investir em coleta adequada e incentivar a reciclagem disponibilizando locais especializados acessíveis para que a população possa fazer o descarte do material que utiliza em seu dia a dia. A grande variedade de formas em que pode ser reciclado também precisa ser vista como um benefício do material. Isso não só é mais ecológico, mas também torna o plástico um material muito flexível para as necessidades do mundo moderno.

Outro ponto importante: com a trágica chegada da pandemia, os argumentos e o debate sobre o uso do material também ganharam outra direção: a saúde e a vida. A pandemia transformou a produção e uso do plástico em um material essencial de sobrevivência. Nos hospitais e laboratórios, ambientes essenciais na luta pela vida, o plástico está sendo utilizado em grande escala para produção de máscaras, luvas, seringas, tubos de ensaio, cateteres e outros produtos.

Além disso, aditivos que inativam o Sars-Cov-2 inseridos a produtos plásticos permitiram que diversos objetos e superfícies com as quais as pessoas têm contato diário em lugares públicos e em suas casas oferecessem uma barreira extra de segurança contra a doença. Este é o caso do Alpfilm Protect que já contava com propriedades antifúngicas e bactericidas graças à presença de micropartículas de prata e que, com a pandemia, passou por uma série de estudos para adequações em sua composição com o objetivo de assegurar sua eficácia antiviral, em especial contra o novo coronavírus.

Já no espaço doméstico, o plástico foi o material que mais entrou nas casas. Itens básicos de sobrevivência, como água e alimentos, tiveram alta de estoque: muitas vezes embalados em materiais plásticos. Também podemos encontrar o material em máscaras n95. Além disso, com o plástico é possível vedar produtos e alimentos, o que evita a degradação rápida da comida, além da contaminação por doenças, garantindo a segurança alimentar e também evitando o desperdício de alimentos, especialmente em um momento com tanta instabilidade econômica e desemprego.

Não há dúvida de que a crise dos plásticos é um problema sério e que precisamos encorajar uma mudança de atitude em relação à mentalidade de uso único da sociedade com pessoas favorecendo o consumo inteligente e o pensamento sobre o ciclo de vida, além de realizar seu descarte apropriado. Mas devemos ter em mente os benefícios ambientais e econômicos que os plásticos oferecem e usar a inovação para aderir à melhor solução.

*Diretora de Comércio Exterior na Alpes.

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dassaultA Dassault Systèmes anuncia seu comprometimento em estabelecer uma meta baseada na ciência por meio da Science Based Targets initiative (SBTi),  para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e transformar os negócios para a futura economia de baixo carbono. .

As metas adotadas pelas companhias  estão baseadas no Acordo de Paris. Este acordo internacional tem como objetivo fortalecer a resposta global à ameaça das mudanças climáticas e limitar em 2° graus Celsius o aquecimento global com níveis pré-industriais e buscar esforços para limitar o aquecimento a 1,5°C.

 A Dassault Systèmes reconhece o papel crucial que a comunidade empresarial pode desempenhar na minimização do risco que as mudanças climáticas representam para o futuro do planeta.

 “Como uma empresa comprometida e baseada na ciência, é natural desejarmos o mais alto padrão nas metas de emissões: a iniciativa baseada nos objetivos da ciência (SBTi)”, afirma Florence Verzelen, vice-presidente executiva de Indústrias, Marketing e Sustentabilidade da Dassault Systèmes. ”Estamos orgulhosos de nos unirmos às principais empresas do mundo neste esforço, pois acreditamos que a mudança climática não é apenas um dos maiores riscos do mundo, é também uma das maiores oportunidades da história para a inovação sustentável”.

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dsfdasUnir inovação à sustentabilidade, destacando o impacto social positivo, é um tema prioritário para a Tetra Pak. E este é o objetivo da parceria com a startup Coletando, que visa fomentar a conscientização socioambiental na comunidade Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro.

Reconhecida como a primeira fintech de economia circular ecológica do Brasil, a Coletando disponibiliza ecopontos itinerantes de coleta seletiva de resíduos recicláveis em comunidades. Os moradores podem trocar embalagens higienizadas pós-consumo por créditos, disponibilizados em uma conta digital pré-cadastrada, sem anuidade ou taxas. Com o cartão, é possível fazer compras em estabelecimentos locais como mercados e farmácias. Após recebidos, os resíduos são direcionados para cooperativas de materiais recicláveis da região.

“No Brasil, apenas 3% dos resíduos são reciclados. Enxergamos um enorme potencial para estimular as pessoas a separarem seus resíduos dentro de casa e ainda transformá-los em fonte de renda extra, bem como aumentar o volume que chega até as cooperativas. Para ampliar esse alcance, colaborações como a que estamos iniciando com a Tetra Pak são essenciais. Estamos muito contentes com o projeto”, comemora Saulo Ricci, fundador da Coletando.

A parceria será realizada pelo período de um ano com o objetivo de fomentar a conscientização socioambiental em locais mais afastados dos grandes centros, vislumbrando que a mudança coletiva comece em uma atitude individual. A expectativa é engajar cerca de duas mil famílias já nos próximos três meses e 10 mil até o fim do projeto, que durará um ano.

“Temos uma sólida atuação de estímulo à coleta seletiva, e acreditamos que o impacto socioambiental da reciclagem é muito forte. A parceria com a Coletando reforça ainda mais nosso pensamento de que hábitos individuais fazem toda a diferença para promover uma transformação coletiva, contribuindo com a cadeia da reciclagem”, afirma Valéria Michel, diretora de Sustentabilidade da Tetra Pak Brasil e Cone Sul.

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mundo*Por Giovanna Cappellano

Não é a novidade que o meio ambiente pede socorro. E no mês em que é comemorado o Dia da Amazônia e o Dia da Árvore, devemos refletir sobre a importância dessas duas datas que voltam nossos olhares sobre a responsabilidade que todos nós temos.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o sexto Panorama Ambiental Global de 2019 alerta que o mundo não está no caminho para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, ou mesmo até 2050, e que os poluentes em nossos sistemas de água potável farão com que a resistência antimicrobiana se torne a maior causa de mortes até 2050.

Outro dado lastimável: o relatório afirma que se não ampliarmos drasticamente a proteção ambiental, cidades e regiões na Ásia, Oriente Médio e África poderão testemunhar milhões de mortes prematuras até a metade do século. Por outro lado, o estudo também destaca que o mundo tem a ciência, a tecnologia e os recursos financeiros de que precisa para seguir na direção de um caminho de desenvolvimento mais sustentável, e é neste ponto que quero tocar.

Nesse sentido, acredito que as indústrias brasileiras precisam ter uma postura proativa na conservação de recursos genéticos da biodiversidade brasileira e na atuação com as comunidades que habitam as regiões, envolvendo-as no fomento e na valorização do trabalho local de modo a garantir a sustentabilidade. E em tempo de pandemia onde estamos todos olhando para dentro de casa, é inevitável que as empresas façam o mesmo.

O Grupo realiza inúmeros esforços visando minimizar sua pegada. Trabalha ativamente por práticas como economia circular, reuso de água e logística reversa, além de termos sido a primeira indústria do setor químico da América Latina a emitir títulos verdes. Podemos destacar que por razão da inauguração da Planta de Clorito de Sódio, em Santa Bárbara d’Oeste, em São Paulo, inaugurada em 2019, evitamos a emissão de 1.292,75 tCO2e, já que antes o produto era importado da China.

Também nos associamos este ano ao Benchmark Club do CDP nos temas Mudanças Climática e Segurança Hídrica, no intuito de trazer as melhores práticas do mercado para dentro de casa, e compartilhar um pouco da nossa expertise.

O CDP é uma organização sem fins lucrativos e uma das maiores referências no mundo quando se trata de captação, estudo e disponibilização de dados nestes temas.

Atualmente, mais de 90% do desmatamento na Amazônia é ilegal, o que ameaça o equilíbrio ambiental global, prejudica a imagem do Brasil e impacta negativamente a economia do país.  Neste sentido, apoiamos publicamente o documento 10 Princípios Empresariais para uma Amazônia Sustentável, lançado pela Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, CEBDS, Instituto ETHOS, Rede Brasil do Pacto Global da ONU, Sistema B e Instituto Arapyaú, que tem como objetivo se tornar um movimento do setor empresarial brasileiro para a construção de propostas concretas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia no caminho para a COP-25 e além.

No dia a dia da Concepta Ingredientsuma das nossas unidades de negócios, temos como objetivo desenvolver soluções naturais e tecnológicas com foco nas indústrias de alimentos saudáveis, naturais e orgânicos, mas sempre de modo a incentivar as cadeias agroflorestais e extrativistas que valorizam a floresta em pé e forneçam alternativas viáveis de produção e obtenção de renda para as comunidades produtoras, por meio do trabalho com produtos de origem na sociobiodiversidade, evitando assim o desmatamento e a consequente emissão de gases do efeito estufa.

Com essa forma de atuar, já podemos comemorar a conquista de resultados expressivos como ter 295 produtores rurais envolvidos diretamente no processamento e coleta das cadeias de valor, preservando 237 hectares de floresta nativa certificada orgânica por incentivo direto da empresa, o que representam cerca de 256 campos de futebol, e ter mais de75% dos fornecedores certificados orgânicos para nossa linha de Óleos Exóticos.

Um outro exemplo que evidencia como é possível promover a atividade industrial e ao mesmo tempo envolver as comunidades brasileiras para preservar os recursos naturais nativos do país é o Programa de Valorização da Sociobiodiversidade®, um sistema de colaboração participativa com comunidades e associações regionais que garante a rastreabilidade completa de matérias-primas provenientes da Floresta Amazônica e de outros biomas brasileiros. Mantido pela Beraca, unidade de negócio do Grupo Sabará, as ações previstas promovem mudanças substanciais na vida das famílias envolvidas.

A atividade é conduzida hoje em dia em doze Estados do país, beneficia 2.500 famílias diretamente de 105 núcleos comunitários, envolve mais de 255 mil hectares com certificação orgânica e recebe, por parte da empresa, mais de R$ 8 milhões em investimento para a manutenção do Programa.

Mas não são apenas grandes investimentos que fazem a diferença. Participar de outras causas já existentes é um ótimo passo. Nesse sentido, somos parceiros do Programa Mundo Limpo Vida Melhor, que existe no estado de Pernambuco há 11 anos, e que tem como objetivo a coleta de óleo de fritura usado para reutilização no processo de fabricação de sabão em barra. Entre os resultados, temos como benefícios a redução no consumo de recursos naturais, evitar o descarte inadequado do resíduo no meio ambiente além da contaminação de recursos hídricos e ainda contribuir com recursos financeiros para o Hospital Público local.

Com essa análise, quero mostrar que empresas de qualquer porte possuem condições de se engajar, e consequentemente envolver seus colaboradores em ações e hábitos de extrema importância para uma mudança de comportamento em busca de um mundo mais verde.

Além disso, ações mais tradicionais também são de extrema relevância para as indústrias como mudar o uso da água com práticas de reuso e captação de água de chuva, expandir fontes de energia, reforçar as ações de reciclagem e destinação adequada de resíduos, alterar fontes combustíveis, e principalmente atuar como propagador de conhecimento e informação. Afinal, essas iniciativas mostram que é possível que instituições privadas, cada uma delas dentro da sua realidade, possam agir em prol da defesa de questões ambientais e sociais.

*Responsável pela Área ESG – Ambiental, Social e Governança do Grupo Sabará

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igreenA produção de polietileno I’m green™ bio-based da Braskem, plástico de origem renovável, feito a partir da cana-de-açúcar, foi reconhecida pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Brasil do Pacto Global, nesta terça-feira, 26/5, como um dos casos mais transformadores em desenvolvimento sustentável no Brasil, na categoria Indústria & Energia. O reconhecimento foi oficializado durante a participação da Braskem no webinar sobre “Big Push para a Sustentabilidade”, aberto ao público e organizado pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global, ambas entidades ligadas à ONU.

A produção de plástico de origem renovável da Braskem completa uma década neste ano e é resultado de anos de dedicação da empresa à pesquisa e ao desenvolvimento de produtos sustentáveis. Produzido em escala industrial a partir da inauguração da unidade fabril de eteno verde na cidade e Triunfo (RS), em 2010, a iniciativa conferiu à companhia liderança mundial no mercado de biopolímeros, com capacidade para fabricar anualmente 200 mil toneladas do material.

O avanço das pesquisas e o desenvolvimento de produtos sustentáveis, como o polietileno verde, EVA verde e etileno glicol verde, integram práticas de sustentabilidade, um conceito que faz parte do DNA da Braskem desde a sua fundação, em 2002. No caso do polietileno I’m green™ bio-based, um dos principais diferenciais é a contribuição para a redução de emissão dos gases do efeito estufa, ao capturar mais de 3 toneladas de CO2 para cada tonelada produzida. O material mantém, ainda, as mesmas propriedades, desempenho e versatilidade do plástico convencional, de origem fóssil, podendo ser inserido nas mesmas cadeias de produção e reciclagem existentes.

Graças às parcerias que a Braskem tem firmado ao longo dos últimos 10 anos com clientes da cadeia do plástico e brand owners para estimular o uso de um plástico ainda mais sustentável e que minimiza impactos ambientais, hoje o polietileno I’m green™ bio-based já está presente em mais de 150 marcas no mundo, incluindo embalagens e produtos para os mais diversos segmentos, como alimentos e bebidas, de higiene pessoal e de bens duráveis.

“É fundamental que todos, setores público e privado e a sociedade em geral, revejam suas formas de atuar, produzir e consumir. O mundo tem questões urgentes que colocam em risco a existência humana, como o aquecimento global e o uso desenfreado de recursos naturais. A partir do nosso propósito de melhorar a vida das pessoas, nós buscamos constantemente inovar e conscientizar toda a nossa cadeia de valor para estas questões. Acreditamos no potencial da economia circular para o avanço da sustentabilidade e o plástico de origem renovável é uma das nossas entregas nesse sentido. A iniciativa da ONU é um importante reconhecimento da jornada que estamos construindo, que reforça que estamos no caminho certo e amplia a mensagem de que o plástico pode contribuir muito para o desenvolvimento sustentável do planeta”, afirma Mateus Schreiner Garcez Lopes, responsável por Inovação em Tecnologias Renováveis.

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SOBRE O BLOG INDUSTRIAL

O Blog Industrial acompanha a movimentação do setor de bens de capital no Brasil e no exterior, trazendo tendências, novidades, opiniões e análises sobre a influência econômica e política no segmento. Este espaço é um subproduto da revista e do site P&S, e do portal Radar Industrial, todos editados pela redação da Editora Banas.

TATIANA GOMES

Tatiana Gomes, jornalista formada, atualmente presta assessoria de imprensa para a Editora Banas. Foi repórter e redatora do Jornal A Tribuna Paulista e editora web dos portais das Universidades Anhembi Morumbi e Instituto Santanense.

NARA FARIA

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), cursando MBA em Informações Econômico-financeiras de Capitais para Jornalistas (BM&F Bovespa – FIA). Com sete anos de experiência, atualmente é editora-chefe da Revista P&S. Já atuou como repórter nos jornais Todo Dia, Tribuna Liberal e Página Popular e como editora em veículo especializado nas áreas de energia, eletricidade e iluminação.

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